Christopher Blevins foi colega do português na Hagens Berman Axeon
Por: Lusa
Foto: REUTERS
O ciclista norte-americano
Christopher Blevins, campeão do mundo de 'short
track' no BTT em 2021, lembrou este domingo à Lusa como João
Almeida era em jovem um aprendiz com "muito
entusiasmo".
Blevins, de 25 anos, correu
com Almeida, que hoje acabou a Volta a Itália no terceiro lugar, na Hagens
Berman Axeon, 'fábrica de talentos' norte-americana que, em 2018, albergava este duo,
mas também os gémeos portugueses Ivo Oliveira e Rui Oliveira. "Éramos os dois muito jovens. Já me tinha cruzado
com ele antes, quando éramos juniores. Ele era ainda muito 'verde', nessa
altura. Ainda não tinha tido a oportunidade de participar em muitas corridas,
mas era claro que era talentoso", recorda o nativo de
Durango, em entrevista à Lusa.
Em 2018, os dois coincidiram
na Hagens Berman Axeon, equipa criada por Axel Merckx, ex-ciclista e filho da 'lenda' Eddy Merckx, que desde a formação
se tem dedicado a lançar campeões para o World Tour, como o britânico Tao
Geoghegan Hart, vencedor do Giro em 2020, mas também Almeida ou Ruben
Guerreiro. "Estivemos juntos logo no
estágio de início de época da Axeon. O João tinha muito entusiasmo para se
tornar profissional, e era notório que isso o levaria longe",
avalia.
Segundo Blevins, esse
entusiasmo "é um traço valorizado" no mundo do ciclismo, sobretudo "quando se ama o que se faz". "Ele tinha amor por isto, posto de forma simples.
Tenho a certeza que já aprendeu muitas outras coisas enquanto profissional, mas
na altura éramos tão novos que estávamos só entusiasmados e disponíveis para
trabalhar", recorda.
Christopher Blevins cruzou-se,
naqueles dois anos na Axeon, com ciclistas como o belga Jasper Philipsen, o
irlandês Eddie Dunbar (Jayco-AlUla), que também hoje fechou 'top 10' no
Giro, e numerosos outros nomes agora no World Tour.
Seguiu outro caminho, o do 'cross country', e chegou aos Jogos
Olímpicos Tóquio2020, em 2021, ano em que venceu o título mundial de 'short track' (XCC),
estando agora dedicado a 100% ao BTT. "Com
Paris2024 a pouco mais de um ano de distância, é um grande objetivo. A Taça do
Mundo é algo muito entusiasmante para o BTT. Ocupa muito tempo, mas é um bom
momento para se ser ciclista no geral", analisa.
O trio português que agora
está na UAE Emirates, e com quem se cruzou nos Estados Unidos, nunca está longe
da conversa e lembra um encontro com os irmãos Oliveira em Andorra, em 2022,
quando são também eles medalhados em Europeus e Mundiais, na pista, e parte do
WorldTour na estrada. "É bonito ver o
quão longe todos chegámos. [...] Agora que estamos todos mais velhos, ver todos
estes ex-Axeon em grandes Voltas, eu no BTT, é entusiasmante. É entusiasmante
ver o João e o Jasper", comenta.
Neste Giro, de resto, torceu "pelo João na luta pelo 'top 3'",
que ficou separado "por uma diferença
tão pequena, é de doidos", com o esloveno Primoz Roglic
(Jumbo-Visma) a vencer sobre o britânico Geraint Thomas (INEOS) por uma
diferença de 14 segundos.
Ainda assim, tinha outros
favoritos: por um lado, Brandon McNulty (UAE Emirates) é um companheiro de
muitos anos de seleção, tendo vencido uma etapa, por outro a afinidade com Sepp
Kuss (Jumbo-Visma). "Cresci com o Sepp, somos
da mesma cidade natal, e foi lindo vê-lo a comandar o pelotão",
afirma.
Fonte: Record on-line
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