Projeto que abraçou com ambição 'obrigado' a reestruturar-se
Por: Lusa
Foto: DR
A 47.ª Volta ao Algarve será a
última prova de José Azevedo antes de passar a ter "responsabilidades
mínimas" na equipa francesa Delko, após o projeto que abraçou com ambição
ter sido 'obrigado' a reestruturar-se.
Passaram apenas oito meses
desde que o mais conceituado diretor desportivo português falou, com
entusiasmo, à Lusa sobre os motivos que o levaram a aceitar integrar o projeto
da então Nippo Delko Provence, apostada em consolidar-se no escalão Pro
Continental e chegar à Volta a França, mas, hoje, a realidade é outra.
"O
projeto tinha uns objetivos, uma ambição. No final do ano, houve patrocinadores
que saíram, o presidente da equipa, que também é o dono da Delko, assumiu o
projeto e, nesta altura, ele tem de redimensioná-lo numa estrutura diferente da
que ele inicialmente planeava. Nessa restruturação, a equipa irá fazer alguma
redução no seu programa, pelo que, logicamente, há uma reorganização no
'staff'. Eu faço a Volta ao Algarve e, a partir daí, sigo contratualmente
ligado à equipa, mas com umas responsabilidades mínimas",
resume à Lusa.
José Azevedo prefere não
espraiar-se sobre o que falhou, remetendo eventuais esclarecimentos para o
manager da formação francesa, mas vai dizendo que, "por diversos fatores, não foi possível atingir o que inicialmente era
o objetivo".
"Eu
quando entrei, tinha essa ambição [levar equipa ao Tour]. Não foi possível
atingir os objetivos que o dono da equipa tinha em mente. Não sei se no futuro
a equipa poderá lá chegar. A equipa vai continuar, os ciclistas vão continuar
no ativo, é apenas uma restruturação que vai existir e, dentro dessa
restruturação, as minhas funções passam a ser mais reduzidas",
pontua.
Depois do conturbado final da
Katusha, na qual esteve seis anos, os três últimos como diretor-geral, o desafio
apresentado na primavera do ano passado pelo então novo dono da Nippo Delko
Provence convenceu José Azevedo a regressar antes do esperado ao ciclismo, e,
embora recuse falar de "desilusão", o antigo ciclista, de 47 anos,
assume que, "logicamente, ninguém gosta destas situações".
"Acho
que ninguém que está neste projeto está contente, todos nós gostamos de ver as
coisas a crescer. Desilusão não vou dizer que seja, porque o dono da equipa foi
correto com todos nós -- nisso há que elogiar, porque foi uma pessoa aberta,
outro poderia encobrir a situação. A partir daí, mostrei-me também disponível
para haver um acordo entre nós. E, agora, é pensar no futuro",
declara o poveiro, que até domingo comandará a Delko na 'Algarvia'.
Sem negociações ou convites em
cima da mesa -- "isto aconteceu tudo há pouco tempo" -, o quinto
classificado do Tour2004 e do Giro2001, que começou o seu percurso como diretor
desportivo na RadioShack em 2010, trocará o lugar ao volante nas corridas por
essa Europa pela cadeira de comentador da Eurosport, que ocupa desde o ano
passado e que, esta temporada, o levará a 'percorrer' as três grandes Voltas.
"E
depois, tenho em mente projetos, a título individual e pessoal",
conclui, sem querer adiantar pormenores.
Fonte: Record on-line
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