Por: SIF // RPC
A falta de ritmo competitivo,
dada a ausência da Volta a França, afetou João Almeida, 13.º classificado na
prova de fundo de estrada dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, e Nelson Oliveira,
41.º, lamentaram hoje os ciclistas portugueses.
“Tínhamos
outras ambições, claro, como tentar chegar ao diploma, mas os adversários
estavam mais fortes. Os que vieram do Tour tiveram outro ritmo de corrida. As diferenças
fizeram-se na última subida”, explicou à Lusa Nelson
Oliveira, que hoje começou os terceiros Jogos da carreira.
Como “dever”, afirma, teve de “ajudar ao máximo o João”, por o percurso
lhe assentar melhor, apoiando-o, não só nas subidas, como em todo o outro
trabalho, como o da hidratação, tão importante nas condições em que se correu
hoje até à Pista Internacional de Fuji.
Também Almeida, estreante,
admitiu ter sentido “falta de ritmo de
corrida, um ponto que marcou diferenças” entre o pelotão, com
oito dos 10 primeiros, incluindo o campeão, o equatoriano Richard Carapaz, a
terem corrido o Tour.
“Senti-me
em forma, com força, que é o mais importante, e dei tudo o que tinha até à
meta. (...) Gostava de ter feito os 10 primeiros, mas tendo em conta a
situação, fiz uma corrida bastante boa, forte de sensações, mas com muita falta
de ritmo competitivo”, reconheceu.
Carapaz, de 28 anos, cumpriu
os 234 quilómetros entre o Parque Musashinonomori e a Pista Internacional de
Fuji em 6:05.26 horas, num triunfo a solo, com 1.07 minutos de vantagem para o
belga Wout van Aert, que levou a prata ao 'sprint'
face ao esloveno Tadej Pogacar, terceiro.
Almeida chegou em 13.º, a 3.03
minutos do vencedor, no que foi a sua estreia em Jogos Olímpicos, enquanto
Nelson Oliveira foi 41.º, a 10.12, nos terceiros Jogos: abandonou no Rio2016 e
foi 69.º em Londres2012, no fundo, com um sétimo lugar no contrarrelógio de há
cinco anos.
O resultado do português, que
o leva a crer que a seleção de ciclismo tem de estar "satisfeita", é o terceiro
melhor da história lusa em provas de fundo, depois da prata de Sérgio Paulinho,
em Atenas2004, e do 10.º lugar de Rui Costa, no Rio2016, com o campeão do mundo
de 2013 a registar outro 13.º lugar, em Londres2012.
Depois do fundo, as atenções viram-se
para o contrarrelógio, marcado para quarta-feira e com partida e chegada no
Autódromo Internacional de Fuji, de percurso ondulado e 44,2 quilómetros de
extensão.
Essas medidas agradam ao
especialista Nelson Oliveira, que quer “recuperar,
para depois chegar o tão desejado ‘crono’”, aquilo para que diz
ter trabalhado.
“Espero
que as coisas saiam da melhor maneira, mas não corro sozinho, há adversários
muito fortes. Tanto eu como o João podemos fazer um bom crono. [Um diploma] é o
objetivo, agora se vai ser concretizado ou não...”,
comentou.
Também João Almeida, que tem
na especialidade um dos seus pontos fortes, aponta baterias para quarta-feira,
depois da prova de hoje, que “foi um bom
‘abre-motor’ para ir com ritmo”.
“Vou dar tudo o que tenho, mas
não levo muitas expectativas, porque nunca fiz um ‘crono’ tão longo”, avisou.
Além da estrada, Portugal tem
ainda Maria Martins no ciclismo de pista e Raquel Queirós no 'cross country'
olímpico, dentro da modalidade em Tóquio2020, a decorrer até 08 de agosto.
Fonte: Lusa
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