'Imparável' holandesa venceu a 7.ª etapa de forma demolidora
Por: Lusa
Foto: EPA
A ciclista holandesa Annemiek
van Vleuten (Movistar) deu este sábado mostras da sua superioridade com um
ataque de longe para vencer a sétima etapa da Volta a França feminina,
ascendendo à liderança da geral com larga vantagem.
A campeoníssima de 39 anos
cumpriu os 127,1 quilómetros entre Sélestat e Le Markstein em 3:47.02 horas,
trucidando todo o pelotão, que abaixo do top 10 chegou todo mais de 10 minutos
mais tarde, num ataque que ficará na história do ciclismo feminino.
Outra holandesa, Demi
Vollering (SD Worx), foi quem chegou mais perto, em segundo a 3.26 minutos, com
Cecilie Uttrup Ludwig (FDJ-Suez-Futuroscope) no terceiro lugar, a 5.16.
O ataque de Van Vleuten foi
belo na sua simplicidade: mais de 60 quilómetros escapada, começando pela
primeira de três subidas de primeira categoria, a lembrar os arranques de
grandes campeões do passado, de Fausto Coppi a Chris Froome ou Alberto
Contador, em etapas que lhes definiram a carreira.
Também esta pode ter o mesmo
efeito para a veterana, que já venceu este ano a Volta a Itália e pode
juntar-lhe o Tour, uma vez que tem, à entrada para a última etapa, 3.09 minutos
de vantagem para Vollering e 4.20 para a polaca Katarzyna Niewiadoma
(Canyon-SRAM), terceira.
"Foi
uma montanha-russa. Estive mesmo doente e depois conseguir ganhar aqui assim...
é lindo ganhar a solo aqui", descreveu a vencedora,
notando um percurso semelhante a muita da sua carreira: conseguir os mais altos
feitos, mas também, aqui e ali, sofrer os mais duros revezes.
Em julho de 2021, achou que
tinha conquistado o ouro olímpico na prova de fundo de Tóquio2020, sem se
aperceber que a austríaca Anna Kiesenhofer tinha resistido na frente e já
vencido a corrida.
Recuperou, mais uma vez, e
venceu o ouro no contrarrelógio, juntando as medalhas olímpicas a oito em
Mundiais de estrada, três de ouro, mais uma em Mundiais de pista, e um ouro em
campeonatos da Europa.
Pelo meio, como várias vezes
na carreira, sofreu fraturas durante a Paris-Roubaix inaugural, em outubro de
2021, recuperando mais uma vez para voltar ao melhor nível um 'iô-iô' demasiado frequente.
É quase fastidioso ler a lista
de resultados importantes que alcançou, de três vitórias no Giro Rosa, em 2018,
2019 e 2022, com 13 etapas conquistadas, uma série de outras provas por etapas,
duas Voltas à Flandres, duas Liège-Bastogne-Liège, uma delas este ano, duas
Strade Bianche e uma infinidade de outros triunfos, com 93 listados na carreira
profissional ao longo dos anos - e a história só terminará no fim de 2023, um
ponto final já anunciado.
A Volta a França feminina
termina no domingo com novo dia de alta montanha, e logo na nova subida da moda
do ciclismo francês, com 123,3 quilómetros entre Lure e a meta na La Super
Planche des Belles Filles, última de três subidas categorizadas, no último mês
palco no Tour masculino e na Volta à Alsácia.
Fonte: Record on-line
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