Ciclista sagrou-se recentemente, pela terceira vez na carreira, campeão português de fundo
Por: Lusa
Foto: FP Ciclismo
O recém-coroado campeão
nacional Rui Costa queria iniciar a 111.ª Volta a França com mais dias de
competição, mas também vê vantagens em chegar "fresco" à prova onde ainda sonha ganhar novamente uma
etapa.
Menos de uma semana depois de
se ter sagrado, pela terceira vez na carreira, campeão português de fundo, ao
vencer no alto do Castelo de Santa Maria da Feira, o ciclista da EF
Education-EasyPost iniciará no sábado o seu 12.º Tour, com a motivação
adicional de aí estrear a sua nova camisola com as cores nacionais.
Rui Costa chega a Florença,
cidade onde curiosamente conquistou o título de campeão mundial de fundo em
2013, mais confiante, com as duas medalhas somadas nos Nacionais de Estrada -
também foi bronze no contrarrelógio, depois de uma queda na Volta ao Algarve
lhe ter provocado fraturas na escápula e clavícula direitas e o ter deixado
afastado da competição durante praticamente quatro meses.
"É
certo que a queda condicionou muito a primeira fase da temporada para mim. Foi
algo novo, porque nunca tinha estado numa situação idêntica. Os momentos
iniciais foram algo difíceis para mim, mas de qualquer maneira foi preciso dar
a volta. O objetivo sempre foi a longo prazo, pensar sobretudo na recuperação.
A recuperação correu bem, e desde aí foi pensar em treinar, dedicar a 100% e
preparar os objetivos do resto da temporada",
revelou à agência Lusa.
A Volta a França, a corrida
pela qual professa particular adoração, foi sempre o seu grande objetivo de
2024, pelo que o poveiro de 37 anos fez tudo o que podia fazer para se
encontrar nas melhores condições na 111.ª edição, que arranca no sábado, em
Florença, e termina em 21 de julho, em Nice.
"Realmente,
o único que perdi aqui foi os dias de competição. É óbvio que quase parto para
o Tour com sensivelmente 15 dias de competição. Nos outros anos, já tinha
alguns dias a mais. Sem dúvida que, para mim, era importante sair com mais
alguns dias de competição, mas é certo que também saio fresco",
notou.
Essa frescura é, segundo
Costa, importante inclusive para os planos que tem para a restante temporada,
que passam pelos Jogos Olímpicos Paris2024 é um dos pré-convocados, a Volta a
Espanha e o Mundial.
"São
provas que são todas muito encaixadas, é tudo muito seguido. Acho que partir
com esta frescura também é muito importante para aquilo que irei ter pela
frente", estimou.
O novo campeão nacional de
fundo irá alinhar no Tour numa equipa que "vai
muito dedicada a resultados por etapas", embora pretenda
levar Richard Carapaz, o terceiro classificado no Tour2021, "o mais alto possível, quem sabe até um top 3".
Numa EF Education-EasyPost
talhada para lutar por vitórias em tiradas, Rui Costa não esconde que é essa
também a sua ambição a título pessoal, sonhando juntar um quarto triunfo no
Tour ao seu palmarés (venceu duas etapas em 2013 e uma em 2011).
"Cada
regresso que faço ao Tour, é sempre com esse objetivo, de tentar ganhar uma
etapa. Sabe-se o quanto é complicado, talvez as primeiras etapas onde possa
surgir oportunidade [de lutar pela vitória] seja mais adequado, porque, ao
longo do Tour, há sempre pessoal que inicialmente estava para a classificação
geral e depois abdica, devido a alguma situação que aconteça, e intromete-se
depois nas fugas. Estamos a falar de corredores que, às vezes, traziam ambições
para um top 10 e torna-se muito mais difícil fazer frente a esses corredores
numa fuga", perspetivou.
Este ano, particularmente, o
cenário traçado por Rui Costa é mais expectável, dado o lote de corredores "muito interessante" que vai participar nesta edição da 'Grande Boucle'.
"Entre
os que vão lutar pela classificação geral, temos corredores que possam estar
ali na disputa do Tour, apesar de pensar que o [Tadej] Pogacar possa estar
superior a todos eles. O [Jonas] Vingegaard é uma incógnita",
admitiu, referindo-se ao bicampeão em título, que regressará à competição na
Volta a França, após ter estado parado quase três meses, devido a uma queda
grave na Volta ao País Basco.
Além do vencedor do Giro'2024
e antigo bicampeão da 'Grande Boucle' (2020 e 2021), de quem foi colega na UAE Emirates
durante quatro temporadas, o ciclista português acredita que também Primoz
Roglic (BORA-hansgrohe) pode estar na discussão, ao contrário de Remco
Evenepoel (Soudal Quick-Step).
"O
Remco acho que será um bocado mais difícil, apesar de que ele é um corredor
muito forte - já ganhou uma Volta a Espanha. Mas o Tour será algo novo também
para ele e eu acredito que ainda será um bocado prematuro dizer que o Remco vai
disputar a Volta a França. Acredito que talvez o possa fazer, mas será um
bocado difícil lutar pelo pódio. Nós, claro, o 'Richie' Carapaz já nos deu
garantias disso, vamos tentar fazer isso com ele",
concluiu.
Fonte: Record on-line
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