Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O ciclocrosse prepara-se para
uma das mudanças estruturais mais dramáticas dos últimos anos, com o antigo
campeão do mundo Niels Albert a declarar, em conversa com o HLN, que uma fusão
importante entre equipas está, na prática, fechada.
Segundo Albert, “a fusão entre
a Pauwels Sauzen e a Ridley Racing Team está 99 por cento concluída”, um
desenvolvimento que, acredita, vai remodelar tanto o panorama competitivo como
os alicerces financeiros do ciclocrosse de elite.
Albert sublinhou que restam
apenas detalhes contratuais entre a Pauwels Sauzen-Altez Industriebouw e a
Ridley Racing Team, classificando a união como “a melhor solução para ambas as
equipas, com os olhos no futuro próximo”.
Numa disciplina onde os
orçamentos são apertados e os patrocinadores cada vez mais difíceis de
assegurar, alertou que a consolidação está a deixar de ser uma opção
estratégica para se tornar uma necessidade económica.
Uma fusão
movida pela sobrevivência, e pela pressão sobre a condição física de Eli
Iserbyt
A leitura de Albert foi de um
pragmatismo cru. Embora tenha expressado preocupação e empatia por Eli Iserbyt,
reconheceu também as duras realidades que se colocam ao chefe de equipa Jurgen
Mettepenningen.
“Espero, de todo o coração,
que tudo corra bem com o Eli Iserbyt,” disse Albert, “mas se o Eli não estiver
pronto para competir dentro de umas semanas, então, por mais duro e cruel que
soe, o mundo continua a girar inevitavelmente. E o Mettepenningen tem de
garantir que mantém os patrocinadores a bordo. Schakelen, ou seja, tem de
agir”.
Com Iserbyt de fora, uma fatia
substancial do orçamento fica por utilizar. Combinada com novo investimento da
Ridley, Albert acredita que a estrutura resultante terá mais poder competitivo
e financeiro do que qualquer uma das equipas isoladamente. Como resumiu: “Com o
orçamento libertado do Iserbyt e o dinheiro extra que a Ridley quer colocar no
projeto, um mais um vai dar três”.
A
ascensão de Thibau Nys acrescenta pressão à hierarquia em mudança do
ciclocrosse
Embora a fusão tenha dominado
as declarações, o antigo campeão do mundo destacou também a alteração na ordem
competitiva da modalidade, liderada pela ascensão explosiva de Thibau Nys.
Albert descreveu a vitória
dominadora de Nys na Taça do Mundo de Tabor como algo próximo da perfeição, uma
“super-super” jornada e a exibição mais forte da ainda curta carreira entre a
elite. Mais importante, defendeu que Nys é agora um dos poucos corredores
capazes de incomodar genuinamente Mathieu van der Poel e Wout van Aert quando o
“duo de referência” regressar ao ciclocrosse no próximo mês.
“O Thibau é, neste momento, um
dos únicos corredores cujos rasgos de classe podem magoar os ‘dois grandes’ e
colocá-los sob verdadeira pressão”, disse Albert ao meio belga.
Uma
modalidade a entrar numa nova fase, dentro e fora dos circuitos
Com fusões de equipas prestes
a ser confirmadas, um potencial reposicionamento de corredores importantes e
Nys a emergir como verdadeiro adversário das duas estrelas que definem a
modalidade, Albert acredita que o ciclocrosse entra num momento crucial, moldado
tanto por realidades económicas como desportivas.
“Pode lamentar-se o
desaparecimento de mais uma equipa”, refletiu, “mas numa disciplina onde é cada
vez mais difícil atrair novos patrocinadores e financiamento, esta é a única
forma de sobreviver”.
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