Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Isaac del Toro e Richard
Carapaz protagonizaram um verdadeiro duelo no Colle delle Finestre, numa
batalha tanto física como psicológica que acabaria por custar a liderança da
classificação geral ao jovem mexicano. Apesar de ter resistido a todos os ataques
do equatoriano na subida, Del Toro viu a vantagem evaporar-se quando, depois do
topo, ambos entraram num impasse e Simon Yates aproveitou para os ultrapassar
rumo à vitória na Volta a Itália.
Num primeiro momento, logo
após a chegada, Del Toro fez uma análise rápida. Mais tarde, com mais
serenidade, explicou os acontecimentos em detalhe e abordou também a atuação de
Yates e Carapaz: "Claro que ele, Yates, foi o mais inteligente. Tiro o chapéu
à Visma, porque jogaram muito bem com o Van Aert na frente. Abriram uma brecha
muito rapidamente no vale. Parabéns à equipa e à sua tática."
Sobre a falta de colaboração
no momento decisivo, Del Toro foi claro ao descrever o que aconteceu:
"Carapaz disse-me que não me ia ajudar porque eu não o ajudei quando
estávamos 20 segundos atrás. Eu disse-lhe que estava bem. Se já perdi o
primeiro lugar, não vou perder o segundo."
O mexicano explicou também a
sua abordagem na temida subida: "Só queria ser inteligente e não entrar em
loucuras nos primeiros ataques, porque é uma subida de uma hora." Del Toro
resistiu às investidas de Carapaz, mas o que não estava nos seus planos era o
ataque irrepreensível de Simon Yates, que, mais tarde, ainda seria impulsionado
por Wout van Aert num trabalho perfeito da Visma.
"Fiz o que me pareceu
mais inteligente. Penso que eles tinham dois minutos no topo. Não podia pôr-me
a um minuto do Simon e depois ele (Carapaz) atacar-me e ganhar o Giro. Foi isso
que lhe disse. Todos estavam a jogar. A Visma jogou bem, nós tentámos jogar
igualmente bem, mas foi assim. Às vezes ganha-se, outras vezes perde-se",
analisou Del Toro com lucidez.
Mesmo com o desfecho amargo,
Del Toro saiu desta sua primeira participação numa Grande Volta com a confiança
reforçada: "Com todo o respeito pelos grandes ciclistas, sou fã de todos
eles, mas ao ver todas as etapas e o meu desempenho individual, acredito agora
que posso fazê-lo. Fiz uma grande corrida e uma corrida inteligente. Não
acredito que seja assim tão simples, mas a equipa esteve sempre comigo. Se
tiver de responder, sim, acho que posso ganhar este Giro."
O sentimento, no entanto, é
misto. "É um 50 por cento de desilusão. 50 para mim e 50 também para os
meus colegas de equipa, porque eles mereciam ganhar. Mas há que ter consciência
da importância disto, e não é fácil", concluiu o jovem mexicano,
consciente de que, apesar da derrota, protagonizou um desempenho de enorme
valor.
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