Federação e ADoP renovam protocolo de aplicação do passaporte biológico
Por:
José Carlos Gomes
A
Federação Portuguesa de Ciclismo e a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP)
assinaram, na manhã de hoje, a renovação do protocolo de aplicação do
passaporte biológico a todos os corredores das equipas continentais
portuguesas. O documento foi também subscrito pelo secretário de Estado do
Desporto, Pedro Dias, no início do Seminário “Passaporte Biológico”, realizado
na sede do Comité Olímpico de Portugal.
A aplicação do passaporte biológico a todo o pelotão português iniciou-se em 2023. Durante as épocas de 2023 e 2024 levou à realização de 672 controlos, uma média de sete controlos por ciclista, explicou o diretor executivo da ADoP, António Júlio Nunes.
O
mesmo responsável indicou que 80 por cento dos praticantes desportivos em
Portugal inseridos no grupo-alvo do passaporte biológico são ciclistas. O
diretor de controlos e da unidade de ciclismo da agência internacional (ITA –
International Testing Agency), Olivier Banuls, revelou que a nível
internacional o ciclismo é também a modalidade mais controlada, responsável por
cerca de um terço do total de controlos a cargo da ITA.
Outro
dado importante apresentado por António Júlio Nunes diz respeito às mudanças
comportamentais do pelotão nacional, após a aplicação do protocolo. A forma
como é recebido nas provas tem melhorado e, acrescentou, o perfil dos
passaportes é, atualmente, muito mais constante, tendo menos variações.
“Temos
uma história longa de dopagem no ciclismo, mas também temos uma história de
pioneirismo e de vanguarda na luta contra a dopagem”, frisou o presidente da
Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira. “Era absolutamente
determinante para a credibilização e sobrevivência do ciclismo português
enquanto atividade profissional que estabelecêssemos este protocolo”,
acrescentou o dirigente federativo.
O
presidente da ADoP, Manuel Brito, destacou a eficácia do passaporte biológico
enquanto ferramenta de combate à dopagem. “Quando o passaporte é aplicado, os
prevaricadores não escapam. Pode demorar, mas não escapam”, salientou. Manuel
Brito reconheceu a “colaboração absolutamente extraordinária da Federação em
casos muito difíceis”, considerando que é um sinal muito forte para todo o
movimento associativo.
Manuel
Brito e Delmino Pereira afirmaram ainda o compromisso com a formação, como
forma de prevenção. “Vamos atacar na educação, na formação das novas gerações”,
garantiu o presidente da ADoP.
O
secretário de Estado do Desporto também colocou a tónica na prevenção e na
formação, prometendo que as federações desportivas podem contar que esteja na
“agenda de prioridades do Governo o tema da integridade, não apenas relacionado
com a dopagem, mas de forma mais ampla”.
Pedro
Dias assinalou que “a integridade das competições é o principal ativo do
desporto e é inegociável”. O governante felicitou a Federação Portuguesa de
Ciclismo e a AdoP pela renovação desta parceria, porque “o passaporte é a
principal ferramenta para o combate eficaz e eficiente à dopagem. Estarmos a
dar estes sinais é muito importante”.
Fonte:
Federação Portuguesa Ciclismo
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