Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
No segundo dia de descanso da
Volta a Itália, Afonso Eulálio, da Bahrain - Victorious, fala da dureza das
etapas, do esforço colectivo da equipa e do prazer de estar a competir ao mais
alto nível. Em estreia na Corsa Rosa, o português tem-se destacado como peça
chave no apoio a Tiberi e Caruso, mostrando consistência e ambição para os dias
finais.
No passado sábado todo o pelotão acabou por ser afectado pela queda a alta velocidade que deixou muitos homens mal tratados e que acabou por trazer um desfecho final inesperado. Afonso Eulálio teve de trocar de bicicleta já dentro do circuito final e ficou cortado, mas ainda foi a tempo de recuperar para ajudar o seu líder, António Tiberi, que foi um dos homens que foi ao chão.
“Estive cinco minutos sempre a
perseguir e assim que cheguei continuei o esforço para chegar à frente. Se
ficasse atrás arriscava ficar cortado e não fazer nada, portanto fiz o esforço
para me colocar. Depois deu-se a queda e eu tive que parar para ajudar o
Tiberi, por isso continuei a puxar. Acabou por ser quase um esforço de hora e
meia.”
Os 90 minutos de esforço foram feitos a uma média de 350 watts, um feito notável para um jovem que ainda há pouco menos de um ano estava a correr em Portugal. “Está nos meus melhores números. No domingo também foi um dia chato porque o Tiberi não estava bem colocado, eu ia com o Caruso na frente e tive que parar no Monte Grappa para o ajudar. Fiz o meu melhor esforço de cinco minutos. Já me deve uma bem grande o Tiberi”, disse, por entre risos, ao Top Cycling.
O ciclista natural da Figueira
da Foz, faz uma antevisão para a ultima semana de corrida. “Estou super bem, as
pernas estão super bem. É incrível estar aqui, o andamento é muito grande. As
etapas mais fáceis acabaram por se tornar duras e têm-se feito diferenças
grandes. O Tiberi perdeu 2:00 na etapa mais plana do Giro. O que se aprende
aqui é que por muito forte que estejas, se não estiveres na frente é impossível
discutir a corrida.”
Olhando para os homens que
estão a disputar a classificação geral e que de uma forma o têm impressionado,
disse. “Estou a gostar de ver o Carapaz sempre a atacar e o Bernal ainda no
domingo elevou o ritmo no Monte Grappa. O Carapaz tem-me impressionado mais. O
Bernal acelera a corrida, depois fica isolado da equipa e acaba por não ser
muito bom. Para o Del Toro nem há palavras, com a idade que tem estar a liderar
o Giro e a mostrar esta força está-me a surpreender.”
Apesar da queda que lhe roubou
tempo importante para a geral, a equipa está confiante. “O Tiberi é um ciclista
muito regular e havendo etapas duras há sempre quem quebre. No fim de semana
reagiu bastante bem após a queda. Temos ainda o Caruso, que vai ter uma palavra
a dizer. Já tinha ficado com o feeling de que ele ia continuar e entretanto
confirmou que fica mais um ano na equipa.”
Quanto às aspirações da
Bahrain para a fase crucial do Giro, Eulálio sente-se confiante. “A equipa está
contente e na última semana vou ter oportunidades. A prioridade é acabar com o
Tiberi no pódio, mas vamos tentar uma etapa comigo e com o Bilbao. A ideia é
tentar a vitória, mas se acontecer algo no grupo de trás podem sempre parar
quem vai na frente para ajudar.”
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