Ciclista português vai participar pela segunda vez na prova
Por: Lusa
Foto: Instagram
Ruben Guerreiro não faz ideia
até onde pode chegar na segunda presença na Volta a França, mas promete ir "improvisando" com aquilo que a corrida lhe der, aspirando a uma
vitória em etapa e, quem sabe, ao top 10.
"Não
faço realmente ideia até onde posso chegar nesta minha segunda presença no
Tour, mas a ambição é de vitória e sinto-me em melhor forma física do que no
ano passado, por isso vou lutar pelos meus objetivos e da equipa",
começou por dizer à agência Lusa, depois de ter aterrado em Copenhaga, a
capital dinamarquesa que na sexta-feira vai acolher o arranque da 109.ª edição.
Após ter terminado no 18.º
lugar na sua estreia na 'Grande Boucle',
no ano passado, o ciclista português da EF Education-EasyPost parece destinado
a voos mais altos nesta edição, depois de ter vencido o Mont Ventoux Dénivelé
Challenge, há duas semanas, e ter sido nono na geral do Critério do Dauphiné,
dias antes.
"Um
top 10 é sempre algo que um ciclista profissional procura quando chega ao Tour
- um 'top 10' na Volta a França ou numa grande Volta é das maiores coisas que
se pode fazer no ciclismo. Eu não fujo à regra, mas tenho de respeitar os
objetivos da equipa, que é disputar uma etapa. É nisso que me vou focar. A
etapa já é bastante difícil, acho que se ganhasse uma etapa já era um feito
enorme", destacou, em entrevista à Lusa.
No entanto, "como ambicioso" que é, o corredor de Pegões vai "estar sempre à procura de tentar uma oportunidade
e, porque não, sonhar com esse 'top 10', sempre respeitando muito os ciclistas
adversários e os colegas", nomeadamente Rigoberto Urán e
Neilson Powless, que "também têm
capacidade de fazer 'top 10' ou 'top 5', quem sabe pódio".
"Veremos
o que a própria corrida tem para me dar e, com isso, vou improvisando",
completou, antes de esclarecer: "Não vou trabalhar para ninguém, ninguém
vai trabalhar para mim. Sou, digamos, um corredor livre. Depois das etapas aqui
na Dinamarca e do 'pavé', tudo pode acontecer".
A fasquia está mais alta para
o 'rei da montanha' do Giro'2020 depois do triunfo numa das mais
míticas subidas francesas, e Guerreiro garante dar-se bem com aquilo que
esperam de si neste Tour.
"Eu
gosto de pressão. Quando não me colocam pressão, eu perco um bocado a 'chama'.
Ponho muita pressão em mim mesmo, e é isso que me faz ter mais vontade de
ganhar. Com a vitória no Mont Ventoux, vou estar à espera de fazer igual ou
melhor. Tenho 27 anos, vou fazer 28, mas acho que sou um ciclista em evolução,
trabalho cada dia para ser melhor, e este ano encontrei-me como ciclista e como
pessoa também, dentro e fora das corridas",
revelou.
O português da EF
Education-EasyPost acredita "sem
dúvida" ter encontrado o
seu caminho na modalidade, sendo, por isso, taxativo a reconhecer que
conquistar a camisola da montanha na 'Grande
Boucle' não é uma das suas
ambições.
"Sinceramente,
esse não é o meu principal objetivo. Claro que se vier, é com todo o gosto [que
a visto], mas o meu objetivo realmente era ganhar uma etapa e mostrar essa
consistência na montanha", disse o ciclista que já sabe
o que é triunfar numa grande Volta (ganhou a nona tirada do Giro em que levou a
camisola da montanha para casa).
Num discurso permanentemente
pontuado pela palavra "vencer"
é esse, garante, o seu único foco, Guerreiro prognosticou ainda "uma Volta a França muito dura, das mais duras dos
últimos anos, e com muito stress, com estes primeiros dias de vento na
Dinamarca e o 'pavé'", reservado para a quinta etapa.
"Os
principais favoritos são o [Tadej] Pogacar e, depois, os dois homens da Jumbo,
o [Primoz] Roglic e o [Jonas] Vingegaard. E há um lote de candidatos ao pódio e
'top 5', como o Aleksandr Vlasov, o [Enric] Mas, o [Ben] O'Connor, entre
outros, e espero que possamos meter alguém entre esses candidatos",
anteviu ainda.
Cada vez mais popular entre os
adeptos da modalidade, o 'cowboy de Pegões' terá
a oportunidade de estender a sua legião de seguidores a outros pontos do globo,
uma vez que a sua equipa será uma das que protagonizará o documentário da
plataforma Netflix sobre a Volta a França.
"Acho
que isto vai ser outro passo para o ciclismo, porque as coisas estão mal
resolvidas entre o público geral e a modalidade. Desde o caso [de Lance]
Armstrong, nunca nada foi como antes, pela dimensão que ele deu a esta
modalidade e, com a entrada da Netflix, acho que tem tudo para toda a gente
conhecer um pouco mais os bastidores, as personagens, o próprio desporto, que é
magnífico. Vai haver mais fãs dentro de pouco tempo",
defendeu.
Fonte: Record on-line
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