Português foi segundo atrás de Ethan Hayter na chegada ao Alto da Fóia
Por: Lusa
Foto: Ricardo Nascimento
A Volta ao Algarve perdeu esta
quinta-feira um dos principais favoritos, com a desistência do azarado Rui
Costa, mas viu João Rodrigues assumir-se como novo candidato nacional, ao ser
segundo na Fóia, atrás do britânico Ethan Hayter.
Foi uma jornada de desilusões
para as cores nacionais: Rui Costa caiu a descer, e foi forçado a abandonar a
prova, com contusões e escoriações, mas sem lesões, e o algarvio da W52-FC
Porto foi batido, ao sprint, no alto da Fóia, pelo veloz jovem da INEOS, que
subiu à liderança da geral.
Ao cortar a meta, com as
mesmas 4:48.43 horas do vencedor, Rodrigues bateu com o punho na perna,
frustrado por ter perdido uma vitória que tanto ele como a sua equipa fizeram
por merecer.
"Sinto
um pouco de desilusão por não ter conseguido vencer. Estava tão perto da meta,
a ver a meta à minha frente, e não ter mais pernas para conseguir dar mais para
vencer... O homem da INEOS foi o mais forte, quando assim é, não há nada a
fazer", reconheceu o vencedor da Volta a Portugal de
2019, que é segundo na geral com o mesmo tempo do surpreendente Hayter.
O britânico, que na véspera
tinha sido nono na chegada a Portimão, fez valer a sua ponta final de 'pistard'
multimedalhado, e impôs-se a Rodrigues e a Jonathan Lastra, com os três empatados
com o mesmo tempo na geral individual.
Antes do sprint no alto da
Fóia, a tirada foi animada por Damien Touzé (AG2R), Kenny Molly (Bingoal
Pauwels Sauces WB), Clément Carisey (Delko), Xabier Azparren
(Euskaltel-Euskadi), Fábio Costa (Efapel), Joseph Laverick (Hagens Berman
Axeon), Marvin Scheulen (LA Alumínios-LA Sport) e Samuel Caldeira (W52-FC
Porto), que saíram do pelotão ao quilómetro oito dos 182,8 a percorrer desde
Sagres.
Com a camisola amarela de Sam
Bennett irremediavelmente a prazo, a Deceuninck-QuickStep demitiu-se da
obrigação de controlar a corrida e, sem um candidato evidente e declarado para
o ataque à liderança da geral, a fuga do dia teve uma vantagem superior a sete
minutos até a UAE Emirates assumir a perseguição, apostada em levar o dorsal
número 1 à desejada amarela da Volta ao Algarve.
A equipa de Rui Costa, por um
lado, e a serra de Monchique, por outro, fizeram a vantagem dos fugitivos cair
abruptamente, com a fuga a 'desmembrar-se' à medida que a estrada inclinava
rumo à contagem de terceira categoria Alferce e Samuel Caldeira a demonstrar
aquilo que habitualmente passa despercebido aos mais desatentos quando trabalha
para um líder na Volta a Portugal: que é capaz de 'descarregar' quase qualquer
um.
Só Touzé e Molly aguentaram o
ritmo do esforçado dragão, com os três a coroarem Alferce (ao quilómetro 156,4)
mais de dois minutos antes do pelotão. Mas, seria a descida posterior, inscrita
no livro da prova como "perigosa", a reescrever a história desta
Algarvia: Rui Costa, à procura do seu primeiro triunfo na prova, após vários
lugares cimeiros, caiu e desistiu.
A imagem do campeão nacional
de fundo, sentado no chão, em desalento, a ser assistido pela equipa médica,
ficará na memória dos telespetadores, mais do que os acontecimentos que se
seguiram a esse momento: com a queda do seu líder, a UAE Emirates desapareceu e
a W52-FC Porto assomou à frente da corrida, já depois de a fuga ser anulada, a
18 quilómetros do final.
Luís Fernandes (Rádio
Popular-Boavista) ainda tentou a sua sorte, passando na frente do alto da
Pomba, mas o desfecho da segunda etapa foi discutido já nos derradeiros três
quilómetros da subida ao ponto mais alto do Algarve, quando, depois de várias
tentativas da Arkéa-Samsic, se formou um sexteto na frente, com Elie Gesbert a
levar na roda um trio de INEOS (Hayter, Ivan Sosa e Sebastián Henao), Rodrigues
e Lastra.
Sem que, lá atrás, alguém
conseguisse responder, embora Amaro Antunes (W52-FC Porto) tenha tentado
alcançar a dianteira em solitário, os homens da INEOS sucederam-se nos ataques,
sempre correspondidos pelo homem da casa, e foram bem-sucedidos na estratégia,
demonstrando quererem recuperar o estatuto de 'donos' da 'Algarvia'.
"Entrei
na última subida algo escondido. Dei por mim na frente, com os meus colegas
Sebastián Henao e Ivan Sosa e limitei-me a segui-los. Estava a ser protegido e,
no final, arranquei e fui com a máxima força até ao risco. Estava com
esperanças de fazer uma boa corrida aqui no Algarve, mas confesso que me correu
melhor do que esperava", disse o novo líder da 47.ª
edição, que na sexta-feira enfrentará uma jornada tranquila na defesa da
amarela, nos 203,1 quilómetros entre Faro e Tavira.
Fonte: Record on-line
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