Foto: Nuno Veiga/Lusa
As sete equipas do escalão
Continental Profissional em Portugal contactadas pela Lusa manifestaram
disponibilidade e vontade de prolongar a época de ciclismo até outubro, face à
necessidade de corridas para minimizar o impacto económico provocado pela
pandemia da COVID-19.
Com a Volta a Portugal
elencada como essencial pelos diretores desportivos, pelo impacto económico e
de retorno mediático que traz, a possibilidade de se correr durante mais tempo
do que o normal, para lá de agosto e até setembro ou mesmo outubro, é acolhida
pelos vários dirigentes.
Pelo caminho, devido à
expansão da pandemia, ficaram provas canceladas ou adiadas, como a Volta ao
Alentejo ou várias clássicas nacionais de primavera, enquanto a União Ciclista
Internacional (UCI) ordenou a suspensão de todo o ciclismo até 31 de maio.
A Federação Portuguesa de
Ciclismo tem estudado vários planos para reorganizar os calendários num país
que acolhe, nas várias vertentes e escalões, cerca de 800 eventos por ano.
A ideia, que o presidente
Delmino Pereira afirma à Lusa estar em cima da mesa, recolhe parecer positivo
porque "é uma mais valia" e permite "compensar de alguma forma a
época e os patrocinadores, que precisam de rentabilidade".
Quem o diz é o diretor
desportivo da Aviludo-Louletano, Jorge Piedade, que espera que
"organizadores de corridas e a federação façam essa proposta".
Para já, a situação está
normal, mas sabemos que terá implicações. "Temos de aguardar e ver o que
acontece, estamos preparados. Mas era importante as pessoas saberem que
realmente vai haver provas, que a época vai ser prolongada, [porque] é uma
garantia para que os patrocinadores possam fazer um esforço", reforça à
Lusa Joaquim Andrade, que dirige a equipa do Feirense.
Joaquim Andrade lembra ainda
que Portugal é "um país com todas as condições para prolongar o calendário
pelo menos até ao final de outubro".
"O nosso país tem
normalmente o final da época ali por agosto, e é um desperdício não aproveitar
o mês de setembro e parte de outubro, porque têm condições excelentes para a
prática do ciclismo. Esperemos que isto sirva, ao menos, para tirar algumas
lições", acrescenta.
Rúben Pereira, da Efapel, e
Manuel Correia, da Kelly/InOutBuild/UDO, concordam num possível reajustamento
das datas da Volta, marcada para decorrer de 29 de julho a 11 de agosto, com
Pedro Silva, da Miranda-Mortágua, a lembrar que "não há só o mês de
agosto" para acomodar provas.
O novo coronavírus,
responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de 1,5 milhões de
pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil. Dos casos de infeção,
mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em
dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização
Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Fonte: Sapo on-line
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