Português vai trabalhar para Alaphilippe mas não esconde poder ser a surpresa da Deceuninck-QuickStep
Foto: Getty Images
João Almeida poderá ser o
elemento surpresa da Deceuninck-QuickStep no próximo domingo na
Liège-Bastogne-Liège, monumento que venceu há três anos em sub-23, embora o
ciclista português esteja empenhado em trabalhar para o triunfo do seu colega
Julian Alaphilippe.
"Depois de estar um mês
sem correr, as sensações são muito boas, mas quero ver como me encontro na
corrida. O objetivo será vencermos a corrida com alguém, penso que o Julian é o
mais forte. Vai ser uma corrida muito difícil. Muitos corredores bons vão estar
na discussão e vai ser um pouco aberta, eu acho", analisou esta
sexta-feira o jovem português, numa videoconferência promovida pela equipa
belga.
Na antevisão da Decana, a mais
antiga das cinco clássicas classificadas como monumentos do ciclismo, João
Almeida não excluiu a hipótese de, no próximo domingo, nos 259,1 quilómetros
com partida e chegada à cidade belga de Liège, poder ser o elemento surpresa da
Deceuninck-QuickStep.
"Talvez sim, mas nunca se
sabe, é só um dia. Claro que se houver uma oportunidade para preparar o caminho
para poder ajudar o Julian ou a equipa a vencer, taticamente acho que seria
bom", admitiu o primeiro (e único) ciclista português a vencer a corrida
de sub-23 da Liège-Bastogne-Liège, em 2018.
Com o campeão do mundo ao seu
lado, Almeida confessou que tem "outro sabor" poder estar ao lado de
Alaphilippe, com quem só teve oportunidade de correr esta temporada,
"depois de quase dois anos na equipa".
"Poder estar ao lado dele
é emocionante, fazer parte deste trabalho e desta equipa", completou.
O elogio foi retribuído pelo
francês, que há dois dias venceu a Flèche Wallone e que no domingo espera
fechar em glória 'Tríptico das Ardenas', depois de também ter sido sexto na
outra clássica, a Amstel Gold Race, que o compõe.
"[Almeida] é um grande
corredor. Demonstrou todo o seu talento desde que chegou à equipa, tem um
grande caráter, mas também é um rapaz gentil, simples e que trabalha muito na
bicicleta, que tem vontade de aprender. É um prazer. Estou a adotar um tom de
'velho', mas penso que posso servir-lhe de exemplo, e que, em algumas ocasiões,
posso servir como motivação para ele. Ele é verdadeiramente superforte e ainda
só agora estamos a começar a ouvir falar dele. Penso que vai continuar a
progredir", avaliou.
Loulou, o mais conceituado dos
ciclistas franceses da atualidade e uma das maiores figuras do pelotão
internacional, considerou ainda que o seu companheiro português será "uma
peça importante" na Deceuninck-QuickStep no domingo, já depois de recordar
o Giro "extraordinário" do jovem de A-dos-Francos (Caldas da Rainha),
de 22 anos.
A Volta a Itália foi
precisamente outros dos temas abordados por Almeida, que disse estar "em
muito boa forma" para tentar repetir a performance na última edição da
corsa rosa, na qual foi quarto classificado, após ter andado 15 dias com a
camisola de líder.
Reconhecendo que Portugal
entrou no radar do ciclismo com a sua prestação no Giro e que a sua vida em
termos mediáticos mudou "completamente", o único português da melhor
equipa do mundo assumiu que "continuar com bons resultados e a discutir
corridas é um sonho tornado realidade".
Almeida vai liderar a
Deceuninck-QuickStep na próxima Volta a Itália, que decorre entre 8 e 30 de
maio, na qual a equipa belga contará também com Remco Evenepoel, um dos
prodígios da nova geração.
Fonte: Record on-line
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