O Grupo Desportivo
e Recreativo de Montemuro/Mafra, levou para a estrada este último domingo de
agosto dia 28, o seu 15º passeio de cicloturismo, denominado de “Rota do
Queijo”, um evento que fazia parte do calendário oficial da Federação
Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB).
Montemuro,
bem cedo começou a receber os participantes, que começaram a concentrar no
campo de futebol local, com a confirmação das inscrições, reviver alguns
momentos entre amigos, dois dedos de conversa, tudo antecipou a partida, que
foi dada pelas 9,30, 50 quilómetros para percorrer era o trajeto escolhido, de
dificuldade alta, com passagem por Rogel, Stº Estevão das Galês, Avessada,
Malveira, São Martinho, Milharado, Póvoa da Galega, Vale São Gião, Casais da
Serra, aqui tempo de paragem para restabelecer, e comer uma fruta e beber umas
bebidas, já que o calor começava a aparecer, depois de se ter iniciado a manhã
de pedaladas, com o tempo nublado, e até algum frio.
De
regresso á Estrada, seguiu-se direito Ribeiradas, Póvoa da Galega, Vale de São
Gião, Venda do Pinheiro, Asseira Pequena, Stº Estevão das Galês, Rogel, e
Montemuro, onde o pelotão chegou cerca das 12,30.
Num
passeio marcado por um excelente tempo, onde o calor se fez sentir já quase no
final, algum vento ao longo do percurso, apenas foi marcado pelo trajeto com
alguma dificuldade, principalmente já quase no final na subida da Asseira
dificuldade, numa zona de sobe e desce, sem grande possibilidades de melhor
percurso, já que a zona acidentada que é, assim deu origem, porem, esse não foi
motivo forte para desamimar ou desistir, com os cicloturistas a pedalarem a bom
ritmo, e a superar todas as dificuldades apresentadas pela frente, apenas
alguns picos, onde alguns cicloturistas tiveram de fazer o percurso a pé, mas
neste passeio não podemos deixar passar em branco uma presença, um
cicloturistas muito jovem, o Rafael com apenas 10 anos de idade, que começou a
cerca de 1 ano a pedalar, conseguiu fazer quase na totalidade o percurso de
grande dificuldade, a rolar sempre na frente, e apenas nos últimos 2 quilómetros
ficou para trás, algo que era aceitável, e são estes miúdos que necessitam de
apoio, de incentivo, já podem ser os grandes ciclistas do futuro.
Olhando
o evento
Agosto
despediu-se assim com mais um grande passeio, Montemuro, já uma considerada uma
clássica por muitos, mais um ano marcou todos os que estiveram presentes, a
organização tentou dar o seu melhor, o andamento marcado para pedalar foi
aceitável, num trajeto especialmente com estas características, que proporciona
muitas dificuldades.
Mas
no final, o esforço foi compensado por um bom e apetitoso almoço, onde não
faltou o tradicional e tão afamado queijo fresco de Montemuro, que deliciou os
participantes, no seu tão afamado passeio a “Rota do Queijo”, com um almoço
servido em grande, uma excelente sopa da pedra, e um belo porco no espeto, num
convívio que se estendeu tarde dentro em grande confraternização, com ainda
lembranças distribuídas a todos os participantes.
E
agora fica aqui um pouco da história do local:
Montemuro,
situado no sopé da Serra de Montemuro a mais alta do concelho de Mafra, rodeada
por serras e vales, tem uma magnifica vista para o Rio Tejo e para o vale de
Loures, é também agraciada com a bela paisagem de Sintra e do azul e cintilante
Oceano Atlântico.
É
uma pequena aldeia que vivia dos trabalhos do campo, na aldeia produzia-se os
cereais para fazer o bom pão, as palhas para os animais se alimentarem durante
o verão, porque de inverno o alimento era mais abundante, todo o tipo de
horticultura, e também era feito a recolha do leite, uma parte ia para a
cooperativa e a outra era para fazer os bons queijos. Foi nesta aldeia de
Montemuro, que nos anos 60 sairão os primeiros queijos frescos, para a então
Vila de Loures e para a cidade de Lisboa. Os queijos frescos eram feitos pelas
mulheres da aldeia, através do leite retirado dos animais que tinham para este
propósito, que eram, ovelhas e cabras com este leite faziam os deliciosos
queijos que eram vendidos de porta em porta quer na então Vila de Loures, quer
em Lisboa, Os queijos frescos eram transportados em caixas de madeira com
algumas prateleiras, onde eram postos com muito cuidado para não se partir e
ficassem direitos Mas com o passar dos anos esta tornou-se uma indústria com
alguma dimensão, hoje já existem várias fábricas, umas familiares outras já
como indústria de grande dimensão.
Montemuro
é uma aldeia simpática, mas como todos nós, ela também mudou, os campos
deixaram de ser cultivados, devido á falta de rendimento na produção, a
população mais idosa foi obrigada a deixar os campos por falta de forças, e os
mais novos saíram na expectativa de uma vida melhor porque o trabalho no campo
não chegava para sobreviver e sustentar a família, e então ouve necessidade de
procurar novas formas de vida fora da aldeia.
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