Por: SIF // AMG
O francês Victor Lafay venceu
hoje a oitava etapa da Volta a Itália em bicicleta, encerrando um jejum de 11
anos da Cofidis na prova, num dia em que Nelson Oliveira (Movistar) voltou a
ficar perto do triunfo.
Lafay, de 25 anos, cumpriu os
170 quilómetros entre Foggia e Guardia Sanframondi em 4:06.47 horas, fazendo
vingar a muito disputada fuga do dia, com nove elementos, após uma aceleração
na subida até à meta.
O italiano Francesco Gavazzi
(EOLO-Kometa) acabou no segundo lugar, a 36 segundos, e o alemão Nikias Arndt
(DSM) no terceiro, a 37, com Nelson Oliveira a 41 e João Almeida
(Deceuninck-QuickStep) no 10.º lugar, primeiro do pelotão, a 4.48 minutos.
Nas contas da geral, o húngaro
Attila Valter (Groupama-FDJ) chegou junto dos restantes candidatos e segura a
liderança da geral, à frente do belga Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep),
segundo a 11 segundos, e do colombiano Egan Bernal (INEOS), terceiro a 16
A discussão da etapa começou
praticamente ao quilómetro zero, após uma hora de acirrada competição pela
formação da fuga do dia, com Ruben Guerreiro (Education First-Nippo) a tentar,
entre dezenas de ciclistas que procuravam atacar, apenas para o pelotão, por
uma ou outra razão, entre as várias equipas, os apanhar.
Acabou por vingar uma escapada
com Nelson Oliveira, mas também o ‘sprinter’ colombiano Fernando Gaviria (UAE
Emirates), a apontar aos ‘sprints’ intermédios para procurar aproximar-se da
liderança da classificação dos pontos, hoje órfã do líder após o abandono do
australiano Caleb Ewan (Lotto Soudal).
Nos últimos 10 quilómetros, e
já depois de Gaviria cair na descida, acabando por perder força para
acompanhar, a luta ‘aqueceu’, com Nelson Oliveira muito envolvido a tentar
‘abafar’ ataques dos rivais.
Ele próprio ainda tentou uma
aceleração, a 8,2 quilómetros da meta, mas quem acabou por sair foi o italiano
Giovanni Carboni (Bardiani-CSF-Faizanè) e o belga Victor Campenaerts (Qhubeka
ASSOS), além do francês Alexis Gougeard (AG2R Citroën), deixando o luso na
perseguição.
Esse trabalho do português
acabou por beneficiar Victor Lafay, que acabou por se isolar da perseguição,
alcançar Carboni, já sozinho na frente, e depois descolar a dois quilómetros da
meta.
A vantagem só aumentou até
final, numa vitória autoritária do jovem, que se estreia como profissional,
dando à Cofidis uma primeira vitória no Giro desde 2010, e a primeira em
grandes Voltas desde 2019 para a equipa que este ano é de escalão WorldTour. A
França, de resto, também não vencia na ‘corsa rosa’ desde há dois anos.
"Sabia que os outros não
eram trepadores, mas o Nelson Oliveira era o melhor, mantive-me de olho nele.
Tinha confiança nas minhas pernas e ataquei a três quilómetros [foi a 2,4
quilómetros da meta], e não consigo acreditar, ainda, que ganhei. [...] O dia
foi muito duro, com dificuldade em entrar na fuga. Depois, o pelotão deu-nos
sete minutos e deu para recuperar", explicou.
Atrás, Gavazzi carimbou o 31.º
segundo lugar da carreira, enquanto Nelson Oliveira, num dos melhores momentos
de forma da carreira, voltou a ficar perto, como na quarta etapa, mas não
conseguiu lá chegar.
Na luta pela geral, as equipas
iam impondo um ritmo alto, para ‘ameaçar’ Attila Valter, mas uma queda no
pelotão, envolvendo o espanhol Pello Bilbao (Bahrain Victorious), acabou por
ser a única coisa a fazer diferenças de tempo.
O espanhol cedeu alguns
segundos, assim como o australiano Jai Hindley (DSM), segundo em 2020, na
sequência desse momento, mas de resto todos os favoritos chegaram ao mesmo
tempo, com João Almeida a liderar o grupo para fechar o ‘top 10’.
O português subiu um posto
para o 25.º lugar, a 4.49 minutos da 'maglia rosa' que vestiu por 15 dias no
ano passado, enquanto Ruben Guerreiro, hoje 42.º, se mantém em 28.º, a 6.11.
Nelson Oliveira subiu quatro lugares, para o 33.º posto, a 11.02.
No domingo, a nona etapa liga
Castel di Sangro a Campo Felice em 158 quilómetros, com a chegada em alta
montanha, numa tirada com uma contagem de terceira categoria, duas de segunda e
outra de primeira, a coincidir com a meta.
Fonte: Lusa
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