Esloveno igualou Roberto Heras como mais ganhador de sempre da prova espanhola
Por: Lusa
Foto: Reuters
Primoz Roglic ironizou sobre
ser recordista isolado de triunfos na Vuelta antes de lembrar que quatro
vitórias já são "uma loucura" e que é "incrível" que as
três grandes Voltas tenham sido conquistadas por ciclistas eslovenos.
"Seria bom",
respondeu em tom bem-humorado ao ser questionado sobre se gostaria de
conquistar a prova espanhola pela quinta vez e desempatar com o espanhol
Roberto Heras, que hoje igualou como recordista de triunfos.
Depois de lançar um
"nunca é suficiente" em relação ao número de vitórias já somadas na
Vuelta, abandonou a ironia para recordar que "quatro já são uma
loucura".
"São precisos muitos
sacrifícios, não apenas meus, mas da família, de todos à minha volta. Todos nos
sacrificamos, todos vivemos para que isto aconteça. Simplesmente sinto-me feliz
por poder fazê-lo, agradeço o apoio", destacou.
Dizendo estar a
"desfrutar" do quarto cetro na Vuelta, Rogla, que este domingo foi
segundo no contrarrelógio atrás do suíço Stefan Küng (Groupama-FDJ), considerou
incrível que as três grandes Voltas tenham sido conquistadas por eslovenos -
Tadej Pogacar venceu o Tour e o Giro -, algo que apenas outros três países
alcançaram na história do ciclismo: França (1964), Espanha (2008) e Reino Unido
(2018).
Aos 34 anos, somou a quarta
vitória final na Vuelta, depois das alcançadas entre 2019 e 2021, e a quinta
grande Volta da carreira -- também ganhou o Giro'2023 -, à frente do
australiano Ben O'Connor (Decathlon AG2R La Mondiale), segundo na geral a 2.36
minutos, e do espanhol Enric Mas (Movistar), terceiro.
Depois de ter chegado à
liderança da geral graças a uma fuga na sexta etapa, O'Connor defendeu a
camisola vermelha durante 13 jornadas, surpreendeu-se a si próprio por ter
conseguido concluir esta Vuelta na segunda posição. "É como um sonho.
Tinha estado perto antes, mas conseguir agora é algo maravilhoso",
confessou assim que acabou o contrarrelógio da 21.ª etapa e viu confirmado o
estatuto de vice-campeão.
Após ter sentido nervosismo
antes de iniciar o 'crono', o australiano de 28 anos admitiu sentir-se aliviado
por sacudir a "muita pressão" que tinha sobre os ombros. "Eu
fiquei muito surpreendido por ter chegado à etapa 19 ainda com a camisola
vermelha vestida. Foi muito bom ter o 'feeling' de que, talvez, um dia, possa
ganhar uma grande Volta. Antes parecia irrealista, sobretudo depois do Giro,
por isso estar perto [da vitória] aqui é muito especial", destacou.
O ciclista da Decathlon AG2R
La Mondiale foi perentório em afirmar que, antes do início da Vuelta, em 17 de
agosto, em Lisboa, nunca pensou terminar no pódio: "Esperava estar bem mas
não ser segundo".
Quarto na Volta a Itália deste
ano, a mesma posição que ocupou no Tour'2021, O'Connor disse ter aprendido
"a confiar no processo e na intuição". "E também, noutras
alturas, a ser mais esperto e não confiar na minha intuição. Creio que nas grandes
Voltas é preciso escolher os momentos e essa é a maior lição que levo",
completou.
Mais experiente nestas
andanças, como o próprio recordou evocando as suas quatro presenças no pódio da
Vuelta, onde foi segundo em 2018, 2021 e 2022, Enric Mas concluiu a 79.ª edição
em terceiro, depois de ter vivido o seu pior dia. "Não tive boas sensações,
nem força, e tive de conformar-me com o terceiro lugar", afirmou.
O espanhol da Movistar, que
iniciou o 'crono' a nove segundos de O'Connor, revelou que acreditava que
poderia chegar ao segundo lugar, uma vez que a diferença era "muito
pequena" e tinha a sensação de poder anulá-la. "Vinha para vencer, mas
esta Vuelta foi a que mais desnível [acumulado] teve e alcancei outro
pódio", salientou o balear de 29 anos, que acabou a 03.13 minutos de
Roglic e a 37 da segunda posição do australiano.
Fonte: Record on-line
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