"É um montante elevado", esclarece Cândido Barbosa
Por: Lusa
Foto: Paulo Calado
O incumprimento contratual da
Podium Events levou a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) a recorrer à banca
para fazer face à gestão corrente, revelou esta quinta-feira à Lusa o
presidente do organismo, Cândido Barbosa.
O antigo ciclista, que há um
ano lidera a FPC, reiterou os pressupostos apresentados na segunda-feira no
anúncio da rescisão, com efeitos imediatos, do contrato de concessão para a
organização e exploração comercial da Volta a Portugal, celebrado em 2017 com a
empresa Podium Events.
"O comunicado é aquilo
que é, efetivamente é por falta de cumprimento do contrato, por ordem
financeira. É um montante elevado. E como instituição não poderia... porque
isto torna-se insustentável", começou por dizer Cândido Barbosa, sem
revelar o montante em atraso.
Na segunda-feira, a FPC dava
conta do "incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de
pagamento por parte da Podium Events", devido a uma "situação que se
agravou ao longo do último ano, apesar das várias tentativas de resolução amigável
promovidas pela FPC".
"Ao fim de vários meses
de negociação, achámos que não havia mais forma de mantermos um contrato que se
torna completamente insustentável, porque esta casa tem uma direção, tem uma
Assembleia Geral e reporta contas", vincou.
Exemplo disso foram as
dificuldades que a FPC enfrentou recentemente, como recordou Cândido Barbosa:
"Eu, há duas semanas, tive de recorrer à banca para pagar a gestão
corrente da FPC".
"É insustentável
mantermos uma casa como esta, quando temos um parceiro que se vai arrastando ao
longo dos anos, estamos a ficar com algumas dificuldades de gestão e há meio
ano que andamos nisto", lamentou.
O contrato incluía também a
organização da Volta ao Alentejo e da Volta a Portugal do Futuro, cuja
responsabilidade passa, agora, para a FPC.
"Há uma garantia neste
momento, é que a única entidade organizadora e com a responsabilidade de
organizar a Volta a Portugal, a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do
Futuro é a FPC. Essa é hoje a única verdade. A entidade organizadora é da responsabilidade
da FPC. Vamos estudar um modelo de negócio para não corrermos os riscos que
corremos até hoje. Este fim de contrato não foi um fim prematuro, foi um fim
tardio, porque nós estamos em negociações com a Podium há meio ano",
rematou.
Na terça-feira, a Podium
Events acusou a FPC de "falta de decoro e lealdade", dizendo ter
tomado conhecimento do término antecipado do contrato de concessão da Volta a
Portugal através de patrocinadores.
A empresa diz não reconhecer a
"alegada dívida" que lhe é imputada pelo organismo presidido por
Cândido Barbosa, "por carecer de base factual adequada, e de validação
conjunta", nem qualquer fundamento jurídico ou contratual que "legitime
a pretensão" da resolução do contrato de organização e exploração
comercial da Volta, assumindo recorrer "a todos os meios ao seu dispor
para assegurar a defesa integral dos seus direitos e legítimos
interesses".
Fonte: Record on-line

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