Ciclista português refere que Paris'2024 é o grande objetivo da temporada
Por: Lusa
Foto: Instagram Rui Oliveira
Rui Oliveira quer estar nos
Jogos Olímpicos Paris'2024 tanto na estrada, como na pista, onde gostava de
fazer-se acompanhar pelo irmão Ivo, mas garante que se não for convocado irá
apoiar quem fizer história por Portugal na disciplina.
Com Paris'2024 a pouco mais de
160 dias, o ciclista da UAE Emirates confirma, em entrevista à agência Lusa,
que os Jogos Olímpicos são o grande objetivo da temporada, ambicionando uma
dupla presença.
"[Quero
estar] Não só na pista, como na estrada. Acho que na estrada o percurso assenta
muito bem nas minhas características, é um dos meus objetivos. Mas obviamente
que a pista requer muito mais contas e corridas a fazer, por isso é que o
apuramento é mais complicado", pontuou.
Rui e o gémeo Ivo foram
pioneiros na pista e andam "há mais de
10 anos a tentar" o inédito apuramento olímpico na vertente
masculina Maria Martins estreou a disciplina na Missão portuguesa em
Tóquio'2020, um sonho que parece prestes a tornar-se realidade.
"Até
à última corrida no Canadá, as coisas vão estar sempre em aberto. Estamos
praticamente apurados, mas nunca se sabe o que pode acontecer. Portanto, é
manter o foco e o trabalho, ainda temos duas Taças do Mundo para fazer, e é
isso que temos em mente: primeiro, ir às corridas, tentar apurar e, só depois,
aí é que se pensa no resto", declarou.
O "resto"
de que Rui Oliveira fala é na seleção para os Jogos, onde a equipa
portuguesa de pista só se poderá fazer representar por "um grupo muito reduzido",
embora muitos tenham contribuído para esta expectável qualificação olímpica.
"Isso
nunca deixou de fazer com que outros atletas, e mesmo nós, sabendo que temos
uma possibilidade pequena de ir, trabalhássemos todos para o mesmo.
Sacrificamo-nos todos muito para ir às Taças do Mundo e às corridas
internacionais fazer pontos, para que se calhar outros vão. [...] Indo uns e
não indo outros, vamos estar sempre unidos, porque é cliché dizer, mas somos
mesmo um grupo a sério", destacou.
O gaiense de 27 anos sabe que
desse lote só "podem ir dois ou
três" ciclistas,
defendendo que Portugal deveria jogar com o facto de poder puxar um dos dois
representantes da estrada para a pista, disciplina em que o país tem "projeção e potencial possibilidade de ganhar
medalha nos Jogos".
"Se
pudermos aproveitar as quotas totais que podemos levar, seria fantástico. Já
ganhámos Taças do Mundo, já fizemos top 5 em todos os Europeus e Mundiais na
qualificação olímpica. Temos possibilidade de medalha, por isso eu acho que
devíamos aproveitar todas as quotas. Acho que isso seria inteligente da parte
do Comité [Olímpico de Portugal], da Federação [Portuguesa de Ciclismo]. Se só
pudermos levar dois, obviamente não é tão bom como levar três",
reforçou.
Campeão europeu de scratch em
2021 e atual vice-campeão europeu de eliminação, Rui Oliveira não tem "medo de ficar de fora" dos Jogos, que decorrem entre 26 de julho e 11 de
agosto, porque tem "trabalhado sempre ao
máximo para tentar cumprir este sonho".
"Obviamente,
se eu não for, vou ficar triste por não ir, mas vou apoiar quem for, sejam eles
quem forem. É só fazer o meu trabalho, se for bom o suficiente para ir, boa. Se
não, tenho de trabalhar para os próximos",
refletiu, assumindo, ainda assim, que adorava estar em Paris com o irmão, "não descurando os outros", pois
foi ao lado de Ivo que começou e seria "muito
bonito" a nível pessoal.
A seu favor, este ano, tem o
apoio da UAE Emirates, que delineou um plano para ajudá-lo e ao irmão Ivo a
concretizar o sonho olímpico.
"Era
para fazer o Paris-Nice no início de março e o Matxín [diretor da equipa] foi
muito compreensivo e tirou-me dessa corrida para que eu não tivesse muito
desgaste até chegar a Hong Kong, até porque, depois, ia para as clássicas
[belgas] direto. Vai ser uma fase muito complicada, porque vou fazer a corrida
de Hong Kong no meio das clássicas", revelou.
As contas do apuramento
olímpico para Paris'2024 fecham após a etapa da Taça do Mundo de Milton
(Canadá), que decorre entre 12 e 14 de abril. Antes, disputa-se a etapa de Hong
Kong, de 15 a 17 de março.
Fonte: Record on-line
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