Tenho sempre presente, e na equipa estamos cientes, que todos correm contra nós», refere
Por: Lusa
Foto: Lusa/EPA
Tadej Pogacar recusou esta
quinta-feira o estatuto de favorito único à vitória na 107.ª Volta a Itália,
considerando essa tese desrespeitosa para com os outros ciclistas candidatos a
vestir a 'maglia rosa' final em 26 de maio, em Roma.
"Penso
que, agora, cada vez que vou a uma corrida sou encarado como o grande favorito.
Comecei a viver assim e vou para as corridas preparado para isso. Tenho sempre
presente, e na equipa estamos cientes, que todos correm contra nós e temos de
assumir o controlo da corrida desde o início. Todos sabemos que temos de
controlar o Giro, o Tour. Somos a equipa favorita e todos, mais ou menos,
seguem a nossa liderança", reconheceu o ciclista
esloveno da UAE Emirates.
'Pogi', uma
das maiores 'estrelas' (senão
mesmo a maior) do pelotão mundial, vai estrear-se na Volta a Itália a partir de
sábado, quando a 107.ª edição arranca de Venaria Reale, na região de Piemonte,
e tem sido apontado pela imprensa especializada e pelos adeptos da modalidade,
como destacado e até único favorito ao triunfo final.
"Não
é bom, porque não é respeitoso para os outros corredores. Não é só sobre mim e
a UAE Emirates. Não há assim tanta diferença [entre candidatos] nestas grandes
corridas", defendeu, antes de contrapor: "Talvez também seja minha culpa. Escolhi apenas
algumas provas este ano e ganhei-as. Não corri como outros, que estiveram a
apurar a forma em corrida. Eu fiz menos dias de competição".
Após quatro épocas
exclusivamente dedicadas à Volta a França, onde se sagrou vencedor em 2020 e
2021 e vice-campeão em 2022 e 2023, o esloveno de 25 anos decidiu aventurar-se
na 'corsa rosa', prova em que
terá pela frente, nas suas palavras, "muitos
bons competidores".
"Em
três semanas, pode haver muitas surpresas. [...] Além dos jovens talentos, o
[Romain] Bardet mostrou recentemente estar em boa forma. O Geraint Thomas, como
sempre, vai estar bem neste Giro. Fez uma boa preparação e penso que não irá
desapontar na montanha e nos contrarrelógios",
perspetivou, numa videoconferência de imprensa promovida pela UAE Emirates.
Para contrariar os outros
candidatos, Pogacar acredita que a sua equipa, da qual faz parte o português
Rui Oliveira, tem de "calcular
tudo" para não chegar
"vazia" às última etapas, com o também terceiro classificado da
Vuelta2019 a rejeitar que o bloco eleito para acompanhá-lo seja 'insuficiente' para enfrentar as etapas de
montanha.
"Não
concordo. Penso que posso estar muito confiante no Rafal [Majka] e no Felix
[Grossschartner] para a montanha. Também temos um bom comboio para o plano [...].
Acredito muito nesta equipa, o [Juan Sebastián] Molano e o Rui podem ajudar-nos
no posicionamento", enumerou.
A "desfrutar ainda mais na bicicleta do que
antes", o líder da UAE Emirates mostrou-se ansioso por
começar admitindo que "a tensão está a
crescer, os nervos estão a aparecer, mas é no bom sentido",
mas negando, contudo, que seja uma ambição vestir a camisola rosa logo nas
primeiras etapas.
"Não
é algo que seja um grande objetivo. Tenho de estar de rosa em Roma, mas não nos
primeiros dias. Se houver a oportunidade de ganhar uma etapa ou vestir no
início, não a vou desaproveitar, mas não estou a pensar nisso",
reforçou.
Deste Giro, 'Pogi' espera "mau tempo, longas etapas, temperaturas não muito
altas, mas, por outro lado, menos stress do que no Tour",
prova na qual também irá alinhar em busca de uma 'dobradinha'
que ninguém consegue desde o italiano Marco Pantani, em 1998, e na qual ainda
não se sabe se terá a companhia de Jonas Vingegaard, o bicampeão em título que
sofreu uma queda grave na Volta ao País Basco.
"Vi
a queda na televisão, com a Urska [Zigart, a namorada]. Ficámos em silêncio,
foi horrível. Havia tantos tipos no chão, sem se mexerem. Foi terrível de ver.
Nunca queremos que isto aconteça a ninguém. [Vingegaard] tem uma longa
recuperação pela frente. Espero que esteja a recuperar bem. Não falei com ele,
porque penso que ele quer privacidade. Penso que foi uma queda muito dramática,
que pode causar traumas aos ciclistas envolvidos",
declarou.
Fonte: Record on-line
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