Por: José Carlos Gomes
O português Iúri Leitão
sagrou-se esta sexta-feira campeão da Europa de scratch, impondo-se com
autoridade na corrida de 15 quilómetros, disputada ao início desta noite, no
velódromo de Apeldoorn, Países Baixos.
A prova foi movimentada desde
a primeira volta, com um ataque de arranque que não teve grande significado na
definição da corrida, mas que fez o ritmo ser muito forte logo desde o início.
Na entrada na segunda metade
das 60 voltas, o pelotão ficou partido, com cerca de metade dos participantes a
dobrar os restantes. Ficou claro que seria entre esses dez a discussão do
título.
Sucederam-se ataques desses homens, demonstrando vontade, mas também precipitação. Iúri Leitão leu bem a corrida. Não se desgastou nessas movimentações, que sucumbiram, mas ajudaram a endurecer a corrida.
Aproveitando o desgaste dos
adversários, Iúri Leitão desferiu um ataque violentíssimo a nove voltas do
final. Esteve prestes a dobrar o pelotão pela segunda vez três voltas adiante.
Não chegou a fazê-lo, devido à reação do grupo. Mas manteve-se largamente na
dianteira da corrida e foi o primeiro a cortar a meta no final das 60 voltas,
conquistando o terceiro título europeu da carreira em scratch, repetindo o
feito de 2020 e 2022. O austríaco Tim Wafler ficou com a medalha de prata,
deixando a de bronze para o dinamarquês Tobias Hansen.
“É muito
importante começar um ano tão importante como este com o pé direito. Depois do
bom desempenho no madison, ontem, venceu o scratch é muito encorajador para
tudo o que temos pela frente neste ano e é a recompensa por todo o trabalho que
temos vindo a realizar”, reage o novo campeão europeu.
O corredor minhoto explica que
“a corrida foi muito mexida, sendo necessário
muito sangue-frio para não gastar energia demasiado cedo. A chave do sucesso
foi essa gestão. Quando senti que os adversários estavam desgastados, fiz a
minha jogada e resultou”.
“O Iúri fez uma corrida fantástica. Foi uma prova difícil, muito movimentada, que obrigou a gerir muito bem as energias para estar sempre na discussão do pódio. No final, o Iúri aproveitou a oportunidade de forma exímia. Conseguiu surpreender com um ataque extremamente forte e é campeão da Europa com muito mérito”, considera o selecionador nacional, Gabriel Mendes.
Maria Martins esteve em pista
no concurso de omnium, terminando na oitava posição, mas com um desempenho que
abre boas perspetivas para a qualificação portuguesa para os Jogos Olímpicos de
Paris. Entre os países que concorrem Portugal pela entrada diretamente pelo
ranking de omnium, apenas as representantes da Noruega e da Polónia estiveram
melhor do que Maria Martins.
O resultado final foi
prejudicado por uma entrada em falso da portuguesa, em que no scratch, primeira
corrida pontuável, não foi além da 14.ª posição. A partir daí o desempenho e os
resultados de Maria Martins foram muito consistentes. Após o sexto lugar na
corrida tempo e na eliminação, a ciclista nacional chegou à corrida por pontos
no décimo posto da geral.
Na prova decisiva Maria
Martins esteve muito ativa e taticamente perspicaz, movendo-se tendo em conta a
classificação da própria corrida, mas também olhando às rivais em termos de
ranking de qualificação para Paris. A portuguesa fechou a competição com 98
pontos 24 somados na corrida final, o que lhe valeu o oitavo posto.
“A Maria
fez um concurso regular e com muito bom nível, cumprindo os objetivos que
tínhamos traçado. Está de parabéns. No contexto da qualificação olímpica, demos
aqui um bom contributo o apuramento, aumentando a diferença para as nações que
estão fora dos lugares de qualificação”, explica o
selecionador nacional.
A norueguesa Anita Yvonne
Stenberg dominou completamente e conquistou o título, com 142 pontos. Foi
acompanhada no pódio pela britânica Neah Evans, com 136 pontos, e pela francesa
Valentine Fortin, com 131.
Rodrigo Caixas foi o primeiro
português a terminar a participação no Campeonato da Europa. Competiu na
perseguição individual, conseguindo a 15.ª posição no contrarrelógio de 4
quilómetros, que cumpriu em 4’22’’735. Numa final entre britânicos, Daniel Bigham
conquistou o título diante do compatriota Charlie Tanfield. O dinamarquês
Rasmus Pedersen conseguiu o bronze.
No quarto dia de competição,
neste sábado, Portugal terá três corredores em pista. Rui Oliveira vai disputar
o concurso de omnium: Scratch (14h24), corrida tempo (17h00), eliminação
(18h00) e corrida por pontos (19h45). Daniela Campos participa na corrida por
pontos, às 18h20. Trinta e cinco minutos mais tarde, Maria Martins representa
Portugal na disciplina de eliminação.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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