Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
De 10 a 16 de março, o pelotão
do World Tour está na estrada a fazer a Tirreno-Adriatico 2025. Esta é por si
só uma das mais importantes corridas por etapas do ano, mas serve
simultaneamente de preparação para as clássicas da primavera e também de teste para
a Volta a Itália. Fazemos a antevisão da 3ª etapa da prova.
O terceiro dia de corrida é um dia misto, com muitos cenários possíveis para decidir a etapa. Os 240 quilómetros em cima da bicicleta farão com que seja um dia longo e desafiante, com algumas subidas no menu. Um pequeno sprint de grupo ou um ataque tardio poderão mesmo decidir o dia.
3200 metros de acumulado ao
longo do dia, irão concerteza deixar as suas marcas nas pernas dos ciclistas. O
pelotão deve permanecer com as coisas bastante calmas até aos quilómetros que
antecedem a subida final. Deverá ser feita uma aproximação bastante rápida à
última subida do dia, uma vez que a secção mais difícil aparece logo no inicio
da mesma.
1,6 quilómetros a 9% abrem as hostilidades, terminando a 20,8 quilómetros da meta. Uma subida tentadora, mas que depois se torna quase totalmente plana durante cerca de 9 quilómetros. Os últimos 7 quilómetros da subida têm uma média de cerca de 5%. Esta não será uma subida para se fazerem grandes diferenças, mas será sem dúvida muito tática.
As inclinações permitem muito
slipstreaming e, por isso, os principais ciclistas da geral deverão estar bem
marcados. Há a oportunidade de alguns ciclistas da geral de tentarem ganhar a
etapa, mas isso poderá depender da ocasião e da sorte. Para além disso, a falta
de uma inclinação elevada na fase final da subida permite que os corredores de
clássicas e os puncheurs que se aguentem até aqui, tenham um terreno favorável
para tentarem uma vitória.
A subida termina quando faltam apenas 4 quilómetros para o final e metade do percurso até à meta será em descida... Organizar uma perseguição até à linha de meta será muito difícil e qualquer ciclista que tenha uma vantagem poderá chegar à vitória. O final em Colforito não é técnico e os últimos quilómetros são simples, pelo que as hipóteses de ver um sprint de um pequeno grupo a decidir o resultado do dia também são elevadas.
Os
Favoritos
A forma como esta etapa se irá
desenrolar é uma questão muito interessante. Em termos normais, mesmo um
pequeno sprint do pelotão seria e é possível na meta com uma subida destas. Mas
com a extensão da etapa e o mau tempo, alguns homens passarão dificuldades e a
subida final irá ser pesada. Ainda assim, a grande questão reside no impacto
que terá. Não haverá ataques sérios na primeira parte íngreme da subida, uma
vez que nos quilómetros seguintes, planos, é fácil perseguir qualquer tentativa
de homens que lutem pela CG - enquanto os "puncheurs" queimariam as
pernas antes da parte chave da etapa. Assim, os últimos 7 quilómetros são os
mais importantes. Os 5% de inclinação média significam uma velocidade média de
cerca de 30 km/h, onde o slipstreaming faz uma enorme diferença.
Como a subida não é íngreme,
os ciclistas mais pesados não serão muito castigados e, se seguirem as rodas,
podem de facto aguentar-se. Os trepadores puros terão dificuldade em fazer a
diferença e, provavelmente, irão marcar-se uns aos outros. Filippo Ganna lidera
a classificação geral no dia e se ele se aguentar será uma ameaça tanto para
uma vitória a solo como ao sprint. Puncheurs como Tom Pidcock, Marc Hirschi ou
Romain Grégoire podem ter a explosividade que será necessária para criar um
corte sobre as outras figuras fortes aqui, enquanto um ciclista agressivo como
Ben Healy irá certamente jogar as suas cartas. Outros homens como Gianni
Vermeersch, Valentin Madouas, Toms Skujins, Attila Valter e Simone Velasco
terão liberdade para tentarem um bom resultado.
Mas e se tivermos uma chegada
ao sprint? Para além de alguns dos ciclistas acima mencionados, podemos ter
homens como Alex Aranburu ou Andrea Vendrame e Dorian Godon da AG2R a chegar ao
topo. Finalmente, temos Mathieu van der Poel, que pode aguentar e atacar no
topo da subida, ou mesmo ir para um sprint no final e será um dos principais
outsiders do dia.
Relativamente aos trepadores,
não será fácil fazerem a diferença. Juan Ayuso está em excelente forma e pode
realmente tentar e ter sucesso, mas ele é o único que pode ser capaz de fazê-lo
com base na pura potência. Ciclistas como Richard Carapaz e Giulio Ciccone são
muito explosivos e provavelmente tentarão mexer com a corrida se tiverem
pernas.
Do lado dos ciclistas mais
oportunistas, há homens que podem fazer um ataque tardio e depois seguirem para
a vitória. Temos homens como Pello Bilbao, Derek Gee, Laurens de Plus, Eddie
Dunbar ou mesmo Isaac del Toro se a UAE usarem os números em vez de estarem ao
trabalho.
Kévin Vauquelin, António
Tiberi, Einer Rubio, Jai Hindley, Mikel Landa, Valentin Paret-Peintre, Simon
Yates, Adam Yates e Lorenzo Fortunato também deverão estar no grupo final. É o
dia para que um ataque bem cronometrado possa ter exito no final.
Previsão
Tirreno-Adriatico 2025 3ª etapa:
*** Tom Pidcock, Ben Healy,
Mathieu van der Poel
** Pello Bilbao, Juan Ayuso,
Marc Hirschi, Romain Grégoire
* Kévin Vauquelin, Richard
Carapaz, Derek Gee, Giulio Ciccone, Valentin Paret-Peintre, Mikel Landa,
Filippo Ganna, Eddie Dunbar, Adam Yates, Simon Yates, Isaac del Toro, Alex
Aranburu, Dorian Godon, Andrea Vendrame
Escolha: Ben Healy
Como: Ataque tardio e vitória
a solo.
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