Luís Costa nono classificado no encerramento do Mundial
Por: José Carlos Gomes
Luís Costa, nono classificado na prova de
fundo de classe H5, foi o melhor elemento da Seleção Nacional no encerramento
do Campeonato do Mundo de Paraciclismo, que hoje terminou no Circuito Estoril,
Cascais.
O corredor português colocou em prática a
tática idealizada: não ir ao choque com os adversários mais fortes da classe,
procurando seguir num segundo grupo que lhe permitisse tentar ultrapassar
alguns concorrentes que descolassem da frente da corrida.
A prova de 67,2 quilómetros foi animada, inicialmente, por uma fuga do italiano Diego Colombari e do holandês Johan Reekers. Os dois acabaram por não conseguir resistir à perseguição movida pelos quatro mais fortes do pelotão, os holandeses Mitch Valize e Tim de Vries, o francês Loic Vergnaud e o irlandês Gary O’Reilly.
A medalha de ouro foi discutida por este
quarteto, com Valize e Vergnaud a destacarem-se dos demais para um emocionante
sprint, no qual se impôs o representante dos Países Baixos, que repetiu no
Mundial o que conseguira no Europeu da semana passada, a dobradinha
contrarrelógio e prova de fundo. Na luta pelo bronze levou a melhor Tim de
Vries, que se despediu do estatuto de campeão do mundo.
Mais atrás, o grupo de Luís Costa acabou
por não conseguir chegar aos fugitivos iniciais. O português terminaria na nona
posição, a 5m12s. “Sei que ainda não estou em condições de arriscar ir ao
choque. Vi-me num grupo com mais dois atletas e, como não estávamos a perder
muito para a frente, colaborámos para tentar apanhar alguns dos outros atletas.
Fico satisfeito, porque estou a evoluir bem e sinto-me muito motivado para o
período que me separa de Tóquio”, afirmou Luís Costa.
Hoje estiveram em ação mais quatro portugueses. Rúben Garcia e João Pinto competiram na classe H4, ocupando a 25.ª e a 26.ª posições, respetivamente. Ficaram ambos a uma volta do vencedor, o francês Riadh Tarsim, mais rápido num sprint a cinco, que também levou ao pódio o alemão Vico Merklein, segundo, e o espanhol Luis Miguel García-Marquina, terceiro.
Em H4 também correram dois representantes
da Seleção Nacional. Flávio Pacheco foi o 11.º classificado e Carlos Neves
terminou na 14.ª posição. Foram ambos dobrados pelo vencedor, o holandês Jetze
Plat, que revalidou o título mundial de fundo, juntando esta vitória à do
contrarrelógio, na sexta-feira. O pódio completou-se com o austríaco Thomas
Fruhwirth e com o suíço Fabien Recher.
"Foi o meu primeiro Campeonato do Mundo.
Fiz uma boa prova dentro das condições físicas que tenho. Vivo no Luxemburgo,
onde a primavera foi muito fria e chuvosa. Em maio só pude treinar na rua três
vezes, de resto foi sempre em rolos. Mas não foi por isso que não ganhei",
brinca Carlos Neves, que se iniciou no paraciclismo há três anos. "O 'bichinho' ficou
logo cá dentro e agora quero continuar e evoluir",
confessa.
No último dia de competição foram
atribuídos 14 títulos mundiais. A nação mais vitoriosa neste domingo foi a
Itália, com quatro camisolas arco-íris. Seguiram-se os Países Baixos com três.
São também estes os países que encabeçam a lista de nações mais vitoriosas em
Cascais. Itália somou 13 medalhas de ouro ao longo de toda a competição. Os
Países Baixos ficaram-se pelos nove títulos. A terceira seleção com mais
triunfos durante o Mundial foi a Grã-Bretanha, com seis subidas ao lugar mais
alto do pódio.
Num Campeonato do Mundo em que
participaram 39 países, 21 levam medalhas na bagagem. “Saio daqui tranquilo,
porque cumprimos as expectativas. O único sabor amargo foi na corrida de fundo
de classe C2, na qual um descuido tático do Telmo Pinão o impediu de estar na
discussão dos primeiros lugares. No geral, foi uma experiência positiva para
todos os corredores que aqui estiveram e que merecem os parabéns por estarem a
competir entre os melhores do mundo”, resume o
selecionador nacional, José Marques.
Fonte:
Federação Portuguesa Ciclismo
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