Tiago Nunes conquistou a primeira edição da Clássica de Melgaço, uma corrida de 103 quilómetros, disputada entre o Largo da Feira de Melgaço e Castro Laboreiro. Além da camisola amarela "Discover Melgaço", o corredor da Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel venceu a camisola laranja - Cision (melhor júnior de primeiro ano).
Sérgio Saleiro (CC Barcelos/
AFF/Flynx/HM Motor) conquistou a camisola azul - Arrecadações da Quintã (melhor
corredor de equipas inscritas na Associação de Ciclismo do Minho) e o Centro
Ciclismo de Loulé a classificação coletiva.
Um pelotão de cerca de uma centena de ciclistas, em representação de 16 equipas, disputou a Clássica de Melgaço, prova de ciclismo de estrada destinada ao escalão de juniores, integrada no calendário nacional e pontuável para o Campeonato do Minho de Ciclismo de Estrada - Arrecadações da Quintã.
Promovida conjuntamente pela
Associação de Ciclismo do Minho e pelo Município de Melgaço, a corrida foi
organizada em condições de segurança e no cumprimento das orientações da
Direção-Geral da Saúde e das normas concertadas entre aquela entidade e a
Federação Portuguesa de Ciclismo.
Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, consagrou o vencedor da primeira edição da Clássica de Melgaço, lado-a-lado com um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes (datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).
As dificuldades da prova,
entre as quais a longa subida até Castro Laboreiro, não intimidaram o pelotão
júnior. As movimentações foram-se sucedendo ao longo de toda a corrida. Os mais
persistentes na tentativa de ganhar foram Tiago Nunes e Miguel Martins (Centro
Ciclismo de Loulé), dois juniores de primeiro ano. Os corredores abordaram os
quilómetros finais em duo, mas, já na parte final, o ciclista da equipa
penafidelense atacou para vencer em solitário.
Tiago Nunes cortou a meta ao
fim de 3h15m08s, menos 5 segundos do que Miguel Martins. O terceiro, a 41
segundos e encabeçando o pelotão, foi Diogo Pinto (Academia Joaquim
Agostinho/CYR/UDO).
O pelotão começou por percorrer por duas vezes um circuito que se iniciou no Largo da Feira, no centro de Melgaço. O traçado da prova incluiu passagens por Fonte da Vida, Capela Nossa Senhora da Orada (onde foi dada a partida real), EN202, Paderne, Alvaredo, Centro de Estágios de Melgaço, Rua Hermenegildo Soalheiro e Praça da República.
Após a última volta ao
circuito, o pelotão seguiu em direção a Fiães, Pomares, Lamas de Mouro e Castro
Laboreiro onde terminou a primeira edição da Clássica de Melgaço.
Tiago Nunes (Silva & Vinha
/ ADRAP / Sentir Penafiel), Sérgio Monteiro (Academia Ciclismo de Paredes) e
João Martinho (EC Bruno Neves) foram os primeiros a conseguir fugir ao pelotão,
ainda na primeira das duas voltas ao circuito inicial, antes da abordagem a
Castro Laboreiro.
Sérgio Monteiro acabou por
descair e ser absorvido pelo pelotão pouco depois, mas o duo manteve-se na
frente durante bastante tempo. Os fugitivos seriam apanhados antes de terminada
a segunda volta ao circuito. É então que saltam do pelotão Miguel Martins (CC
Loulé) e Luís Ribeiro (C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor).
O duo conseguiu ganhar alguma vantagem, mas o pelotão, ao contrário do que fez na primeira fuga, reagiu e não permitiu que Miguel Martins e Luís Ribeiro aumentassem a vantagem. À entrada para a subida de Fiães, que acabou por fazer a primeira seleção no pelotão, Luís Ribeiro descaiu e, em perseguição a Miguel Martins, saíram do pelotão Tiago Nunes (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel) e Diogo Pinto (Academia Joaquim Agostinho / CYR/UDO).
Diogo Pinto não conseguiu
acompanhar o ritmo de Tiago Nunes e Miguel Martins que se mantiveram juntos até
muito perto da meta. A cerca de 500 metros da linha final, Tiago Nunes atacou e
não obteve resposta de Miguel Martins. O jovem ciclista de Penafiel sagrou-se
assim o vencedor da primeira edição da Clássica de Melgaço, assegurando também
a vitória na Classificação da Juventude (Camisola Laranja – Cision), uma vez
que é júnior de primeiro ano.
Miguel Martins foi o segundo
classificado, a cinco segundos do vencedor, enquanto Diogo Martins terminou em
terceiro. Sérgio Saleiro (C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor), quinto lugar
na geral individual com o mesmo tempo do terceiro classificado, arrecadou a
Camisola Azul – Arrecadações da Quintã, atribuída ao melhor atleta de equipas
da ACM. Por equipas venceu o Centro Ciclismo de Loulé, enquanto o
C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor foi segundo e o Bairrada terceiro.
Tiago
Nunes: “Estou bastante feliz”
“Estou
bastante feliz com esta vitória porque é uma conquista muito grande. Já estava
há algum tempo a rondar o primeiro lugar, mas só tinha conseguido ser terceiro
e segundo, mas finalmente surgiu a vitória. Estou sem palavras e estou bastante
feliz com isso”, afirmou o vencedor da Clássica de Melgaço.
Tiago Nunes entrou na prova
decidido a ganhar, tendo encetado uma fuga nos primeiros quilómetros da
competição e voltou a destacar-se na subida ao Castro Laboreiro. “O meu objetivo sempre foi a vitória. Era um percurso que
se adaptava bem às minhas características, eu adoro subir e esta parte final
para mim era um mimo. Quando vi o percurso tracei como objetivo a vitória”.
