Atleta portuguesa está completamente focada em representar Portugal no ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos Paris 2024
Por: Lusa
A portuguesa Maria Martins
está este ano completamente focada em representar Portugal no ciclismo de pista
nos Jogos Olímpicos Paris2024, com a estrada de parte pela primeira vez, revela
em entrevista à Lusa
"Este
ano, os Jogos são o meu principal objetivo. Não estou associada este ano a nenhuma
equipa de estrada. Foi uma decisão tomada à força e, entre aspas, porque teve
de ser. Mas até acabou por ser uma decisão inteligente da minha parte",
começa por dizer a jovem de 24 anos.
Oitava em Tóquio2020, no
concurso olímpico do omnium, Tata é a grande pioneira do ciclismo de pista
feminino, sendo suas as primeiras medalhas em praticamente todas as competições
de relevo - dois bronzes em Mundiais, mais dois em Europeus e o título
continental de scratch em 2023.
Também na estrada soma
títulos, como os Nacionais de fundo de 2021, e correu em 2023 pela
Fénix-Deceuninck, no WorldTour, mas a indecisão sobre a continuidade da equipa
belga prolongou-se demasiado tempo, considera a portuguesa, e acabou por
deixá-la de fora do pelotão.
"Não
é fácil. Tenho menos competição, menos ritmo competitivo, competições onde se
ganha forma. Mas também acabo por não correr riscos, de quedas e lesões",
refere.
Sem querer passar pelo "desgaste" de entrar numa equipa nova tão perto de
Paris2024, a verdade é que a temporada de clássicas que se vai disputando por
estes dias, a sua preferida, acaba por fazer com que custe "estar deste lado".
"Tenho
evitado um bocado ver ciclismo, nos últimos tempos. Ainda assim, tenho
conseguido lidar bem com toda esta questão",
conta à Lusa.
O amor às clássicas fica bem
patente nos resultados de 2023, com um terceiro lugar no Troféu Maarten
Wynants, o quarto no Grande Prémio EcoStruct e quintos lugares na Ronde de
Mouscron, Grote Prijs Beerens, ZLM Omloop e Antwerp Port Epic, além de 'top 20'
em várias das provas de um dia de WorldTour.
Entre os planos do
selecionador Gabriel Mendes, para compensar com outras provas a ausência do
ritmo e forma da estrada, e a ambição de repetir o diploma no regresso,
encaminhado, aos Jogos Olímpicos, a jovem da Moçarria mantém-se motivada.
"A
aproximação aos Jogos vai ser mais tranquila, com menos corridas e menos
riscos. Terei Taças do Mundo e competições internacionais de preparação. A
qualificação está bem encaminhada. Em 2023, fizemos uma boa primeira parte da
qualificação e este ano entrámos mais tranquilos, com menos pressão",
avalia.
Essa qualificação, em que
deve, desta feita, ter a companhia de colegas masculinos - que ficaram 'à porta' em
Tóquio2020, permite já projetar os Jogos como "o
grande objetivo" para o qual estabeleceu já metas,
nomeadamente a repetição do diploma.
De resto, voltará ao Velódromo
de Saint-Quentin-en-Yvelines, palco dos 'pistards'
em Paris2024 e no qual já brilhou, com o bronze nos Mundiais de 2022.
"Há
uma série de boas atletas com a mesma ficha apontada. Tem de ser um dia
perfeito, em que as coisas corram bem. O omnium é um programa longo, com quatro
corridas, e exige consistência para chegar ao diploma. Sonho com o diploma e
vou trabalhar para ele. A pressão sou eu que a tenho, e para mim a pressão é um
privilégio", afirma, ambiciosa.
Fonte: Record on-line
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