Ciclista holandês vai abandonar o ciclismo um ano depois de ter feito uma pausa na carreira
Por: Lusa
Foto: EPA
O holandês Tom Dumoulin
(Jumbo-Visma) vai abandonar o ciclismo profissional no final da temporada de
2022, um ano depois de ter feito uma pausa na carreira, anunciou esta
sexta-feira o vencedor da Volta a Itália de 2017.
"Decidi
que 2022 vai ser o meu último ano como ciclista profissional",
revelou Tom Dumoulin, de 31 anos, num comunicado divulgado nas suas redes
sociais.
O especialista em
contrarrelógio, que conquistou o primeiro triunfo em 28 de março de 2010 em
Portugal, ao vencer o IV Grande Prémio de Portugal, pontuável para a Taça das
Nações de sub-23, põe termo a um percurso abrilhantado pelas duas medalhas de
prata olímpicas no contrarrelógio, no Rio2016 e em Tóquio'2020.
"Sou
um homem feliz e posso estar orgulhoso da minha carreira. Eu e a minha equipa
decidimos que ainda vamos conseguir mais algumas coisas boas nos últimos
meses", prosseguiu Dumoulin, que participou
recentemente no Giro, tendo abandonado durante a 14.ª etapa.
Em 2017, além da 'corsa rosa', Dumoulin sagrou-se ainda
campeão do mundo de 'crono', individual
e por equipas, numa competição em que foi segundo, no ano seguinte, depois de
ter sido terceiro em 2014.
Quatro vezes campeão holandês
da especialidade contra o relógio, foi ainda segundo classificado do Tour e do
Giro, em 2018, atrás dos britânicos Geraint Thomas e Chris Froome,
respetivamente.
"Em
2020, tive um ano muito difícil e, no final do ano, treinei em excesso e
'explodi'. No fim de 2020, início de 2021, era apenas uma sombra de mim e
decidi fazer uma pausa no ciclismo e pensar no futuro",
escreveu hoje o holandês.
Após a interrupção da
carreira, sagrou-se campeão nacional de contrarrelógio dos Países Baixos e
subiu ao pódio da especialidade nos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, disputados em
2021, só batido pelo esloveno Primoz Roglic.
Pouco depois, em setembro, uma
fratura do pulso direito, após ser abalroado por um carro, pôs antecipadamente
termo à sua temporada de 2021, falhando os Mundiais de estrada, na Flandres, na
Bélgica, e a Volta à Lombardia.
Já este ano, foi terceiro nos
contrarrelógios da Volta aos Emirados Árabes Unidos e da Volta a Itália,
naquele que foi o segundo abandono da época, depois da Volta à Catalunha, por
doença, tendo também falhado a Strade Bianche, por estar fora de forma.
No seu anúncio, Dumoulin
reconhece que o ciclismo é um "mundo que
tantas vezes surpreende", e o faz sentir em casa, mas
também "muitas vezes oferece um caminho
frustrante": "Do qual o
meu corpo se cansou. Assim que as cargas de treino e das corridas aumentam,
sofro de fadiga, dores e lesões, em vez de melhorar".
"Com muita
paciência e uma abordagem muito cautelosa [de treino], estou convencido de que
poderia recuperar todo o meu potencial na bicicleta. Mas esse seria um caminho,
longo e paciente, sem garantias de sucesso. Eu escolho não seguir esse caminho,
mas abandonar o ciclismo ativo e seguir um caminho novo e desconhecido",
frisou.
Antes de rematar a despedida,
repetindo e reforçando os agradecimentos, o holandês, apelidado de 'Borboleta de Maastrich', uma alcunha que
não aprecia, assegura desconhecer o seu futuro, fazendo, no entanto, juras de
amor à modalidade.
"Sei
que o meu amor pela bicicleta vai manter-me ligado ao mundo do ciclismo, de uma
forma ou de outra", vincou.
Durante as 11 temporadas como
profissional, nas quais envergou as camisolas da Sunweb e da Jumbo, conquistou
nove etapas de Grandes Voltas, incluindo três do Tour.
Fonte: Record on-line
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