Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O ciclismo de pista faz parte
dos Jogos Olímpicos de Verão desde 1896, enquanto o ciclismo de estrada
regressou em 1936 após um hiato de quatro décadas desde a estreia de 1896.
Desde então, as bicicletas de montanha também chegaram aos Jogos Olímpicos em
2012 e disciplinas menos tradicionais como o BMX já se estrearam. Mas, ao longo
destes anos, o ciclocrosse foi ficando à margem por várias razões. Isso poderá
mudar daqui a cinco anos, uma vez que a disciplina poderá estrear-se nos Jogos
de 2030 nos Alpes franceses, sob a liderança do presidente da UCI, David
Lappartient. Antes, porém, terá de convencer os desportos de inverno mais
tradicionais de que o ciclocrosse também tem lugar nos Jogos Olímpicos de
Inverno.
A nova presidente do COI
(Comité Olímpico Internacional), Kirsty Coventry, comprometeu-se a reformular o
programa dos Jogos Olímpicos de Inverno, estando prevista para fevereiro a
decisão sobre novas disciplinas para 2030, na sessão do COI que antecede os
Jogos Olímpicos de Inverno de Milão-Cortina 2026.
Em declarações ao Guardian em
setembro, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, manifestou confiança,
aprovação e esperança de que o cross country e o ciclocrosse sejam integrados
no programa dos Jogos de Inverno em 2030.
"Acho que há uma boa
probabilidade de acontecer", disse Coe. "E penso que surge no momento
certo, porque a Kirsty está claramente disponível para pensar de forma
diferente sobre o programa, sobre o que pode sair do estádio e sobre esse equilíbrio
entre inverno e verão".
‘Não’ dos
desportos de inverno tradicionais
Num comunicado divulgado na
quarta-feira, as Federações Olímpicas de Inverno, que representam as entidades
dirigentes de modalidades como esqui, biatlo e bobsleigh, sinalizaram a sua
oposição à inclusão de desportos que não se realizem especificamente na neve ou
no gelo.
"As Federações Olímpicas
de Inverno estão firmes na convicção de que tal abordagem diluiria a marca, a
herança e a identidade que tornam os Jogos Olímpicos de Inverno únicos, uma
celebração de desportos praticados na neve e no gelo, com cultura, atletas e
campos de jogo distintos", lê-se no comunicado, citado pela Associated
Press.
O organismo classificou a
proposta de introduzir ciclocrosse e cross country no programa como “avulsa”. O
presidente da International Bobsleigh and Skeleton Federation, Ivo Ferriani,
insistiu que a "inovação do COI deve centrar-se em evoluir os desportos de
inverno existentes para atrair uma participação e audiências mais amplas".
A inclusão de eventos como
ciclocrosse, cross country e judo no programa dos Jogos de Inverno exigiria
alterações à carta olímpica, que estipula que "apenas os desportos
praticados na neve ou no gelo são considerados desportos de inverno".
Em setembro, Coe confirmou que
discutiu a ideia com o presidente da UCI, David Lappartient, e que ambos estão
alinhados nos objetivos. Mas a sua opinião pouco vale enquanto a atual carta
olímpica se mantiver inalterada.
"O David está disponível.
Eu também. Obviamente, com o COI teria de haver uma alteração na carta, porque
tem de ser na neve e no gelo, e disso não tem havido propriamente abundância
recentemente. Mas é, em essência, um desporto de inverno, e o cross country
faria mais sentido no inverno".
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