Depois da prova de fundo, João Almeida e Nelson Oliveira estão prontos para disputar o contrarrelógio individual dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A prova é no dia 28 de julho, pelas 06h00, hora portuguesa.
Com os campeões olímpicos
encontrados na prova de fundo, é altura de colocar toda a atenção no
contrarrelógio individual, onde os portugueses João Almeida e Nelson Oliveira
vão marcar presença.
Os corredores vão ter pela
frente 44,2 quilómetros de distância para percorrer, num total de duas voltas
ao percurso da prova, que terá início e fim no circuito de Fuji, onde terminou
também a prova de fundo. A prova começa com uma descida a alta velocidade, onde
poderão ser atingidos os 80km/h, que irá desafiar as capacidades técnicas dos
atletas.
“Vai ser
um contrarrelógio longo e muito duro, com algumas subidas. Penso que até aos 30
quilómetros a maior parte dos corredores vai ter um bom desempenho. A partir
daí deverão ser os especialistas a ter uma maior vantagem. O João não tem muita
experiência, mas pode sair-se bem, vai ter de gerir bem o esforço. Poderá ter
um resultado melhor do que na prova em linha, pois já está mais rodado e solto.
Vamos ver como se dará acima dos 30 quilómetros, mas poderá obter um bom
resultado. Este é um contrarrelógio como o Nelson gosta. Já nos habituou a bons
resultados e poderá estar muito bem. No entanto, há uma nova geração muito boa
de contrarrelogistas, que não esteve no Rio, por exemplo, e que poderá obter
grandes resultados. São todos contrarrelogistas aqui, o que irá colocar a
fasquia muito mais alta. Apesar disso, estou a apontar para os dez primeiros”,
afirmou José Poeira, selecionador nacional.
Embora não haja subidas muito
duras ao longo do percurso, todo ele é ondulado e vai requerer um esforço
acrescido da parte dos corredores para manterem um ritmo o mais constante
possível. Estas características tornam este percurso duro, adensado pelo calor
do verão japonês, que também poderá ser uma dificuldade.
A primeira subida chega logo
no início, com uma inclinação de 4,5%. Embora não seja particularmente íngreme,
é uma subida relativamente longa, com uma duração de 5 quilómetros. Os
corredores voltarão a entrar no circuito de Fuji após uma descida que leva a
uma segunda subida de um declive semelhante. A partir desta altura, e à medida
que os atletas passam a zona do pit lane, a estrada torna-se plana. Durante os
últimos 2 quilómetros em direção à linha de chegada, o percurso torna-se mais
ondulado. Depois, os corredores vão repetir o mesmo percurso uma última vez.
“É um
percurso bastante duro, com muito sobe e desce, que penso adaptar-se bem a mim
e ao Nelson. Há vários corredores que estão em muito boa forma e que, tal como
nós, se prepararam especificamente para esta prova, como o Rohan Dennis e o
Filippo Ganna. O Wout Van Aert também deverá ser um dos principais adversários,
visto que tem estado a andar muito bem. Penso que o facto de agora estar mais
rodado e com mais ritmo depois da prova de fundo me poderá ajudar. Nunca fiz um
contrarrelógio tão longo, mas vou dar o meu melhor”,
afirmou João Almeida.
Nelson Oliveira mostrou-se
satisfeito com o percurso e sonha repetir o top 10 conseguido no Rio de
Janeiro, em 2016. “Os treinos têm corrido bem.
A prova vai ser exigente, mas vamos dar o nosso melhor para que corra tudo bem.
É um contrarrelógio duro e longo, que me agrada bastante. Treinei bem, por isso
agora é esperar que no dia da prova o corpo corresponda. Os adversários são
muito bons e todos os países trazem um especialista de grande nível. Alguns
deles vêm muito mais rodados do Tour e o ritmo é outro. No entanto, depois da
prova de estrada, também já me sinto mais à vontade nesse sentido, o que poderá
ajudar a conseguir um bom resultado. Repetir um top 10, como fiz nos Jogos
Olímpicos do Rio, e assim conseguir o diploma olímpico, seria excelente. Esse
será o objetivo. Trabalhei muito para chegar aqui nas melhores condições e vou
dar o meu melhor”.
No contrarrelógio vão estar
presentes os melhores corredores do mundo nesta disciplina, o que significa que
a luta pelas medalhas será, certamente, muito intensa. No Tour, Wout van Aert
(Bélgica) já mostrou aquilo de que é capaz e será, certamente, um dos
principais candidatos às medalhas.
O seu companheiro de equipa
Remco Evenepoel também é favorito, mas a sua forma física poderá ainda não o
permitir estar no seu melhor. O campeão do mundo de contrarrelógio de 2020,
Filippo Ganna (Itália) e o bicampeão mundial Rohan Dennis (Austrália)
prepararam-se especificamente para esta prova e vão querer lutar pelos
primeiros lugares.
Primoz Roglic (Eslovénia) e
Geraint Thomas (Grã-Bretanha) não tiveram a melhor das sortes na Volta a
França, onde ambos sofreram quedas. No entanto, deverão apresentar-se bem na prova
de contrarrelógio.
Tom Dumoulin (Holanda) é um
talento conhecido na disciplina de contrarrelógio, mas ainda fez muito poucas
corridas desde que regressou à competição, o que poderá não o favorecer. Entre
os restantes favoritos para esta prova estão Maximilian Schachmann (Alemanha),
Remi Cavagna (França), Tobias Foss (Noruega), Brandon McNulty (EUA), Stefan
Küng (Suíça) e Kasper Asgreen (Dinamarca).
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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