Foi o segundo triunfo do belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) em apenas três dias.
O vento ofereceu hoje,
finalmente, emoção à Volta a França, com a Bora-hansgrohe a causar os primeiros
estragos, numa missão falhada em nome de Peter Sagan, e a INEOS a ‘atrasar’ o
ciclista esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates).
O segundo triunfo (de classe)
do belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) em apenas três dias foi completamente
ofuscado pelo ‘drama’ vivido nos últimos 25 quilómetros pelo ‘miúdo’ da UAE
Emirates, que era terceiro na geral à partida para a etapa de hoje, e pelo
espanhol Mikel Landa (Bahrain-McLaren), outro dos candidatos ao pódio final,
que ficaram ‘cortados’ numa altura em que o grupo da frente seguia a um ritmo
frenético, comandado para INEOS.
O resultado foram 01.21
minutos perdidos na meta, e um ‘trambolhão’ na geral, ainda comandada pelo
britânico Adam Yates (Mitchelton-Scott), seguido pelo esloveno Primoz Roglic
(Jumbo-Visma), pelo francês Guillaume Martin (Cofidis), e pelo campeão em
título, o colombiano Egan Bernal, que já espreita os lugares do pódio, na
quarta posição, depois da lição de tática da sua equipa – ainda assim, a
estratégia da formação britânica ‘afundou’ o seu ‘plano B’, Richard Caparaz,
que furou quando a corrida seguia lançada e está agora a 02.02 minutos da
amarela.
Na véspera da incursão nos
Pirenéus, e depois da pálida imagem dada nos dias anteriores, esperava-se uma
jornada tranquila nos 168 quilómetros que mediavam entre Millau e Lavaur, mas o
vento omnipresente trocou as voltas aos ciclistas, e hoje houve, finalmente,
emoção na 107.ª edição da Volta a França.
Longe da sua melhor forma
neste Tour, e sem a capacidade de explosão de outrora, Peter Sagan recorreu a
uma estratégia de eliminação para ficar mais próximo da desejada oitava
camisola verde: aproveitando o forte vento lateral que se fez sentir desde o
início da sétima etapa, a Bora-hansgrohe, comandada pelo inesgotável Daniel
Oss, colocou-se na dianteira e, logo aos 15 quilómetros, ‘eliminou’ Sam Bennett
(Deceuninck-QuickStep), o líder da regularidade à partida, e a maioria dos
homens mais rápidos do pelotão.
Com o pelotão partido ao meio,
a tirada prosseguiu a alta velocidade, também com o contributo do belga Thomas
de Gendt (Lotto Soudal), que embarcou, pela 28.ª vez desde a sua estreia no
Tour em 2011, numa fuga e por lá ficou até aos 35 quilómetros finais, quando a
INEOS se aliou ao vento para ‘destroçar’ o grupo de favoritos.
Enquanto na meta, Wout van
Aert (Jumbo-Visma) já ‘bisava’, depois de uma série de toques ter afastado
Sagan da discussão da etapa mas não da camisola verde - o norueguês Edvald
Boasson Hagen (NTT) foi segundo e o francês Bryan Coquard (B&B Hotels-Vital
Concept) terceiro -, lá atrás Pogacar, Landa, Carapaz e Nelson Oliveira
(Movistar), 52.º da geral a 26.46 minutos, trabalhavam para esbater a
diferença.
“Quando se cortou o pelotão,
tentei fechar o buraco, mas a velocidade era realmente alta. A equipa deu tudo
para tentar reintegrar-me e fez tudo para minimizar a perda. É só um minuto,
mais coisa, menos coisa. Não é o ideal, mas não estou preocupado”, afirmou o
jovem da UAE Emirates, de 21 anos, esclarecendo que ficou cortado devido a uma
queda que aconteceu à sua frente.
Pogacar será mesmo o principal
prejudicado pelo trabalho da INEOS, por aparentemente ser um dos ciclistas em
melhor forma nesta ‘Grande Boucle’, uma realidade que será comprovada já no
sábado, na primeira etapa pirenaica, uma ligação de 141 quilómetros entre
Cazères-sur-Garonne e Loudenvielle, que inclui subidas aos emblemáticos Port de
Bàles (contagem de categoria especial) e Col de Peyresourde (primeira
categoria), situado a 11,5 quilómetros da meta.
A oitava etapa deverá
significar o fim do reinado de Yates, que tem Roglic a apenas três segundos e o
‘esquadrão’ de principais candidatos agrupado atrás de Bernal, a 13 segundos da
sua liderança.
Fonte: Sapo on-line
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