Ciclistas, de 22 anos, venceu a edição de 2020 da Algarvia
Por: Lusa
Foto: EPA
Remco Evenepoel está "muito feliz" por estar de
regresso à Volta ao Algarve em bicicleta, que venceu em 2020, e não esconde o
desejo de repetir triunfo, embora seja cauteloso a assumir a sua candidatura à
vitória final.
Onde quer que Remco Evenepoel
vá, uma multidão segue-o, como se de uma religião se tratasse. Hoje, na zona
ribeirinha de Portimão, o 'prodígio'
belga foi o ciclista, entre os 167 inscritos na Algarvia, que mais bulício
causou, com a sua legião de fãs a gritar o seu nome e a empunhar cartazes,
fosse junto ao autocarro da Quick-Step Alpha Vinyl, ou à partida para a
primeira etapa, que terminará em Lagos, após 199,1 quilómetros percorridos.
O jovem de 22 anos, vencedor
no Algarve em 2020, também foi o principal 'alvo' da comunicação social, num
frenesim que não encontrou paralelo em nenhum outro, nem mesmo em Geraint
Thomas (INEOS), o galês que venceu o Tour'2018 e que hoje passou despercebido.
Estrela maior do ciclismo
belga, Evenepoel desdobrou-se em entrevistas em flamengo - há uma multidão de
jornalistas do seu país, que vieram acompanhar quase exclusivamente a sua
coqueluche -, antes de 'mudar' para o inglês, para deixar no ar a possibilidade
de ser candidato a um bis na Algarvia.
"É
sempre especial regressar ao Algarve. Há dois anos, ganhei esta prova. Sinto-me
muito feliz por estar aqui novamente. As previsões dizem que o tempo vai estar
muito bom toda a semana, o que é só por si já é um bom 'detalhe', e o percurso
adapta-se muito bem às minhas características, com um 'crono' longo, e etapas
boas, com subidas duras. Digamos que estou muito feliz por estar de volta",
declarou.
Naquela edição de 2020, o
belga confirmou, ajudado pelo ex-amigo João Almeida, as credenciais de estrela
emergente do pelotão internacional, numa temporada em que ganhou tudo até ser
'travado' por uma queda grave na Volta à Lombardia - desde que fraturou a
pélvis, nunca mais foi tão avassalador como nos seus inícios, e as dúvidas
sobre o seu futuro permanecem.
Talvez por isso, a atitude da
estrela da formação belga mudou e, hoje, aquele que, para muitos, estava no
caminho para tornar-se o novo Eddy Merckx - uma comparação que o próprio
detesta -, mostrou-se mais humilde, sem esconder, contudo, que gostaria de
voltar a vestir de amarelo no domingo, após o final da quinta e última etapa,
no alto do Malhão.
"Querer
é uma palavra forte", respondeu à agência Lusa, quando questionado sobre
se ambicionava ganhar a única prova do calendário português da categoria UCI
ProSeries, antes de prosseguir: "Claro que seria muito bom ganhar. Mas a
corrida é muito difícil de prever. Pode haver quedas, azar, más pernas".
Evenepoel admitiu, ainda
assim, que o objetivo dos belgas, que terminaram a época passada como líderes
do 'ranking' mundial, é conquistar a geral da 48.ª Volta ao Algarve.
O plano para alcançá-lo é, nas
suas palavras, "escapar dos
perigos" nos 'sprints' - uma missão para cumprir já hoje e
na terceira etapa -, uma vez que será o "longo contrarrelógio" da
quarta tirada - 32,2 quilómetros entre Vila Real de Santo António e Tavira, a
distância mais extensa em quase uma década - "a fazer os maiores
estragos".
"No
mês passado não consegui treinar com a bicicleta de contrarrelógio, porque
estava a ser adaptada às novas definições, por isso não a tinha comigo. Mas
ontem [terça-feira] treinei e hoje, depois da etapa, vou dar umas voltas para
adaptar-me à posição, e tentar habituar-me a ela para uma extensão mais longa.
Claro que fiz treino específico de contrarrelógio, também em subidas curtas,
para ter este tipo de exercício nas minhas pernas",
assumiu.
Ganhe ou não a Algarvia,
Evenepoel já é um vencedor, pelo menos nas preferências dos adeptos que, entre
hoje e domingo, estarão na estrada a acompanhar a 48.ª Volta ao Algarve.
Fonte: Record on-line
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