Depois de vários azares, lesões e outros contratempos na carreira, este triunfo 'sabe' a redenção
Por: Lusa
Foto: Reuters
O ciclista esloveno Primoz
Roglic (Jumbo-Visma) admitiu este domingo que ainda estava a processar a
vitória na Volta a Itália, que vai "ficar
na memória para o resto da vida".
O esloveno, tricampeão da
Vuelta (2019 a 2021), bateu o britânico Geraint Thomas (INEOS), segundo, e o
português João Almeida (UAE Emirates), terceiro, para vencer o Giro pela
primeira vez na carreira.
"Ainda
não [processei]. Desfruto do momento, tento desfrutar das emoções, como ontem
[sábado, em que venceu a 'cronoescalada' decisiva]. No fim de contas, é bom
quando se ganha, mas é importante sentir aquela energia de ontem [sábado], como
correr nesta cidade espetacular, neste pelotão",
resumiu.
Aos 33 anos, 'Rogla', que destronou Thomas na penúltima
etapa, vence uma quarta grande Volta, na qual desfrutou "muito"
de cada etapa, afirmou, ainda antes de subir ao pódio, acompanhado do
filho mais velho, e fazer a sua celebração famosa vinda dos dias dos saltos de
esqui, a posição 'Telemark'.
Depois de vários azares,
lesões e outros contratempos na carreira, este triunfo 'sabe' a redenção e o campeão da 106.ª
edição foi mesmo questionado sobre se serviria para trazer justiça para a sua
carreira, que, exceção feita à Volta a França, inclui quase todas as corridas
por etapas do mais alto nível.
"Sim, eu
assinaria isso. Cada vitória é especial e estou agradecido por conseguir
alcançar este triunfo. Vai ficar na memória para o resto da minha vida",
admitiu.
O esloveno bateu Geraint
Thomas na 20.ª e penúltima etapa e garantiu a camisola rosa no dia de hoje, em
que o pelotão pedalou em 'procissão'
pelas ruas de Roma e em que o britânico Mark Cavendish (Astana) ganhou ao
sprint.
"Foi
uma corrida maravilhosa", admitiu Thomas, que se deu
ao trabalho de 'puxar' para
Cavendish, de outra equipa, nos últimos quilómetros da tirada, por pura amizade
e para "ajudar um irmão".
Segundo o veterano ciclista
britânico, que se sagraria aos 37 anos o mais velho de sempre a vencer a 'corsa rosa', esta "foi uma corrida fantástica", em
que liderou grande parte da reta final.
"Gostei
muito. Posso ter 37 anos, mas sinto-me com 27",
atirou, bem-humorado, antes de subir ao pódio também acompanhado pelo seu 'pequeno'.
João Almeida ainda não tem
filhos para levar ao pódio, mas estava também feliz com um pódio "muito especial", por partilhar
aquele espaço com "aqueles dois, por
serem quem são".
"O
meu objetivo principal é sempre a geral, vejo a juventude como um bónus. [...]
Acho que ainda tenho margem para crescer um pouco. Tenho de trabalhar e
descobrir", admitiu.
Um regresso "é certo", mas não é líquido que
seja já em 2024, tendo já expressado a vontade de experimentar a Volta a França
nesse ano.
O português agradeceu a toda a
equipa, porque "sem eles não estaria no
pódio", e considerou que "leva
tempo a aprender como ser líder", um trabalho que tem
estado a fazer e com o qual se sente "feliz".
"Talvez
faça a Vuelta este ano, mas não sei", respondeu, quando
questionado sobre próximos objetivos, descartando a Volta à Lombardia e
deixando em cima da mesa representar Portugal nos Mundiais de Glasgow, em
agosto.
O diretor desportivo da
Groupama-FDJ, Sébastien Joly, mostrou-se satisfeito com os resultados da
equipa, que colocou o francês Thibaut Pinot no quinto lugar e no primeiro posto
da classificação da montanha, além de ter chegado a liderar a prova com Bruno
Armirail.
"É
uma bela aventura humana que se encerra, também com o 'staff' que fez um
trabalho exemplar", analisou.
Fonte: Record on-line
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