Por:
Lusa
Foto:
Público
O
português Belmiro Silva acredita que o britânico Geraint Thomas pode bater o
seu recorde de triunfos na Volta ao Algarve, mas não vê nenhum português a
conseguir chegar aos três triunfos num futuro próximo.
Belmiro
Silva venceu a Algarvia em 1977, 1981 e 1984, um recorde de três triunfos que
pode ser este domingo igualado por Thomas, vencedor em 2015 e 2016 e que parte
para a última etapa com uma vantagem de 22 segundos sobre o polaco Michal
Kwiatkowski, seu colega na Sky, e 32 sobre o português Nelson Oliveira
(Movistar).
"É
sempre bom recordar estes momentos e é um recorde que já vem há muitos anos.
Hoje pode ser igualado, mas perante os portugueses o meu recorde ainda se vai
manter durante alguns anos. Vai ser igualado por um estrangeiro, que é um rapaz
novo, tem possibilidades de bater o recorde e passar para quarta vitória.
Perante os portugueses o meu recorde ainda se vai manter durante alguns
anos", disse Belmiro Silva à agência Lusa.
Vencedor
da Volta à Portugal em 1978, Belmiro Silva tem, além do tri na Volta ao
Algarve, um segundo e um terceiro lugar, um palmarés que lhe "dá alguma
satisfação, algum orgulho".
"Pode
vir a acontecer, mas enquanto houver esta concorrência internacional será um
bocado difícil um português - a não ser ao serviço de uma equipa estrangeira -
poder vir a vencer", admitiu.
Olhando
para o ciclismo das décadas de 70 e 80 e para o atual, Belmiro Silva considera
que "há uma diferença", com os atletas a terem "um apoio moral
diferente".
"Na
altura também tínhamos o que era bom, mas, comparado com o de hoje, os atletas
andam quase levados ao colo. Hoje fazem grandes corridas, boas médias, as
estradas ajudam, as máquinas são totalmente diferentes. O ciclismo evoluiu e
ainda bem. A verdade é que eles estão a fazer coisas bonitas. Na nossa altura
era um bocado mais sacrificado. Mas também posso dizer que a minha época
comparada com a dos anos 60 já tivemos outra estabilidade. Eles tinham de
correr com o boyau [câmara de ar] às costas e parar para mudar o boyau era
muito difícil", recordou.
Fonte:
Record on-line
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