Sérgio Saleiro: “Não estou satisfeito. Vinha para ganhar”
Sérgio Saleiro (CC Barcelos/
AFF/Flynx/HM Motor) foi o melhor corredor minhoto (camisola azul - Arrecadações
da Quintã), terminando na quinta posição da geral, mas o ciclista barcelense
confessa que queria mais.
“É obvio
que eu queria mais. Não estou satisfeito com o quinto lugar, nem com o facto de
ser o melhor minhoto. Eu queria ganhar a corrida. Foi com essa ideia que eu vim
para a aqui, mas foi como se desenrolou a corrida e eu tentei fazer o meu
melhor”, disse Sérgio Saleiro.
Sobre a corrida em si, o
ciclista de Barcelos considerou que “a parte
pior foram as subidas, mas a última fez-bem, em bom ritmo e tranquilo”.
Sérgio Saleiro considera que a
Clássica de Melgaço "é uma boa
corrida". "Acho que podiam continuar a fazê-la porque
é uma prova dura e exigente, que reparte muito os atletas e determina quem são
os melhores”, disse o ciclista de Barcelos embora tenha "pena de não se
ter realizado o Grande Prémio do Minho, que considera "uma corrida diferente, por etapas, que nos
permitiria preparar melhor a Volta a Portugal”.
José
Adriano Lima: “Balanço altamente positivo”
José Adriano Lima, Vereador do
Desporto da Câmara Municipal de Melgaço, faz um “balanço
altamente positivo" da Clássica de Melgaço, assinalando o
facto da prova ter sido "do agrado de
todos, nomeadamente, dos ciclistas, que são no fundo os grandes protagonistas
deste evento”.
“Eu
também percebi que a subida a Fiães que maçou o pelotão e depois esta subida a
Castro Laboreiro, que já era conhecida deles. É uma subida muito bonita, mas
também dura. O tempo ajudou e tivemos aqui um grande dia para o ciclismo”,
referiu o autarca.
A Clássica de Melgaço cativou
todos quantos participaram na prova e José Adriano Lima “Melgaço tem grandes condições para realizar grandes
eventos". "Temos
feito muitos eventos e na área do ciclismo temos uma grande tradição. Penso que
temos condições, se assim for o entendimento das partes envolvidas, para que
esta prova fique no calendário, independentemente, do que acontecer com o
Grande Prémio do Minho (GPM)”, afirmou o também Presidente do
Conselho de Administração da Melsport explicando que "esta prova foi criada quase que como uma prova
substituta do GP Minho. Mas claro que não descartamos que venha a ficar. Se
calhar Melgaço até merecia ter uma prova, uma Clássica como esta e quem sabe
ganhar outra expressão e com outras escalões etários. É uma questão que temos
de discutir entre todas as partes, nomeadamente, com a ACM e FPC”.
José Adriano Lima lembrou que
com a realização destes eventos desportivos, o Município pretende levar o nome
de Melgaço cada vez mais longe. “Fazer
eventos que estão incluídos em competições é sempre prestigiante para o
concelho, confere notoriedade e acaba por projetar o concelho seja como um
todo, seja como turismo desportivo. Não podemos esquecer que Melgaço tem um
complexo desportivo, muito procurado para fazer desporto, não tanto para a área
do ciclismo, mas também cada vez mais para o ciclismo. Nestes anos todos temos
notado que cada vez mais somos procurados por ciclistas que vêm fora das
competições ou para treinar ou para passar uma semana de férias com a família,
mas como são atletas aproveitam as nossas excelentes condições para treinar”,
explicou.
José Luís
Ribeiro: “Temos o propósito de voltar a trazer à estrada o GP Minho”
José Luís Ribeiro,
Vice-presidente da Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo, marcou presença
em Melgaço e salientou que “esta Clássica de
Melgaço foi um êxito desportivo e organizativo para o qual muito contribuíram,
de forma muito decisiva os clubes, os atletas, a Associação de Ciclismo do
Minho, o Colégio de Comissários e, sobretudo, o apoio da Câmara Municipal de
Melgaço, que nunca disse não ao ciclismo e tem sido um parceiro de excelência
para a realização de provas de ciclismo neste magnífico concelho”.
Esta será uma prova para
continuar no calendário nacional? “Esta
Clássica de Melgaço resulta de uma reinterpretação do GP Minho, concertada com
o Município de Melgaço. A seu tempo vamos analisar, mas temos também esse
grande propósito - quer em termos de Federação e penso que em termos de
Associação de Ciclismo do Minho -, no sentido de voltar a trazer à estrada o GP
Minho e, nomeadamente, com a presença de Melgaço”.
Com todo o historial e
tradição do GP Minho é fundamental manter o GP Minho? “É fundamental ter provas por etapas, o GP Minho faz
parte do património do ciclismo e não só do Minho, mas também do país, e é
muito importante que regresse à estrada”.
José Luís Ribeiro mostrou-se
bastante satisfeito com a realização da Clássica de Melgaço: “estamos muito satisfeitos. Organizar provas neste
contexto é uma missão extremamente complexa pois temos que reduzir ao mínimo os
possíveis riscos. Tem sido um desafio constante, é um trabalho muito exigente e
chegar ao fim e verificar-se que o resultado é positivo e as coisas correram
muito bem é, obviamente, motivo de grande satisfação”.
A Clássica de Melgaço
organizada pela Associação de Ciclismo do Minho e pelo Município de Melgaço,
contou com o apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo, Melsport, Cision,
Arrecadações da Quintã, POPP Agency, Navega Rías Baixas, Raiz Carisma -
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Fonte: ACM - Associação de
Ciclismo do Minho
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