Ainda assim, ciclista português confessa ter vivido sonho na presente edição da prova espanhola
Por: Lusa
Foto: LUSA_EPA
Nelson Oliveira viveu um sonho
nesta Vuelta, a grande Volta mais emocional na qual alinhou, por partir de
Portugal, e terminou satisfeito com o trabalho realizado, mesmo que a dedicação
a Enric Mas não lhe tenha permitido brilhar individualmente.
Em declarações à agência Lusa,
o ciclista português da Movistar fez um balanço da sua 21.ª grande Volta, uma
que lhe deixou "boas memórias" e que foi diferente de todas as
outras, provavelmente até mais emocional e, seguramente, gratificante.
"Por ter saído de
Portugal, do meu país, sem dúvida que foi algo de especial, por estar rodeado
do povo português. Foi, sem dúvida, um sonho ter [presentes] amigos,
familiares, que muitas vezes não podem ir fora do país, e estar ali ao lado e
sentir o apoio de todos, foi algo bom", descreveu.
Depois de ver o seu chefe de
fila, o espanhol Enric Mas, acabar na terceira posição a 79.ª edição da prova
espanhola, conquistada pelo esloveno Primoz Roglic (BORA-hansgrohe), Nelson
Oliveira assumiu-se "satisfeito".
"Fiz aquilo que a equipa
me tinha proposto. Sempre darei o máximo pelo meu líder, não olhando ao meu
resultado. Mais uma vez fiz aquilo que me competia e o que pude para o líder
estar sempre protegido até onde as minhas forças davam. Estes últimos dias
podia ter-me guardado para obter um melhor resultado [no contrarrelógio de
hoje], mas não foi isso que fiz: optei por estar ao lado do líder até não poder
mais", revelou.
Por isso, o experiente
corredor de Vilarinho do Bairro (Anadia), de 35 anos, que hoje foi 19.º no
'crono' e acabou no 73.º lugar da geral, considera que a sua prestação
"foi boa".
"Não pude entrar numa
fuga que me desse destaque, mas estou contente com a minha prestação. É bom ver
um líder no pódio e saber o esforço e todos os sacrifícios que fez para obter
este resultado é algo que compensa. Do meu ponto de vista, gostava de ter feito
mais, mas as forças são o que são. Estou contente com o trabalho que fiz e
daqui agora resta descansar", reforçou.
O regresso aos pódios numa
'grande' de Mas, vice-campeão da Vuelta em 2018, 2021 e 2022, ajuda "a
esquecer alguns maus momentos" vividos pela Movistar, mas, segundo
Oliveira, estes também impulsionaram a equipa espanhola a melhorar e a fazer uma
boa temporada.
Após a euforia das etapas
portuguesas, as cores nacionais perderam "infelizmente" Rui Costa (EF
Education-EasyPost), por queda, e João Almeida (UAE Emirates), um dos grandes
candidatos ao triunfo final, devido à covid-19, mas 'Nelsinho' não sentiu o
peso de ter de representar sozinho a nação.
"Continuei a fazer o meu
trabalho como tinha feito até aí e sei que os portugueses sabem que podem
contar comigo", notou.
Com um registo imaculado em
grandes Voltas -- chegou ao fim nas 21 nas quais alinhou -, Oliveira confessa à
Lusa não ter segredo nenhum para ser totalista.
"Acho que o que nos ajuda
a não desistir é não ter azares. E felizmente até aqui não tive um azar que me
fizesse desistir e pude felizmente terminar até ao dia de hoje todas as grandes
Voltas e que assim continue", concluiu.
Fonte: Record on-line
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