Ciclista belga vai tentar tornar-se no segundo a vencer a prova três vezes, igualando o feito de Belmiro Silva
Por: Lusa
Foto: Reuters
Remco Evenepoel vai tentar, a
partir de quarta-feira, tornar-se no segundo ciclista a vencer três Voltas ao
Algarve, enfrentando a forte concorrência de um pelotão de estrelas, no qual
pontificam Wout van Aert, Sepp Kuss ou Geraint Thomas.
Após o triunfo autoritário na
Clássica da Figueira, alcançado após uma cavalgada de mais de 50 quilómetros a
solo, o vencedor das edições de 2020 e 2022 da Algarvia quer manter a sua
invencibilidade, numa prova que diz ter "bastante significado" para
si, ou não a tivesse conquistado cada vez que a disputou.
Atendendo ao impressionante
nível que demonstrou no primeiro dia de competição em 2024, coroado logo com
uma vitória, Remco Evenepoel é, aos 24 anos, um sério candidato a igualar o
português Belmiro Silva, único ciclista a ter vencido a Volta ao Algarve por três
vezes (1977, 1981 e 1984).
O prodígio da Soudal
Quick-Step tem, contudo, concorrência à altura, uma vez que o pelotão da 50.ª
edição é certamente um dos melhores dos últimos anos, contando, entre outros,
com outro dos galáticos do ciclismo atual, o também belga Wout van Aert, além
do norte-americano Sepp Kuss, vencedor da Vuelta'2023, dos britânicos Geraint
Thomas, vice do Giro'2023, Thomas Pidcock, campeão olímpico de cross country,
ou Tao Geoghegan Hart, o campeão do Giro'2020.
Se Van Aert vai estrear-se no
Algarve, Kuss, o seu colega na Visma-Lease a Bike, regressa à prova portuguesa,
na qual esteve em 2017, com as cores da Rally Cycling, a equipa do segundo
escalão mundial que representou antes de dar o salto para o World Tour na
formação holandesa.
Os dois rivalizam em
protagonismo com o carismático Thomas, outro pretendente ao tri venceu as
edições de 2015 e 2016 -, e o mais credenciado dos representantes de uma INEOS
fortíssima, que vai alinhar também com Pidcock e o italiano Filippo Ganna,
respetivamente vencedor no Malhão e vice na geral final da passada edição, além
do promissor holandês Thymen Arensman.
Um dos grandes motivos de
interesse da 50.ª algarvia é a presença de Geoghegan Hart (ex-INEOS), em
estreia com as cores da Lidl-Trek e de regresso à competição após a grave queda
na última edição da corsa rosa, que o levou a uma longa convalescença após ter
fraturado a anca.
Presente estará também o
campeão em título, Daniel Martínez, que, no ano passado, foi o inesperado
vencedor, após contrariar o favoritismo do antigo companheiro Ganna no
contrarrelógio final, batendo-o por apenas dois segundos. Desta vez, o
colombiano fará parte do sete da BORA-hansgrohe, que conta ainda com o também
colombiano Sergio Higuita, vencedor no alto do Malhão em 2022, e o alemão
Maximilian Schachmann, vice-campeão no Algarve em 2020.
A constelação de nomes do
ciclismo mundial que estará na principal prova velocipédica disputada em
território nacional vai arrastar uma multidão de jornalistas, nomeadamente belgas
o interesse mediático só encontra paralelo nos tempos de Alberto Contador, mas,
seguramente, também de fãs da modalidade, internacionais e nacionais, estes
últimos privados da esperada presença de João Almeida, que viu uma constipação
atrasar-lhe a preparação para a temporada em que se estreará na Volta a França.
No entanto, estará Rui Costa
(EF Education-EasyPost), sempre uma aposta segura na discussão pelo pódio, onde
já esteve em 2014 (terceiro). Décimo no ano passado, o veterano ciclista
português, de 37 anos, tem no currículo vários lugares no top 5 da prova - foi
quarto classificado em 2020 e quinto em 2013 e 2012.
Outras figuras que estarão na
50.ª algarvia são Magnus Cort Nielsen (Uno-X), vencedor de duas etapas na
edição anterior, o suíço Stefan Küng (Groupama-FDJ), o melhor no 'crono' no ano passado (e em 2019), ou o
sprinter francês Arnaud Démare (Arkéa-B&B Hotels), aos quais se juntam
outros 'emigrantes'
portugueses: Rui Oliveira e António Morgado (UAE Emirates) e Iúri Leitão (Caja
Rural), campeão mundial de omnium.
A 50.ª Volta ao Algarve está
na estrada entre quarta-feira e domingo, arrancando em Portimão e terminando no
alto do Malhão, após 752,7 quilómetros.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário