Gustavo Veloso admitiu que o seu sonho é despedir-se do ciclismo com a vitória na 82.ª Volta a Portugal
Por: Lusa
Frederico Figueiredo e António
Carvalho colocaram os interesses da Efapel acima dos seus objetivos
individuais, enquanto Gustavo Veloso admitiu que o seu sonho é despedir-se do
ciclismo com a vitória na 82.ª Volta a Portugal.
"A
equipa Efapel traz um bloco muito forte para a Volta a Portugal. Acima dos
objetivos individuais, está sempre o objetivo do nosso coletivo. Partimos com o
objetivo de estar na luta pela Volta a Portugal com o António Carvalho, e isso
é o que temos de meter na cabeça", indicou Frederico
Figueiredo.
Em declarações aos jornalistas
durante a apresentação das 18 equipas participantes na 82.ª edição da prova
rainha do calendário nacional, que arranca na quarta-feira, em Lisboa, o
terceiro classificado da última edição, que prognosticou "uma corrida muito aberta por aquilo que se tem
visto durante o ano", apontou para o seu colega António
Carvalho como principal candidato da sua equipa, um epíteto que o próprio
evita.
"A
estrada é que o vai dizer. Eu não me meto em bicos de pés sobre nenhum colega
meu. Temos o Frederico Figueiredo, que foi terceiro no ano passado e acabou de
ganhar o [Troféu] Joaquim Agostinho. Temos o Mauricio Moreira, que ganha o
[Volta ao] Alentejo e o [Grande Prémio do] Douro da maneira que ganhou. Temos o
Rafael Reis, que espero que amanhã [quarta-feira] vença o prólogo, para, pelo
menos, andarmos um dia de amarelo", enumerou.
Sexto classificado no ano
passado e quarto na temporada anterior, Carvalho lembra que "só um pode ganhar" e que é preciso estar em boa forma para fazê-lo,
sacudindo o favoritismo para a rival W52-FC Porto, do campeão em título, Amaro
Antunes, e do seu antecessor, João Rodrigues, e também de Joni Brandão, o homem
com quem chocou dentro da Efapel na edição especial de 2020.
"Ao
menos na nossa mente, [o objetivo] é fazer melhor do que no ano passado, em que
ganhámos duas etapas e fomos quartos na geral. Se vencermos duas etapas, e
fizermos pódio, já é uma grande Volta para nós",
revelou.
Crónico candidato ao triunfo
final, o bicampeão Gustavo Veloso -- venceu em 2014 e 2015 -- e vice-campeão de
2013, 2016 e 2020 foi mais incisivo em declarar-se candidato.
"É
claro que tenho um sonho que é despedir-me o mais alto possível no último ano
em que corro a Volta. Digamos, que é um sonho. Aspiro ao máximo, mas também sei
da dificuldade que é, tenho os pés no chão, sei que o FC Porto é a equipa mais
forte dos últimos anos. Saí dali, sei como trabalham, a fortaleza que têm ao
nível coletivo e individual", sustentou o veterano da Atum
General-Tavira-Maria Nova Hotel.
O galego de 41 anos deixou os
dragões após oito temporadas, mas rejeita que esse profundo conhecimento que
tem do adversário possa funcionar a seu favor.
"Eles
também me conhecem a mim. No final, a maneira de correr não vai mudar muito nem
para eles, nem para mim. Sei os meus pontos fortes e os meus pontos fracos.
Tenho a certeza de que eles vão tentar eliminar os rivais, não apenas a mim,
mas a todos. Eles correm para ganhar. Têm essa mentalidade. Eles também sabem
que estou aqui para tentar concretizar esse sonho. Mas, independentemente do resultado,
vou sair do ciclismo de cabeça alta e com uma carreira quase melhor do que
sonhei que ia ter", confidenciou à Lusa.
Outro dos incontornáveis da
lista de favoritos é Vicente García de Mateos, que também se mudou do
Louletano, no qual passou as últimas sete épocas, "com o objetivo de preparar esta Volta para tentar dar o máximo e
tentar discutir a geral", como já fez outras vezes,
nomeadamente em 2017 e 2018, edições em que foi terceiro.
"Trabalhámos
duro e a equipa inteira está preparada para dar luta nesta Volta e tentar lutar
pela camisola amarela. No ano passado, [a Volta] não correu bem. No ano
anterior, foi um problema de saúde que me mandou para casa, mas, claro que sei
o que é estar na discussão da Volta. Já ganhei seis etapas -- é uma frase que
se diz muito rápido, mas não se consegue tão rápido. Sei o caminho, só tenho de
seguir o que já fiz antes", notou o espanhol da
Antarte-Feirense, em declarações à Lusa.
O sonho do pódio também motiva
João Benta, o líder da Rádio Popular-Boavista, que no ano passado foi quinto da
geral.
"Acho
que me preparei o suficiente para estar nas melhores condições e agora é
esperar que as coisas saiam naturalmente e tentar lutar pelo melhor possível.
Todos os anos digo o mesmo: que vou melhorar os anos anteriores. E se assim
for, em 2024, ganharei a Volta. Tentar um lugar no pódio seria bom. Mas é ir
dia a dia", disse à Lusa.
A 82.ª Volta a Portugal iniciou-se
esta quarta-feira, com um prólogo de 5,4 quilómetros com partida e chegada à
Praça do Império, em Lisboa -- que esta terça-feira acolheu a apresentação das
equipas -, e termina em 15 de agosto, com um contrarrelógio nas ruas de Viseu.
Fonte: Record on-line
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