Presença de seis formações do WorldTour não intimidou as equipas nacionais
Por: Lusa
Foto: Figueira Champions
Classic
Casper Pedersen tornou-se este
domingo o primeiro ciclista a inscrever o nome no palmarés da Figueira
Champions Classic, levando a melhor na 'entretida' batalha travada por Soudal
Quick-Step, Intermarché-Circus-Wanty e EF Education-EasyPost no surpreendente
percurso da inédita clássica portuguesa.
Apesar do difícil traçado da
prova, com a inesperadamente dura subida ao Parque Florestal e a belíssima
escalada a Enforca Cães, o triunfo decidiu-se ao sprint, com o ciclista
dinamarquês a impor-se numa luta a 10, para somar a primeira vitória desde que
se mudou para a Soudal Quick-Step e a terceira como profissional. "Claro que, para nós, é muito importante ganhar. Não
corremos apenas para mim hoje, corremos uma corrida aberta, com uma equipa
forte. [...] Sabia que tinha apenas de ficar na frente o máximo de tempo
possível, e os rapazes deram-me a confiança de que eu era um dos mais rápidos
caso chegasse com o grupo pequeno à meta. Finalizar, é incrível",
resumiu Pedersen.
O dinamarquês de 26 anos soube
esperar pelo momento certo para lançar o sprint e levar a melhor na animada
luta travada por Intermarché-Circus-Wanty, que colocou o belga Rune Herregodts
no segundo lugar e Rui Costa no quarto, e EF Education-EasyPost, que viu o
neerlandês Marijn van den Berg ser terceiro.
O público acorreu em massa à 'chamada' da inédita clássica, ignorando
as baixas temperaturas e o vento forte que se fazia sentir para mostrar
efusivamente a sua preferência por Rui Costa, o homem eleito para ser a imagem
da Figueira Champions Classic.
O pelotão tinha pela frente
190 quilómetros, com início e final na emblemática Torre do Relógio, que
incluíam seis prémios de montanha após a entrada no circuito final, percorrido
três vezes: uma primeira categoria no Parque Florestal (cruzada ao quilómetro 109,6,
ao 139,7 e ao 169,8), e uma segunda em Enforca Cães (aos 123,5, aos 153,6 e a
apenas 6,3 quilómetros da meta).
A presença de seis formações
do WorldTour não intimidou as equipas nacionais, que lançaram para a fuga do
dia os portugueses Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Gaspar
Gonçalves (Efapel), Afonso Silva (Kelly-Simoldes-UDO), Carlos Salgueiro (AP
Hotels&Resorts-Tavira-Farense) e Alexandre Montez (Credibom-LA
Alumínios-MarcosCar) e os espanhóis Sergio García (Glassdrive-Q8-Anicolor) e
Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho).
Os sete colaboraram para
construir uma vantagem confortável, que aos 57 quilómetros rondava os cinco
minutos, mas que 30 quilómetros mais adiante já estava abaixo dos três, graças
ao trabalho da Intermarché-Circus-Wanty no pelotão.
Foram as duas primeiras
escaladas ao Parque Florestal, onde uma multidão se acumulou, rivalizando em
número, por exemplo, com os melhores anos recentes da subida à Senhora da
Graça, que 'condenaram' a fuga, com os seus 'cotovelos' apertados, estradas
estreitas e íngremes.
A diferença dos fugitivos caiu
bruscamente na primeira ascensão - na primeira passagem pela meta, já estava
reduzida a 50 segundos e a fuga foi definitivamente anulada aos 137
quilómetros, permitindo que, logo de seguida, se lançassem à aventura, no
espetacular percurso, Rémi Cavagna (Soudal Quick-Step), Oscar Onley (DSM),
Merhawi Kudus (EF Education-EasyPost), Quinten Hermans (Alpecin-Deceuninck),
Mathias Vacek (Trek-Segafredo) e Herregodts.
Os seis nunca foram muito
longe, com a diferença para o pelotão a ser inferior a um minuto, muito devido
ao trabalho da EF Education-EasyPost, que, embora tivesse um representante na
frente, assumiu a perseguição. Na derradeira escalada ao Parque Florestal,
Cavagna e Herregodts isolaram-se, mas acabariam alcançados por homens vindos de
trás, com um grupo restrito, no qual seguia Costa, a chegar à subida do Enforca
Cães em condições de discutir a vitória.
Após várias 'escaramuças' na última dificuldade da
jornada, a discussão da vitória na primeira edição da Figueira Champions
Classic foi feita entre 10, com o 'veloz' Casper Pedersen a superiorizar-se a
Herregodts e a Van den Berg.
O favorito Rui Costa, que se
refugiou no autocarro da equipa mal cortou a meta, foi quarto, com as mesmas
04:35.54 horas do vencedor. Se o corredor da Intermarché-Circus-Wanty foi o
melhor português, Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor) foi o melhor
representante das equipas nacionais, na 25.ª posição, a 01.34 minutos.
Fonte: Record on-line
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