sexta-feira, 16 de agosto de 2024

“João Almeida: «Sou um dos principais corredores para a geral, mas não o favorito número um»”


Ciclista português lembra que há concorrência de peso

 

Por: Lusa

Foto: Lusa

João Almeida define-se como "um dos principais ciclistas para a classificação geral" mas não o favorito número um à vitória na 79.ª Volta a Espanha, considerando que o pódio já seria um objetivo atingido.

"Acho que sou um dos principais corredores para a classificação geral. Não diria que sou o favorito número um. Há bastantes. Claramente, viemos para aqui com o objetivo de ganhar a corrida, de discutir a corrida, tanto comigo como com o Adam [Yates]. Se estivermos no pódio, para mim seria objetivo concluído, mas queremos sempre apontar para o número um", declarou.

Numa conferência de imprensa que começou em inglês e prosseguiu em português, João Almeida tinha começado por dizer que "todos os que estão à partida [da Vuelta] têm hipótese de ganhar".

"É a minha primeira vez a fazer Tour-Vuelta, não é fácil de preparar. Não tive a melhor preparação, mas estamos em boa forma. Estamos confiantes e faremos tudo para lutar pela vitória. Temos uma grande equipa para nos apoiar, temos várias cartas para jogar. Penso que vamos começar numa boa posição, temos de ir dia a dia. Qualquer coisa pode acontecer-nos e às outras equipas. Vamos controlar o que podemos controlar", avaliou.

Notando que a UAE Emirates entra em qualquer corrida "para ganhar", o quarto classificado do Tour'2024 nomeou Primoz Roglic, Aleksandr Vlasov, que pode ser colíder da BORA-hansgrohe, e o campeão em título, o norte-americano Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), mas considerou que "há muitos ciclistas que podem lutar por esta Vuelta".

Almeida desvalorizou ainda as declarações de 'Rogla', o tricampeão das edições de 2019 a 2021 que hoje admitiu não estar totalmente recuperado da fratura na região lombar que sofreu numa queda na Volta a França: "nos últimos anos, sempre que falo com ele nas corridas diz que não está a sentir-se muito bem".

O já histórico ciclista português -- foi o primeiro a acabar no pódio da Volta a Itália, ao ser terceiro em 2023 -- não levanta o véu sobre a estratégia da equipa, dizendo que a prova "pode decidir-se em qualquer dia", até numa etapa de vento, e que o calor desempenhará um "papel importante".

"Vamos ter muita montanha, é a grande Volta com mais metros de desnível acumulado", salientou, revelando que gostava de ganhar qualquer etapa mítica, nomeadamente a de Lagos de Covadonga (16.ª).

Para já, o corredor de 25 anos só está a pensar no contrarrelógio de sábado, que vai ligar Lisboa a Oeiras ao longo de 12 quilómetros, não escondendo que gostava de vestir a primeira camisola de líder.

"Não é fácil. Claro que os contrarrelogistas puros têm sempre vantagem num percurso tão rápido como é. Mas, certamente, vamos dar o nosso melhor, todos nós, para chegar na melhor posição possível. E, claro, vai ser a primeira etapa que vai começar já a definir ligeiramente a classificação geral. Portanto, é um dia importante, em que temos de estar focados. Tem de ser todos os dias, mas temos de apontar para esse dia [do 'crono']", analisou.

Depois de ser quarto no Tour, de onde trouxe "confiança e experiência", a trabalhar para Tadej Pogacar, Almeida garante que nesta Vuelta, em que partilha liderança com Adam Yates, "o mindset é quase o mesmo" e explica que só está a participar nesta 'grande' por começar no seu país.

"A Vuelta começar cá em Portugal é a principal razão de fazer a Vuelta. Se calhar, se não começasse cá, teria dado prioridade a outro calendário para recuperar melhor do Tour e poder preparar-me a 100%. Será muito bom para o ciclismo português, a Vuelta é uma grande montra para o país", defendeu.

Sobre o apoio que sentiu na quinta-feira, na apresentação das equipas junto à Torre de Belém, anteviu que se vai estender às três etapas portuguesas da 79.ª edição da prova espanhola, que termina em 08 de setembro, em Madrid.

"O apoio dos portugueses é sempre uma motivação extra. Todas as bandeiras ao longo da estrada e gritarem o meu nome dá sempre motivação extra. Sentir esse apoio dos portugueses é muito especial. [A Vuelta] começando aqui em Portugal, claramente já estava a prever esse apoio. É incrível o apoio que me dão. Sempre muito agradecido", vincou.

Fonte: Record on-line

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