Líder da geral do Tour garantiu que teria dado "meia-volta" para ajudar um companheiro de equipa
Por: Lusa
Foto: REUTERS
No final da etapa desta
terça-feira, o "louco" Wout van Aert garantiu que teria dado "meia-volta" se Jonas Vingegaard ou Primoz Roglic, seus
companheiros na Jumbo-Visma, estivessem em dificuldades quando atacou para a
vitória na quarta etapa da Volta a França em bicicleta.
"Não
quis correr mais o risco de perder um sprint. Já há muito tempo que
reconhecemos o percurso, sabíamos que seria exigente, com várias subidas e
descidas. O plano era tentar qualquer coisa para a classificação geral e a
camisola verde. Atacámos em força na última contagem, com esses dois propósitos
em mente", explicou o belga, que tem como objetivo
declarado neste Tour subir ao pódio final como vencedor da classificação por
pontos.
Pelo rádio, o camisola amarela
e os seus colegas ouviram que a sua movimentação fez "estragos" no pelotão e resolveram continuar a forçar o
ritmo, até que Van Aert deu por si inesperadamente isolado na frente.
Uma das figuras do Tour2021, o
ex-gregário de luxo da Jumbo-Visma, transformado em 'corredor livre'
nesta edição, asseverou que teria dado "meia-volta"
para ajudar Vingegaard e Roglic, respetivamente sexto e sétimo na geral, caso
os líderes da formação neerlandesa estivessem em apuros.
"Queria
mostrar que a camisola amarela dá asas. Senti-me a voar nos últimos 10
quilómetros. Ganhar uma etapa desta maneira, com o 'maillot jaune', é
bonito", disse, justificando o gesto com que celebrou
o seu sétimo triunfo em quatro edições da 'Grande
Boucle'.
Van Aert consolidou a
liderança da geral na véspera de uma etapa que, na sua opinião, será "muito difícil e nervosa".
"Metade
da equipa é formada por corredores de clássicas, estamos habituados aos
'pavés'. Para nós a questão não será acabar a etapa sem problemas, temos a
oportunidade de fazer qualquer coisa. Adoro uma etapa deste género no
Tour", reconheceu.
A performance do belga de 27
anos mereceu elogios de colegas e adversários, a começar por Primoz Roglic, um
dos seus fãs número um.
"Ele
é louco, completamente louco. É meio homem, meio motor. Não podíamos esperar
melhor, é simplesmente incrível. Estou verdadeiramente muito orgulhoso por
fazer parte desta equipa", resumiu o vice-campeão do
Tour2020, demonstrando uma vez mais a admiração pelo seu companheiro, essencial
em tantas das suas vitórias.
Também Tadej Pogacar (UAE
Emirates), bicampeão em título e terceiro da geral, a 32 segundos de Van Aert,
se rendeu ao homem da Jumbo-Visma. "Era
claramente o mais forte hoje, 'dinamitou' toda a concorrência. É um justo
vencedor", declarou.
O líder da UAE Emirates
assumiu que já esperava uma movimentação da equipa neerlandesa na etapa desta
terça-feira. "Van Aert estava em 'fogo'. Se há uma equipa capaz de atacar
desta forma é a Jumbo-Visma. Já o fizeram antes e estão muito fortes",
completou, referindo-se ao final da primeira etapa do Paris-Nice, quando Van Aert,
Roglic e Christophe Laporte, terceiro na chegada a Calais, ocuparam as três
primeiras posições.
"Será
uma etapa difícil, espero uma grande jornada e que não tenhamos quedas. Penso
que nos vamos divertir muito, mas aqueles que estão no sofá em casa ainda
mais", antecipou 'Pogi'
sobre os 157 quilómetros entre Lille e Arenberg Porte du Hainaut, que incluem
19,4 quilómetros de 'pavé',
numa réplica em menor escala da Paris-Roubaix.
Fonte: Record on-line
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