Prova vai arrancar no domingo, em Fafe
Por: Lusa
O presidente da Federação
Portuguesa de Ciclismo enalteceu esta segunda-feira o espírito de resiliência
que permitiu a organização da edição especial da Volta a Portugal, assumindo
para com os portugueses um compromisso de defesa da qualidade sanitária do
evento.
"Nos primórdios da Volta,
existia um espírito de resiliência que sempre nos uniu ao longo dos anos [...].
Desistir às vezes é fácil. Desistir e sair de prova, mas não é esse o espírito
do ciclismo, o espírito do corredor. É por isso que na organização deste ano
tivemos de apanhar esses valores, essa capacidade de resiliência. É uma
modalidade de grande sacrifício e não está ao alcance de todos", começou
por destacar Delmino Pereira, na apresentação da edição especial da prova
rainha do calendário nacional.
Numa cerimónia restrita, bem
diferente das 'casas cheias' de outros anos, a edição especial da Volta a
Portugal, organizada pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), foi
apresentada nos Passos do Concelho de Lisboa, com o responsável federativo a
assumir ter uma missão e um compromisso para com os portugueses: "a defesa
da qualidade sanitária do evento que se vai realizar", entre 27 de
setembro e 05 de outubro.
"Esta Volta foi desenhada
de acordo com as autarquias, na procura de soluções confortáveis, que, por um
lado, defendam um evento desportivo e, ao mesmo tempo, defendam a saúde das
pessoas. A Volta passou para uma época que já não é de férias dos portugueses.
Terá menos dias, menos corredores, e o percurso desviou-se das grandes
densidades populacionais", frisou.
O presidente da FPC apelou aos
portugueses para verem a corrida através da televisão, lembrando que "quem
ama o ciclismo também o defende". "E neste momento defender o
ciclismo é ter um comportamento cívico e correto", reforçou.
O esforço federativo para
colocar a Volta a Portugal na estrada, depois de, em finais de junho, a 82.ª
edição ter sido adiada pela Podium, entidade promotora do evento, devido à
pandemia de covid-19, foi destacado quer pelo Secretário de Estado da Juventude
e Desporto, João Paulo Rebelo, quer pelo presidente da Câmara de Lisboa, cidade
onde a edição especial irá terminar, em 05 de outubro.
"2020 vai ser marcado,
infelizmente, por muitos cancelamentos e adiamentos. Seria, do meu ponto de
vista, muito mau que esta mítica prova não se realizasse. Quero reconhecer,
porque sou testemunha viva disso, que houve aqui muita perseverança e muito
trabalho por parte da FPC, que não deixou cair a prova", enalteceu João
Paulo Rebelo, que considera estarem criadas as condições para que a Volta seja
um sucesso.
Já Fernando Medina quis deixar
uma merecida "palavra de agradecimento e saudação à FPC", pela
"coragem e pela determinação" em organizar a Volta a Portugal,
argumentando que a resposta a esta pandemia "não pode ser o cancelamento,
o adiamento de tudo".
"Não resistir ao medo é
sempre a resposta imediata mais simples", notou o autarca, defendendo que
é preciso "ousar, inovar" para haver uma adaptação aos novos tempos e
dando o exemplo da Volta a França como "prova de que é possível, com
esforço e criatividade, organizar eventos".
"Nós, nos próximos meses
que temos pela frente, o trabalho vai ser este. Ir adaptando os eventos a esta
realidade. O desporto não é um elemento acessório da nossa vida coletiva, a
Volta não é um acessório da nossa vida coletiva. A Volta faz parte da nossa
história", vincou Fernando Medina, para quem a edição especial da maior
corrida nacional será "certamente um sucesso".
A Volta a Portugal vai
arrancar no domingo, em Fafe, cumprindo 1183,9 quilómetros, distribuídos em
oito etapas e um prólogo, até chegar a Lisboa.
Fonte: Record on-line
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