segunda-feira, 26 de julho de 2021

“João Almeida e Nelson Oliveira motivados para o contrarrelógio”


Depois da prova de fundo, João Almeida e Nelson Oliveira estão prontos para disputar o contrarrelógio individual dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A prova é no dia 28 de julho, pelas 06h00, hora portuguesa.

Com os campeões olímpicos encontrados na prova de fundo, é altura de colocar toda a atenção no contrarrelógio individual, onde os portugueses João Almeida e Nelson Oliveira vão marcar presença.

Os corredores vão ter pela frente 44,2 quilómetros de distância para percorrer, num total de duas voltas ao percurso da prova, que terá início e fim no circuito de Fuji, onde terminou também a prova de fundo. A prova começa com uma descida a alta velocidade, onde poderão ser atingidos os 80km/h, que irá desafiar as capacidades técnicas dos atletas.

“Vai ser um contrarrelógio longo e muito duro, com algumas subidas. Penso que até aos 30 quilómetros a maior parte dos corredores vai ter um bom desempenho. A partir daí deverão ser os especialistas a ter uma maior vantagem. O João não tem muita experiência, mas pode sair-se bem, vai ter de gerir bem o esforço. Poderá ter um resultado melhor do que na prova em linha, pois já está mais rodado e solto. Vamos ver como se dará acima dos 30 quilómetros, mas poderá obter um bom resultado. Este é um contrarrelógio como o Nelson gosta. Já nos habituou a bons resultados e poderá estar muito bem. No entanto, há uma nova geração muito boa de contrarrelogistas, que não esteve no Rio, por exemplo, e que poderá obter grandes resultados. São todos contrarrelogistas aqui, o que irá colocar a fasquia muito mais alta. Apesar disso, estou a apontar para os dez primeiros”, afirmou José Poeira, selecionador nacional.

Embora não haja subidas muito duras ao longo do percurso, todo ele é ondulado e vai requerer um esforço acrescido da parte dos corredores para manterem um ritmo o mais constante possível. Estas características tornam este percurso duro, adensado pelo calor do verão japonês, que também poderá ser uma dificuldade.

A primeira subida chega logo no início, com uma inclinação de 4,5%. Embora não seja particularmente íngreme, é uma subida relativamente longa, com uma duração de 5 quilómetros. Os corredores voltarão a entrar no circuito de Fuji após uma descida que leva a uma segunda subida de um declive semelhante. A partir desta altura, e à medida que os atletas passam a zona do pit lane, a estrada torna-se plana. Durante os últimos 2 quilómetros em direção à linha de chegada, o percurso torna-se mais ondulado. Depois, os corredores vão repetir o mesmo percurso uma última vez.

“É um percurso bastante duro, com muito sobe e desce, que penso adaptar-se bem a mim e ao Nelson. Há vários corredores que estão em muito boa forma e que, tal como nós, se prepararam especificamente para esta prova, como o Rohan Dennis e o Filippo Ganna. O Wout Van Aert também deverá ser um dos principais adversários, visto que tem estado a andar muito bem. Penso que o facto de agora estar mais rodado e com mais ritmo depois da prova de fundo me poderá ajudar. Nunca fiz um contrarrelógio tão longo, mas vou dar o meu melhor”, afirmou João Almeida.

Nelson Oliveira mostrou-se satisfeito com o percurso e sonha repetir o top 10 conseguido no Rio de Janeiro, em 2016. “Os treinos têm corrido bem. A prova vai ser exigente, mas vamos dar o nosso melhor para que corra tudo bem. É um contrarrelógio duro e longo, que me agrada bastante. Treinei bem, por isso agora é esperar que no dia da prova o corpo corresponda. Os adversários são muito bons e todos os países trazem um especialista de grande nível. Alguns deles vêm muito mais rodados do Tour e o ritmo é outro. No entanto, depois da prova de estrada, também já me sinto mais à vontade nesse sentido, o que poderá ajudar a conseguir um bom resultado. Repetir um top 10, como fiz nos Jogos Olímpicos do Rio, e assim conseguir o diploma olímpico, seria excelente. Esse será o objetivo. Trabalhei muito para chegar aqui nas melhores condições e vou dar o meu melhor”.

No contrarrelógio vão estar presentes os melhores corredores do mundo nesta disciplina, o que significa que a luta pelas medalhas será, certamente, muito intensa. No Tour, Wout van Aert (Bélgica) já mostrou aquilo de que é capaz e será, certamente, um dos principais candidatos às medalhas.

O seu companheiro de equipa Remco Evenepoel também é favorito, mas a sua forma física poderá ainda não o permitir estar no seu melhor. O campeão do mundo de contrarrelógio de 2020, Filippo Ganna (Itália) e o bicampeão mundial Rohan Dennis (Austrália) prepararam-se especificamente para esta prova e vão querer lutar pelos primeiros lugares.

Primoz Roglic (Eslovénia) e Geraint Thomas (Grã-Bretanha) não tiveram a melhor das sortes na Volta a França, onde ambos sofreram quedas. No entanto, deverão apresentar-se bem na prova de contrarrelógio.

Tom Dumoulin (Holanda) é um talento conhecido na disciplina de contrarrelógio, mas ainda fez muito poucas corridas desde que regressou à competição, o que poderá não o favorecer. Entre os restantes favoritos para esta prova estão Maximilian Schachmann (Alemanha), Remi Cavagna (França), Tobias Foss (Noruega), Brandon McNulty (EUA), Stefan Küng (Suíça) e Kasper Asgreen (Dinamarca).

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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