Miryam Nuñez e Valeria Valgonen assinam domínio da Massi-Tactic
Por: José Carlos Gomes
A equatoriana Miryam Nuñez
(Massi-Tactic) venceu hoje a terceira etapa da Volta a Portugal Feminina
Cofidis, mas o segundo lugar da colega de equipa Valeria Valgonen permitiu à
russa manter a Camisola Amarela Jogos Santa Casa.
A tirada mais longa da competição, 111,3 quilómetros entre Aveiro e Águeda, ficou marcada pelos aguaceiros fortes, mas a intensidade com que as corredoras abordaram a prova não permitiu que os ânimos arrefecessem.
Todos os momentos relevantes da
viagem foram aproveitados para a luta por diferentes objetivos desportivos. As metas
volantes, ganhas por Valeria Valgonen, deram, através das bonificações, mais
cor à camisola amarela da russa. O prémio de montanha, colocado a 39,9
quilómetros do final, deu azo a um primeiro ensaio de seleção, com um grupo de
corredoras a isolar-se.
A iniciativa não vingou e a entrada
em Águeda fez-se com cerca de vinte corredoras em cabeça de corrida. A
aproximação à meta, em subida “o quilómetro
mais longo da minha vida”, haveria de
descrever a vencedora da etapa partiu o grupo dianteiro.
Miryam Nuñez foi a mais forte das quatro corredoras que foram creditadas com o mesmo tempo. Seguiram-se Valeria Valgonen, Cristiana Valente (Glassdrive/Chanceplus/Allegro) e Natalia Vásquez (Matos Mobility/Optiria).
Após esta etapa ficou mais claro o
domínio da Massi-Tactic. Valeria Valgonen continua de amarelo. Tem agora oito
segundos de vantagem sobre Miryam Nuñez. A terceira é Marina Garau (Cantabria
Deporte-Rio Miera), a 34 segundos, a mesma desvantagem registada por Susana
Pérez, também da equipa da Cantábria, e Cristiana Valente, quarta e quinta,
respetivamente.
“Foi uma etapa bastante complexa,
devido à chuva. Mas entre todas, na equipa, soubemos cuidar-nos e estou muito
contente com a vitória. A aproximação à meta foi o quilómetro mais longo da
minha vida, parecia que ia terminar, mas continuava a subir. A ideia é que a
camisola amarela fique na equipa e vamos trabalhar para levar a vitória, agora
que estamos as duas bem colocadas na geral”, explicou Miryam Nuñez no final da etapa, servindo também de
porta-voz a Valeria Valgonen, que, sempre que possível, prefere abster-se de
falar à comunicação social, por não dominar outra língua que não o russo.
A campeã nacional de fundo,
Cristiana Valente, é agora a melhor portuguesa e demonstra ambição de continuar
a subir na classificação. “Esta Volta a
Portugal não tem o percurso que me é mais favorável, mas sou muito competitiva
e dou sempre o melhor. Comecei bem, com um bom prólogo, tendo em conta que sou
muito leve. Hoje, confesso, que vi a ganhar a etapa quando estava naquele
grupo, mas não foi possível. Falta uma etapa e vou lutar para melhorar a minha
classificação”, prometeu a ciclista de 38 anos.
Além da Camisola Amarela Jogos
Santa Casa, Valeria Valgonen é a dona da Camisola Vermelha Cofidis, dos pontos.
Miryam Nuñez comanda a geral da montanha, vestindo a Camisola Azul IPDJ. Só uma
classificação escapa à Massi-Tactic, que também comanda por equipas, é a da
juventude, cuja Camisola Branca Médis está em posse de Marta Carvalho
(Extremosul/Hotel Alísios/CA Terras do Arade), desde o prólogo.
A 3.ª Volta a Portugal Feminina
Cofidis termina neste domingo. A quarta etapa tem apenas 84,4 quilómetros,
entre Murtosa (13h00) e Gondomar, mas promete ser muito intensa. O prémio de
montanha instalado em São João de Ver, ao quilómetro 38,9, é apenas o aperitivo
para uma fase final exigente. A subida de Gens, a 13,8 quilómetros da meta,
antecede o prémio de montanha coincidente com a chegada, prevista para as
15h20.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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