quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

“Ruben Guerreiro não se vê como sucessor de Rui Costa”

O ciclista da Trek-Segafredo está a cumprir a sua primeira temporada na elite do ciclismo mundial.
Foto: Chris Graythen / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
O português Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo), que está a cumprir a sua primeira temporada na elite do ciclismo mundial, rejeitou esta quinta-feira as comparações com Rui Costa e confessou estar preparado para lutar pela geral da 43.ª Volta ao Algarve.
"O Rui Costa é um excelente corredor, dos melhores de sempre em Portugal. Espero fazer a minha carreira, mas não penso conseguir nem metade do que ele conseguiu”, argumentou à agência Lusa o mais promissor dos corredores da nova vaga do ciclismo nacional, negando que possa vir a ser o sucessor do campeão do mundo de fundo de 2013.
Ruben Guerreiro fica tão desconfortável com as comparações, como com a inesperada atenção dos média. Pouco à vontade em entrevistas, o jovem da Trek-Segafredo lá vai assumindo que a sua estreia no WorldTour, no Tour Down Under, foi quase perfeita.
“A corrida começou muito bem [foi líder da juventude], mas depois fui atraiçoado por um problema nos dentes [do siso]. Recuperei depois da viagem da Austrália, fiz bons treinos e aqui estou com a minha equipa. Espero fazer uma boa corrida”, disse.
Na sua primeira ‘Algarvia’, o jovem de 22 anos recebeu ‘carta verde’ da equipa para estar na luta pela geral da prova que termina no domingo, no alto do Malhão (Loulé).
“Vou tentar. Tenho abertura para isso, mas o principal objetivo é ganhar etapas com o [John] Degenkolb. Vou ter oportunidade de lutar pela geral, mas vamos dia a dia”, acrescentou.
Guerreiro defendeu que estar entre a elite do ciclismo não é bem um sonho, mas sim algo para que trabalhou durante muito tempo, de forma árdua. Ainda assim, o ciclista de Pegões Velhos (Montijo) não esconde o fascínio que sente por ser colega de equipa do espanhol Alberto Contador, vencedor de sete grandes Voltas.
“É muito motivante. Tento aprender sempre com eles. Ainda não tive possibilidade de estar muito tempo com o Alberto. Estou aqui com o Degenkolb, que é um excelente líder. Muda completamente o espírito de equipa, cria uma boa dinâmica e acho que podemos mostrar isso estes dias”, considerou.
Depois de, em 2016, ter dado nas vistas na Volta à Califórnia, ainda com as cores da Axeon Hagens Berman, o campeão nacional de fundo de sub-23 vai repetir a presença na prova norte-americana, estando também prevista a sua participação na Volta ao País Basco e nas clássicas das Ardenas.
“Espero ter as minhas oportunidades para crescer em grandes corridas, com o Alberto [Contador]. Espero que seja uma belíssima experiência”, admitiu.
Para já, Guerreiro sabe que não estará nem no Giro, nem no Tour, mas admite que a Vuelta não está descartada. “Depende do resto da temporada”, advertiu.
Ainda a habituar-se às expectativas que recaem em si, o ciclista da equipa norte-americana prefere não sonhar muito alto quanto aos seus objetivos a curto/médio prazo.
"Só gostava de não cair muito e de não ter muitas lesões. Tenho sido um bocado atraiçoado pelas lesões. Ambição tenho, esperemos para ver onde posso chegar”, concluiu.
Fonte: SAPO Desporto c/ Lusa

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