Coleção automóvel passa a contar com um exemplar da marca da Baviera
Por: Tatiana Ferreira
O Museu do Caramulo viu a sua
coleção permanente reforçada com um extraordinário BMW 327 Cabriolet de 1938.
O BMW 327 Cabriolet é o
primeiro exemplar da marca alemã a integrar a coleção permanente de automóveis
e a estreia não poderia ser melhor, já que se trata de um recordista de vendas
pré-guerra.
Para Salvador Patrício
Gouveia, Presidente da Direção do Museu do Caramulo, “O BMW 327 Cabriolet vem
dar um novo sabor à coleção automóvel do museu na medida em que, além de se
tratar de uma marca que não estava atualmente presente na exposição, o modelo
foi produzido na década de 30, um dos períodos dourados da indústria
automóvel”.
O automóvel foi doado ao Museu
do Caramulo por Ricardo Sáragga e já se encontra em exposição, podendo agora
ser visto e apreciado de Terça-feira a Domingo.
Sobre o
BMW 327 Cabriolet (1938)
O modelo 327 da “Bayerische
Motoren Werke AG”, em português, fábrica de motores da Baviera, foi
inicialmente lançado em 1937, com carroçaria tipo cabriolet, sendo ainda
possível, à época do lançamento, adquiri-lo na versão coupé. Utilizando o
chassis curto, tipo escada, do 326, o seu motor de seis cilindros de maior
capacidade dispunha de 1971cc e debitava 60cv. A potência era transmitida por
intermédio de uma caixa de quatro velocidades, tendo também travões hidráulicos
nas quatro rodas.
Entre os entusiastas da marca,
há o entendimento que este modelo terá sempre sido ofuscado pelo irmão mais
velho, o mais rápido, leve e compacto 328, lançado um ano antes. Ainda assim,
na sua época, foi este o modelo recordista de vendas da marca, com 1396
unidades produzidas entre 1937 e 1941, incluindo a retoma de produção após
1945.
O sucesso de vendas em muito
se deve ao facto de este modelo dispor de quatro verdadeiros lugares, ao
contrário do seu antecessor, já que possuía uma carroçaria mais longa, mais
larga e mais pesada. Ainda que menos potente e ágil do que o 328, revelava-se
uma opção mais confortável e refinada, que acabou por conquistar um
público-alvo mais amplo na Alemanha do período pré-guerra.
A década de 30 do século
passado foi o momento de viragem no qual a indústria automóvel virou as costas
ao figurino original da carruagem de cavalos, dando-se assim o início ao
desenho automóvel contemporâneo e no qual este modelo é um dos seus melhores
intérpretes.
Embora o BMW 327 fosse um
automóvel muito avançado para a sua época, os processos de produção que o
sustentavam não o eram. Longe da capacidade e processos produtivos há muito
estabelecidos nos EUA, a fábrica de Eisenach, onde a BMW produzia este modelo,
simplesmente não era capaz de o fazer em larga escala, e o investimento
necessário para operar tais mudanças era difícil de justificar numa Alemanha
onde poucos poderiam imaginar sequer a compra de um automóvel próprio.
Todos os BMW daquela época
eram assim, em grande parte construídos à mão, por habilidosos artesãos, cuja
mão-de-obra e detalhe encareciam o produto final. Ainda que de altíssima
qualidade, o elevado valor proposto era apenas acessível a clientes
particularmente abastados,
que ao não conseguirem
resistir ao desenho moderno e apelativo do 327, acabavam por despender 7450
reichsmarks pela versão coupé, e 7500 pela versão cabriolet.
Pode ver o vídeo do BMW 327
Cabriolet (1938) em: https://youtu.be/gWfMnySxXfw
Sobre o
Museu do Caramulo
Com mais de 60 anos de
existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do
Caramulo alberga no seu espólio uma coleção de arte, uma coleção de automóveis,
motos e bicicletas e uma coleção de brinquedos antigos. O Museu do Caramulo
produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza
vários eventos como o Salão Motorclássico, o Caramulo Motorfestival ou o Rider
– Passeio de Motos Clássicas.
Fonte: Museu do
Caramulo/Parceria Notícias do Pedal
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