Aos 27 anos, holandesa é uma das grandes figuras do ciclismo internacional
Por: Lusa
Foto: EPA
A ciclista holandesa Demi
Vollering, vencedora da Volta a França em 2023, e da Volta a Espanha, este ano,
considerou esta quarta-feira que a modalidade, no feminino, está "num
lugar bom", mas ainda tem espaço de crescimento.
Em entrevista à agência Lusa,
durante a Web Summit, em Lisboa, Demi Vollering falou do estado atual do
ciclismo feminino, em comparação com a atenção mediática que a vertente
masculina apresenta, sobretudo nas principais provas velocipédicas mundiais.
"No geral, penso que o
ciclismo feminino está num lugar bom, se compararmos com os outros desportos
femininos, e sinto orgulho nisso, mas ainda há um longo caminho a percorrer. O
Tour feminino foi um passo necessário e ajudou-nos muito a desenvolver a
modalidade. Espero que outras corridas se sigam, porque a Vuelta não tem ainda
o mesmo impacto mediático, e o Giro de Itália mudou agora de organização e
estou curiosa para saber como as coisas irão funcionar. Penso que há espaço
para melhorar", frisou.
A ciclista apontou como
importante para o desenvolvimento da modalidade na vertente feminina a presença
em eventos como a Web Summit, bem como a transmissão televisiva das provas, e
não copiar o que é feito na vertente masculina, abrindo um espaço para autenticidade.
"Devemos ter orgulho no
que temos e encontrar uma maneira de o tornar autêntico, ou seja, ter os nossos
próprios patrocinadores e mais empresas focadas nas mulheres. As nossas
corridas também podiam não ser tão longas, não creio que seja necessário, pois
só as torna aborrecidas e menos interessantes para quem está a assistir",
realçou.
Aos 27 anos, Demi Vollering é
uma das grandes figuras do ciclismo internacional, com os triunfos no Tour'2023
e na Vuelta'2024, apesar de nos Jogos Olímpicos Paris'2024 ter ficado aquém dos
resultados pretendidos, sendo quinta no contrarrelógio e 34.ª na prova de
estrada.
"É muito importante para
mim significar algo no desporto feminino, e não somente no ciclismo. Quero mais
do que ter apenas bons resultados. Claro que quero ganhar várias vezes o Tour,
ser campeã mundial ou olímpica, mas tenho uma missão, por outro lado, de
colocar mais jovens fora de casa, a mexerem-se e desenvolverem-se, assegurando
que têm um espaço onde se sintam livres e sem problemas mentais",
expressou ainda.
Em 2025, Demi Vollering vai
deixar a equipa SD Worx-Protime e rumar à francesa FDJ-Suez, o que tornaria
mais especial vencer novamente o Tour, por uma equipa local, já que, apontou,
as emoções dão-lhe mais força e poder, o que a ajudará nesse objetivo.
"Apercebi-me que eu
estava pronta para uma nova aventura, sair da zona de conforto, aprender e
desafiar-me. Comecei a falar com várias equipas e FDJ-Suez foi compatível desde
o início. Na primeira reunião vi que eram muito apaixonados pelo ciclismo e
isso foi entusiasmante", explicou a ciclista, que esteve presente em dois
painéis da Web Summit.
A edição deste ano, em Lisboa,
que começou na segunda-feira e decorre até quinta-feira, regista um recorde de
71.528 participantes de 153 países, segundo dados da organização de uma das
maiores cimeiras tecnológicas a nível internacional.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário