João Almeida terminou Volta a Espanha em nono lugar da geral
Por: Lusa
Foto: AFP
João Almeida somou na última
etapa da Vuelta, a quinta presença no top 10 de uma grande Volta, ao ser nono
na classificação final, consolidando-se como segundo melhor ciclista português
nesta lista restrita.
Num palmarés em que os feitos
de Joaquim Agostinho permanecem inalcançáveis, já que esteve 11 vezes entre os
10 melhores das três principais corridas do calendário velocipédico mundial, o
ciclista da UAE Emirates, de 25 anos, conseguiu um nono lugar, a sua pior
classificação nas cinco grandes Voltas que concluiu desistiu da Volta a Itália
em 2022.
Esta época, João Almeida
juntou o nono posto na Vuelta ao terceiro no Giro, no qual se tornou no
primeiro corredor nacional a subir ao pódio final, atrás do esloveno Primoz
Roglic (Jumbo-Visma) e do britânico Geraint Thomas (INEOS), e conquistou a
camisola da juventude.
Foi na prova italiana que o
jovem de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) escreveu as mais bonitas páginas da
sua carreira, já que foi também quarto na edição de 2020, quando se estreou em
grandes Voltas, depois de 15 dias como líder da geral, e sexto no ano seguinte.
Após a desilusão de ser
forçado a abandonar a Volta a Itália do ano passado, por estar com covid-19,
quando seguia na quarta posição, Almeida reformulou objetivos e rumou à Vuelta,
terminando em quinto, depois de ter colaborado para levar ao terceiro lugar o
seu jovem colega espanhol Juan Ayuso.
Poucos poderão orgulhar-se de
um registo tão imaculado em provas de três semanas, já que o ciclista da UAE
Emirates ficou sempre entre os 10 melhores nas ‘grandes’ que concluiu.
Aos 25 anos, e com a
participação na Volta a França como objetivo para a próxima temporada, Almeida
está cada vez mais isolado como segundo português com melhores resultados
nestas corridas, depois de no último Giro ter ‘descolado’ de José Azevedo, que,
além do quinto lugar do Giro2001, ainda tem dois top 10 em provas ‘órfãs’ de
vencedor: sexto no Tour em 2002 e quinto em 2004, em duas vitórias 'tiradas' ao
norte-americano Lance Armstrong.
Assim, além de Azevedo, o
corredor da UAE Emirates segue à frente de outros seis ciclistas que
conseguiram um top 10, casos de nomes grandes do país, como Ribeiro da Silva
(quarto na Vuelta1957), Acácio da Silva (sétimo no Giro1986), Alves Barbosa
(10.º no Tour1956) e ainda João Rebelo e Fernando Mendes, sextos classificados
na Vuelta em 1945 e 1975, respetivamente, além de José Martins (oitavo na
Vuelta1975).
Almeida está atrás apenas do
lendário Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos.
Foram 11 as presenças do
corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na
Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros
lugares no Tour (1978 e 1979) a permanecerem como os feitos mais
extraordinários do ciclismo nacional.
Embora no seu palmarés figure
o estatuto de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações de Joaquim
Agostinho na Volta a França, em que também foi quinto (1971 e 1980), sexto
(1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.
Portugueses
no top 10 de grandes Voltas:
- Joaquim
Agostinho (11):
8.º no Tour de 1969
5.º no Tour de 1971
8.º no Tour de 1972
6.º na Vuelta de 1973
8.º no Tour de 1973
2.º na Vuelta de 1974
6.º no Tour de 1974
7.º na Vuelta de 1976
3.º no Tour de 1978
3.º no Tour de 1979
5.º no Tour de 1980
- João Almeida (5)
4.º no Giro de 2020
6.º no Giro de 2021
5.º na Vuelta de 2022
3.º no Giro de 2023
9.º na Vuelta de 2023
- José
Azevedo (3)
5.º no Giro de 2001
6.º no Tour de 2002 (a)
5.º no Tour de 2004 (a)
- Alves Barbosa (1)
10.º no Tour de 1956
- Acácio
da Silva (1)
7.º no Giro de 1986
- João Rebelo (1)
6.º na Vuelta de 1945
- Ribeiro
da Silva (1)
4.º na Vuelta de 1957
-
Fernando Mendes (1)
6.º na Vuelta de 1975
- José
Martins (1)
8.º na Vuelta de 1975
(a) Lance Armstrong foi desclassificado
por doping e a prova ficou sem vencedor.
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