Na véspera da Taça do Mundo de Paratriatlo em Alhandra, ouvimos o treinador André Campos, responsável pelo acompanhamento do paratriatleta Filipe Marques, sobre os desafios e conquistas de uma variante em crescimento em Portugal.
A Taça do Mundo realiza-se a 6
de setembro e o treinador não tem dúvidas sobre o impacto do evento: “É muito
importante que haja um desenvolvimento do paratriatlo em Portugal, e esta Taça
do Mundo em Alhandra é um meio de promoção do alto rendimento do paratriatlo.”,
explica.
Nos últimos anos, esta
variante do triatlo conquistou espaço mediático e institucional, saltando do
anonimato para passar a ter expressão entre as entidades desportivas. André
Campos não tem dúvidas de que os resultados do seu atleta foram decisivos: “Naturalmente,
os resultados do Filipe, com presença regular em grandes competições, vieram
pôr o paratriatlo nacional na agenda dos organismos estatais e da imprensa.”
Treinar um atleta de alto
rendimento é sempre exigente, mas no paratriatlo existem especificidades que
tornam o processo ainda mais complexo: “O maior desafio é manter a concentração
e motivação diária. No caso do paratriatlo, a exigência varia consoante o grau
de deficiência motora ou visual. Em casos de lesões severas, há uma grande
dependência de material e apoio humano em cada sessão de treino.”
Apesar dos resultados e da
expressão que Filipe Marques já conseguiu dar ao paratriatlo, é preciso cativar
mais jovens para a modalidade. Questionado sobre como concretizar esse
desígnio, André defende uma estratégia de proximidade: “Penso que passa por irmos
ter com eles. Abordar diretamente instituições de reabilitação motora e de
invisuais, dar-lhes a possibilidade de conhecer a modalidade, desafiá-los a
experimentar e incentivar a prática.”
Sobre Filipe Marques, André
fala com orgulho e admiração:
“O Filipe é um jovem muito
dedicado ao treino e isso facilita a relação de trabalho. A sua capacidade de
resiliência e o fácil trato com o grupo de trabalho são fundamentais e algo que
considero bastante importante.”
Para a história de ambos fica
a primeira presença do paratriatlo português em Jogos Olímpicos, no ano passado
em Paris:
“Foi claramente o momento mais
marcante. A estreia num evento desta envergadura já seria especial, mas tendo
em conta que o Filipe vinha de uma lesão que o condicionou, foi ainda mais
significativo. Foi uma verdadeira prova de superação, não só para ele mas
também para todo o grupo de trabalho que o acompanhou intensamente.”
Fonte: Federação Triatlo
Portugal
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