Por:
Lusa
O
azar voltou ontem a perseguir Tom Dumoulin (Sunweb), com o ciclista holandês a
perder cerca de dois minutos para os principais adversários na etapa rainha do
100.º Giro, conquistada magistralmente pelo italiano Vincenzo Nibali (Bahrein
Merida).
Eterno
'azarado' do pelotão, Dumoulin eclipsou o esforço de Mikel Landa (Sky), que
passou largos quilómetros na frente, mas que foi superado, no risco de meta,
por um traiçoeiro Vincenzo Nibali, e tornou-se o protagonista da etapa rainha
desta Volta a Itália, ao parar, a cerca de 33 quilómetros da meta, para satisfazer
necessidades fisiológicas.
A
imagem do camisola rosa, aflito, a despir-se apressadamente para resolver um
problema intestinal, ficará na memória de todas, nem que seja porque, devido a
esse embaraçoso episódio, o corredor da Sunweb descolou do grupo de favoritos,
perdendo 2.17 minutos para o vencedor da 16.ª tirada, e ficou com Nairo
Quintana (Movistar), que hoje foi terceiro a 12 segundos do duo ítalo-espanhol,
a apenas 31 segundos.
O
azar de Dumoulin, que em 2015 caiu de primeiro para sexto na Vuelta no
penúltimo dia e que abandonou o Tour devido a quedas nas duas últimas edições,
foi o momento verdadeiramente decisivo dos demolidores 222 quilómetros entre
Rovett e Bormio, que incluíram uma subida aos míticos Mortirolo e Stelvio, de
categoria especial, e ao Umbrail Pass, uma primeira categoria, que fez os
acertos finais na geral, antes dos 19,5 quilómetros sempre a descer até à meta.
Antes
desse momento, era Landa, em fuga desde os quilómetros iniciais, o principal
foco de atenção da tirada. O espanhol, que desde que foi terceiro no Giro2015
se tornou num 'figurante' do pelotão e que nesta edição viu as suas aspirações
hipotecadas devido a uma queda causada por uma moto da polícia, quis registar o
seu nome na Cima Coppi, o ponto mais alto desta edição (2.758 metros), tendo
coroado em solitário o topo.
Desgastado,
o ciclista da Sky foi perdendo fulgor na subida final, uma escalada por outra
vertente do Stelvio, e viu como um restrito grupo, composto por Nibali,
Quintana, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), que seria quarto a 24 segundos,
e o russo Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin), quinto a 34, anulou as diferenças na
descida até á meta.
Momentaneamente
colados, os cinco acabariam por se separar graças à exibição de Nibali, que
fazendo jus à fama de maior especialista a descer do pelotão, ficou isolado na
frente, apenas com Landa na roda.
E,
quando parecia que o campeão do Giro2016 iria 'oferecer' a vitória na etapa ao
seu antigo companheiro da Astana, o 'Tubarão do Estreito' voltou a demonstrar o
seu apetite devorador, 'sprintando' para o sétimo triunfo em etapas, o primeiro
de um italiano nesta edição, consumado em 6:24.22 horas, diante de um
frustradíssimo corredor da Sky.
Os
segundos amealhados para a concorrência permitiram a Nibali saltar para o
terceiro lugar da classificação geral, a 1.12 minutos de Dumoulin, que tem
agora Quintana a apenas 31 segundos. Aparentemente arredado da discussão pela
'maglia rosa', está o francês Thibaut Pinot (FDJ), que foi 10.º, a 1.35
minutos, e é quarto da geral, a 2.38.
Fonte:
Record on-line
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