Por:
Lusa
O
português Tiago Machado sabe que vai ser difícil ganhar a Volta ao Algarve, mas
quer que seja a estrada a decidir e lembra que as oportunidades surgem quando
menos se espera.
Em
declarações à agência Lusa, o ciclista da Katusha-Alpecin, duas vezes terceiro
classificado no Algarve, admite que "os anos vão passando e vai-se
tornando mais difícil ganhar, como é óbvio".
"O
nível dos participantes também tem sido melhor de ano para ano, o que também é
bom para a prova. (...) Mas trabalhamos todos os dias para ganhar e, às vezes,
quando menos se espera, é quando as oportunidades surgem. Eu fiz o que podia
ter feito antes de vir para cá. Agora, é aguardar o que a estrada me
reserva", afirmou o famalicense, de 32 anos.
Antes
do início da 'Algarvia', que esta quarta-feira parte de Albufeira, Tiago
Machado comentou o percurso da 44.ª edição da prova, com um contrarrelógio mais
duro, que, se estiver "como em outras ocasiões", o favorece, porque
se defende melhor, mas lamentou a menor exigência da segunda etapa, que termina
no Alto da Fóia.
"O
Alto da Fóia perdeu a famosa subida à Pomba, que já fazia uma seleção do grupo.
Eu gostava que tivesse essa subida, não tem, paciência. É o percurso que temos,
é igual para todos e temos de lutar com eles na estrada e tentar que seja mais
dura a prova", referiu.
Para
esta temporada, o ciclista de Famalicão está pré-selecionado para a Volta à
França, na qual esteve em destaque na última temporada, como um dos corredores
que mais vezes esteve a puxar pelo pelotão -- "gosto muito deste tipo de
trabalho", admite -- e pelo bigode com que chegou aos Campos Elísios, em
Paris.
"Sempre
que posso gosto de brincar com o bigode. A minha mulher não aprecia muito e
acho que foi por causa disso que começou a brincadeira com o bigode, porque ela
não gostava e só para a irritar eu deixava o bigode. Agora o pequenito acha
alguma piada ao pai com bigode, de vez em quando vai surgir o bigode",
assegurou.
A
Volta ao Algarve, assim como os Nacionais, é a única oportunidade que Tiago
Machado tem para correr em Portugal, mas este ano pôde participar na Prova de
Abertura e, com a camisola da seleção nacional, acabou por triunfar.
"Acho
que está à vista de toda a gente que eu me sinto orgulhoso quando posso
competir no meu país e tive a felicidade de no passado dia 04 sair vencedor da
prova de abertura, o que me deixou bastante orgulhoso, porque ganhar perante o
nosso público é sempre algo especial", assumiu.
Apesar
de olhar "com saudade" para o ciclismo português, Tiago Machado
admite que é complicado regressar, sobretudo pela parte monetária, elogiando
novos projetos que vão surgindo e que espera possam evoluir para que possa
voltar a existir uma equipa lusa nos principais escalões.
"Qualidade
temos, depois, se formos a ver, o que faltam são os investimentos da parte de
quem deveria haver, para que pudéssemos ter uma superequipa portuguesa a
competir nas grandes voltas", lamentou.
Querendo
manter-se "a este nível pelo menos este ano e mais dois", Tiago
Machado gostaria de voltar a correr numa equipa portuguesa, em especial num
projeto para estar nos escalões maiores, mas sem esquecer a Volta a Portugal.
"Eu
já andei na Volta a Portugal em cinco ocasiões, ganhei por três vezes o prémio
da juventude, já sei o que é ir ao pódio numa Volta a Portugal. Claro que
trocar o laranja pelo amarelo... São cores parecidas, mas no ciclismo são muito
diferentes. Gostava de, nem que fosse só um dia, ter o privilégio de ser líder
da Volta a Portugal. É a nossa Volta, é a Volta que nos habituámos a ver na
televisão. Para mim, a Volta a Portugal e a Volta ao Algarve foram as corridas
que me fizeram ser ciclista, foram as corridas em que sempre quis estar",
assumiu.
Fonte:
Record on-line
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