Prosseguem as alegações finais
Por: Record
Foto: Ricardo Jr.
A defesa de Adriano Sousa
Quintanilha pediu esta quinta-feira a absolvição do seu constituinte de todas
as acusações no âmbito do processo de doping que abalou a equipa de ciclismo
W52-FC Porto. Nas alegações finais do julgamento da operação ‘Prova Limpa’, que
decorre num pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, a
advogada do arguido contestou também o pedido de indemnização apresentado pela
Federação Portuguesa de Ciclismo, defendida pelo Ministério Público.
Segundo a defesa, não existem
indícios de que Adriano Sousa Quintanilha tivesse conhecimento ou envolvimento
direto em práticas ilícitas na equipa. “O próprio presidente da Federação
declarou em tribunal nunca ter tido conhecimento de qualquer esquema de
dopagem”, afirmou a advogada.
Foi também recordado que
Adriano Sousa apenas se tornou presidente da Associação em 2020, tendo antes
disso desempenhado apenas funções como patrocinador. “A associação foi criada
com o único objetivo de garantir que os salários dos atletas e staff fossem
pagos atempadamente”, frisou.
A defesa sublinhou ainda que o
arguido vive permanentemente fora do país por questões profissionais, emprega
cerca de 400 pessoas na sua empresa e sempre delegou funções, não tendo
contacto direto nem regular com os ciclistas. “Foi inequívoco o que disseram em
audiência várias testemunhas, confirmando que Adriano Sousa não tinha
conhecimento de práticas ilícitas”, sustentou.
A advogada considerou que não
pode subsistir qualquer dúvida quanto à inocência do arguido e da associação.
“A associação não pode ser responsabilizada pelos factos em causa. O pedido
cível deve ser julgado improcedente”, afirmou.
Relativamente ao pedido de
indemnização da Federação Portuguesa de Ciclismo, a defesa referiu que, mesmo
após análise do próprio pedido, se conclui pela ausência de nexo de causalidade
entre os factos e os danos alegadamente sofridos. “É incompreensível que a
Federação Portuguesa de Ciclismo alegue danos reputacionais para a modalidade,
quando devia contribuir para o apuramento da verdade e não para a sua
deturpação”, criticou.
A defesa foi ainda mais longe
ao pôr em causa o estatuto de utilidade pública da Federação Portuguesa de
Ciclismo e classificou como “juridicamente insustentável” qualquer tentativa de
imputar responsabilidades à associação presidida por Adriano Sousa.
Fonte: Record on-line
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