Segundo o britânico, apesar de ambos terem “estilos diferentes” “Eu gosto de atacar cedo enquanto o João gosta de seguir ao seu ritmo”, acabam por completar-se
Foto: Thomas SAMSON / AFP
João Almeida e Adam Yates
trocaram hoje elogios, salientando a relação de respeito que existe entre ambos
e a boa cooperação que esperam ter na 79.ª Volta a Espanha, para a qual os dois
ciclistas partem como colideres da UAE Emirates.
“Se temos o pequeno problema
de saber quem vai ganhar, não vejo problema nenhum. Temos de focar-nos nos
outros candidatos, fazer a nossa própria corrida e tirar partido disso”, reagiu
o português ao ser questionado sobre a liderança repartida da equipa para esta
Vuelta.
A parceria entre os dois tem
dado bons ‘frutos’, como se viu na Volta à Suíça – Yates ganhou e foi secundado
pelo luso -, mas também na Volta a França, com Almeida a dizer que o sucesso se
deve ao facto de haver “respeito e comunicação” e de ambos quererem fazer “o
melhor pela equipa”. “Ganhar eu ou ele, para mim é igual”, garantiu.
Ao seu lado, Adam Yates também
não poupou elogios, recordando que o duo trabalhou “muito bem na Suíça e até no
Tour, embora com funções diferentes”, uma vez que ‘escudaram’ o esloveno Tadej
Pogacar.
“Mostrámos que pode funcionar.
Na Vuelta, é um pouco diferente, o nível é melhor”, ressalvou.
Segundo o britânico, apesar de
ambos terem “estilos diferentes” – “Eu gosto de atacar cedo enquanto o João
gosta de seguir ao seu ritmo” -, acabam por completar-se.
“Antes não tínhamos corrido
muitas vezes juntos, mas este ano sim. Na Suíça, correu muito bem, com primeiro
e segundo [lugares na geral]. Somos bastante honestos um com o outro e isso é o
mais importante”, confidenciou.
Quanto às expectativas para
esta Vuelta, que começa no sábado com um contrarrelógio entre Lisboa e Oeiras,
e termina em 08 de setembro, em Madrid, preferiu não fixar um objetivo: “Não há
um lugar concreto a que possamos aspirar, queremos fazer o nosso melhor e o
resultado será o que for. Não é fácil vindo do Tour”.
Yates lembrou que passaram
apenas quatro semanas desde o final da Volta a França e “não houve muito tempo”
para apurar a forma.
“Vamos ver. Obviamente,
estamos os dois em boa forma, se um de nós puder estar lá em cima e lutar pela
vitória, será fantástico”, concedeu.
Interrogado sobre se quer
lutar pelo pódio, o ciclista de 32 anos, que foi terceiro no Tour2023, disse
que vai depender “das pernas, dos competidores”.
“Há muitos aí que têm melhor
preparação do que nós. Vindo do Tour, não tem sido fácil. Depende mais dos
competidores: sabemos quão bem estamos, resta saber os outros”, pontuou.
Reconhecendo que talvez fosse
mais fácil para a UAE Emirates ganhar se Tadej Pogacar, o campeão de Giro e
Tour, estivesse presente, Yates assumiu que ele e Almeida começam com “um
bocadinho de pressão” por poderem repetir o feito da Jumbo-Visma, que no ano
passado ganhou as três ‘grandes’, e destacou ainda a qualidade do ‘oito’ da UAE
Emirates para esta Vuelta, discordando que seja um problema ter uma equipa
recheada de ‘estrelas’.
“Quanto melhores corredores
tiveres na equipa, melhor qualidade esta tem e mais fácil é para todos. Temos
outros ciclistas em boa condição. Penso que podemos usar isso para nosso
proveito”, defendeu.
Fonte: Sapo on-line
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