Prova arranca domingo em Fafe e termina a 5 de outubro em Lisboa
Por: Lusa
Foto: Fernando Ferreira
Joaquim Gomes não será o
diretor da edição especial da Volta a Portugal em bicicleta, mas acompanhará a
prova, da qual é "o anjo da guarda há 18 anos", na qualidade de
"diretor honorário", sugeriu esta segunda-feira.
"Isso foi uma questão que
foi analisada de início. Entendi que, numa Volta organizada pela Federação
Portuguesa de Ciclismo, e havendo uma ligação minha, em termos laborais, à
Podium, não seria ajustado ser o diretor da organização. Chamam-me diretor
honorário, se assim quiserem. Ironicamente, tenho tanta ou mais
responsabilidade do que tinha antes. De qualquer modo, deverá haver um
representante da federação que assuma a função de diretor", esclareceu na
apresentação da edição especial da corrida, em Lisboa.
Embora ressalvando "estar
a brincar" ao intitular-se "diretor honorário", aquele que é o
principal rosto da prova rainha do calendário velocipédico nacional há quase
duas décadas autorizou os jornalistas a adotarem essa definição, antes de
referir ser "o anjo da guarda há 18 anos da Volta a Portugal".
"Eu acredito, e sempre
acreditei, que era possível fazer a Volta", confessou, detalhando o
processo que levou a entidade organizadora, a Podium, a adiar o evento em junho
e, posteriormente, a remarcar a 82.ª edição, deixando esta edição especial nas
mãos da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
"À margem da parte desportiva
da Volta, há todo um evento sócio-desportivo que tem como objetivo, no fundo,
privilegiar o contacto entre os patrocinadores e o grande público... ora, essas
premissas caíram por terra perante o plano sanitário que, legitimamente e
compreensivelmente, nos foi aplicado. A partir daí, a Podium deixa de ter
condições para assumir os compromissos que tinha quer com as marcas quer com os
patrocinadores", notou.
Joaquim Gomes revelou ter-se
sentido alarmado com a possibilidade de a prova não acontecer, uma vez que
existia "o risco da maior parte das equipas portuguesas se extinguirem e
de estarmos sem Volta a Portugal dois ou três anos".
"Foi aí que me sentei com
os responsáveis federativos e chegámos à conclusão que tinha de ser a FPC, em
tempo recorde, a organizar a prova. De forma completamente incondicional e
voluntária, estou a dar o meu apoio à federação nesta Volta", completou.
O antigo ciclista explicou que
tentou socorrer-se da relação "muito consolidada" que tem com as
autarquias e cativá-las para este novo formato, mais curto, com apenas um
prólogo e oito etapas, ao invés das tradicionais 10, e sem dia de descanso, que
estará na estrada entre 27 de setembro e 5 de outubro.
"Manifestamente, tivemos
um enorme sucesso, porque até alguns dos municípios que inicialmente não
estavam disponíveis para estar na Volta a Portugal de agosto, começando já por
Viana do Castelo, foram os primeiros a dar o O.K., com a adoção de todas as
medidas de segurança que estão instituídas", avaliou.
Joaquim Gomes preocupou-se,
então, em manter "os locais mais carismáticos e míticos" da corrida,
num percurso que descreve como bastante equilibrado, assimilando no traçado as
diretrizes da Direção-Geral da Saúde de que "a Volta a Portugal não deve
apresentar público quer nas partidas, quer nas chegadas e deve evitar
aglomerações, inclusive, no percurso".
"É muito difícil montar
estratégias que afastem por completo o público de eventos com grande
notoriedade. Do ponto de vista do promotor, estamos particularmente empenhados
num reforço de estruturas nos locais de partida e de chegada, em que vamos
criar corredores que afastem o público da chamada zona 0, onde estão corredores
e os seus 'staffs' e todos os elementos da organização que circulam em
caravana. A partir daí, nos principais locais de passagem, em zonas urbanas,
esse papel fica muito entregue às forças de segurança no âmbito da segurança
pública", indicou.
Fonte: Record on-line
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