Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Remco Evenepoel já manifestou
reservas quanto à inclusão de Montmartre no percurso da 21.ª etapa da Volta a
França 2025. A icónica subida parisiense, utilizada na prova de fundo dos Jogos
Olímpicos, será agora o ponto central do encerramento da Grande Boucle,
substituindo, pelo segundo ano consecutivo, a tradicional chegada aos Campos
Elísios. Recorde-se que em 2024 o Tour terminou com um contrarrelógio
individual em Nice, devido à realização dos Jogos em Paris.
Tom Steels, diretor desportivo
da Soudal – Quick-Step e figura próxima de Evenepoel, comentou o novo desfecho
da corrida ao Het Nieuwsblad. “De certa forma, compreendo a decisão. Mas depois
de três semanas de corrida intensa, estão a adicionar um novo factor de stress
à última etapa. Isso tem implicações, especialmente para os ciclistas da geral.
Imagine-se ter um azar em Montmartre, com os carros de apoio longe e a corrida
lançada na frente… antes, isso podia sempre ser corrigido nos Campos Elísios.
Agora, nem por isso.”
Steels também lamenta a perda
do ambiente tradicionalmente mais descontraído da última etapa da Volta a
França. “Aquela sensação de ‘o Tour acabou’ que se vivia na manhã de domingo já
não vai existir. Essa atmosfera desaparece.”
Se para os candidatos à geral
o maior desafio será evitar contratempos, os sprinters enfrentam um cenário
ainda mais complicado. A subida empedrada de Montmartre deverá afastar a
hipótese de um sprint clássico. “Ainda me parece o desfecho mais provável, mas
será um sprint para homens duros. Vai-se fazer Montmartre a rasgar”, antecipa
Steels.
Johan Museeuw, que venceu nos
Campos Elísios há 35 anos, foi mais crítico. “O Cavendish deve estar satisfeito
por já se ter retirado. Isto são más notícias para o tipo de sprinter que ele
representa. Ele parou mesmo a tempo. Para mim, é uma pena.”
Museeuw lamenta o que
considera ser uma tendência generalizada. “Todos os organizadores querem tornar
as suas corridas mais difíceis. Mas um verdadeiro sprint massivo, com todos os
sprinters de topo, directo, sem confusões, é exactamente o que não irá acontecer.
O Tour está a acabar com uma tradição. É pena.”
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